Sub capítulo: "Confrontação com o sr. Plantard": " Como nosso encontro com o sr. Plantard se aproximava, reunimos as provas que tínhamos acumulado. Elas incluíam três itens bastante condenatórios. Não podíamos imaginar como o sr. Plantard conseguiria explicar qualquer delas, muito menos as três. Evidentemente, ele não devia ter idéia dos rumos que déramos às nossas investigações, nem do que havíamos desenterrado. Estávamos confiantes de que conseguiríamos pegá-lo desprevenido.
O primeiro item era a morte' de John Drick. Como o sr. Plantard explicaria a assinatura de um documento pelo sr. Drick em 17 de janeiro de 1984, se o homem tinha morrido dois anos antes? O segundo ponto também dizia respeito às assinaturas na "Mise en Garde". Como o sr. Plantard explicaria o fato de serem absolutamente idênticas às que figuravam no Relatório Anual de 1974 do First National Bank of Chicago? O terceiro item envolvia um assunto completamente diferente. Em 1979, o sr. Plantard - que até então era conhecido simplesmente como Pierre Plantard - começara a usar um nome bem mais bombástico: Pierre Plantard de Saint-Clair, conde de Saint-Clair e conde de Rhédae (o antigo nome de Rennes-le-Château). Em O santo graal e a linhagem sagrada, fizemos um comentário mordaz" sobre tal aquisição aparentemente súbita de foros de nobreza e o sr. Plantard ficara ofendido com nossa insinuação. Para provar que não estava simplesmente se apropriando de títulos de maneira espúria ou inventando-os, mostrara-nos seu passaporte e nos dera uma fotocópia da sua certidão de nascimento. Em ambos os documentos, constava de fato o nome Plantard de Saint-Clair, conde de Saint-Clair e conde de Rhédae, e no segundo seu pai também era assim chamado. Pouco depois, porém, tínhamos solicitado uma cópia da certidão de nascimento à prefeitura da VII Circunscrição Administrativa de Paris. A certidão assim obtida trazia informações idênticas, sob quase todos os aspectos, às daquela que o sr. Plantard nos dera. Com a diferença de que no certificado fornecido pela prefeitura não constava título algum, e o pai do sr. Plantard não era citado como conde de SainteClair ou conde de Rhédae. Era referido simplesmente como valet de chambre.
É claro que isso, por si só, não provava coisa alguma. E mesmo que a certidão do valet de chambre fosse válida, algumas questões ficavam em aberto. Como, por exemplo, o sr. Plantard conseguira fabricar com tanta perfeição uma "cópia oficial" do original? Como fora possível reproduzir daquela maneira o papel, os selos oficiais e as assinaturas - se isso de fato ocorrera? De todo modo, a incongruência entre um camareiro e um conde de Saint-Clair e Rhédae merecia uma explicação. Parecia-nos que isso poderia despertar uma reação reveladora, especialmente se fosse apresentado ao sr. Plantard de repente, inopinadamente, sem lhe dar tempo para preparar uma resposta. Um breve momento de confusão poderia traí-lo. Tivemos de enfrentar mais um enigma antes da nossa confrontação com o sr. Plantard. Conseguiríamos um efeito muito maior, pensamos, se levássemos conosco uma cópia do Relatório Anual de 1974 do First National Bank of Chicago - de posse da fonte original das assinaturas dos srs. Drick, Freeman e Abboud, poderíamos pô-Ia diante dos olhos do sr. Plantard. Assim, uma semana antes do dia da nossa viagem para Paris, telefonamos ao "sr. Kemp" e perguntamos se podia nos enviar uma fotocópia do documento, explicando-lhe por que o queríamos. O "sr. Kemp" respondeu que não havia problema e que uma fotocópia seguiria pelo correio no dia seguinte.Na tarde do dia seguinte, recebemos uma chamada telefônica um tanto aflita da secretária do "sr. Kemp". Ele a instruíra, disse ela, a nos enviar uma fotocópia da última página do Relatório Anual de 1974a que trazia as três assinaturas em questão. Ela havia tentado várias vezes cumprir a instrução... mas era impossível conseguir a cópia! Tentara em todas as máquinas do banco, mas as assinaturas não eram reproduzidas. No dia seguinte, falamos de novo com o "sr. Kemp". Ele tinha investigado o problema pessoalmente e a explicação parecia bastante simples. As assinaturas no Relatório Anual - possivelmente como medida de segurança, para evitar reprodução espúria - tinham sido impressas em tinta azul-clara, sem nenhum teor de grafite. Sem algum teor de grafite não era possível obter uma fotocópia. Sem dúvida isso era bastante simples. Mas suscitava uma questão inteiramente nova. Juntamente com o "Sr. Kemp", havíamos concluído, de maneira bastante taxativa, que as assinaturas na "Mise en Gar-de" do Prieuré de Sion tinham sido simplesmente reproduzidas do Relatório Anual de 1974. Mas como o sr. Plantard conseguira fazê-Io, se era impossível fotocopiá-las?Com certeza havia outras explicações possíveis. As assinaturas no Relatório Anual poderiam ter sido fotografadas, e em seguida teria sido possível fotocopiar a fotografia. Mas por que se dar tanto trabalho para obter exatamente aquelas três assinaturas? Por que não usar outras, que pudessem ser simplesmente fotocopiadas sem dificuldade? Por que um fraudador desleixado ou negligente a ponto de usar a assinatura de um homem morto dois anos antes ter-se-ia dado tanto trabalho para obtê-Ia, quando qualquer outra teria servido igualmente bem ao seu propósito? Nos dias que se seguiram, esse enigma nos importunou. Apesar disso, ainda tínhamos três elementos de prova bastante eloqüentes para apresentar ao sr. Plantard. Como a assinatura de Jonh Drick pudera aparecer num documento dois anos depois de sua morte? Como o sr. Plantard podia explicar a absoluta identidade entre as assinaturas na "Mise en Garde" do Prieuré de Sion e as que figuravam no Relatório Anual de 1974? E como podia explicar que uma certidão de nascimento obtida da própria fonte oficial qualificasse seu pai não como um conde, mas como camareiro? Munidos dessas perguntas, lançamo-nos ao que, entre nós, chamávamos zombeteiramente de "hora da verdade"." Sub capítulo "A hora da verdade": "No domingo, 30 de setembro, tivemos nosso encontro com o sr. Plantard em Paris no que se tomara o local de costume, o restaurante La Tipia, na rua Rome. Nos encontros anteriores, sempre chegávamos cedo e esperávamos por ele. Dessa vez, porém, embora tenhamos sido bastante pontuais, ele estava à nossa espera. Em poucos minutos ficou claro que estava à nossa espera também em outros sentidos. Respondeu às nossas perguntas comprometedoras, antes mesmo que tivéssemos podido formulá-las.
Após trocar os cumprimentos de praxe, pedimos café. Pegamos um pequeno gravador e o pusemos sobre a mesa. O sr. Plantard lançou-lhe um olhar um tanto dúbio mas não fez objeção. Tiramos então de uma pasta o "Mise en Garde" do Prieuré de Sion com as assinaturas de John Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud. Antes que pudéssemos dizer uma palavra a respeito, o sr. Plantard apontou para as três assinaturas. - Foram feitas com um clichê, vocês sabem - disse, fazendo com a mão o gesto de carimbar alguma coisa. Trocamos olhares furtivos. Essa possibilidade nunca nos ocorrera antes, e tampouco ao "sr. Kemp". Mas, sim, não havia dúvida, um clichê podia explicar que as assinaturas no "Mise en Garde" e no Relatório Anual fossem exatamente do mesmo tamanho. Grandes empresas, órgãos governamentais e outras instituições, que têm de produzir um número muito grande de documentos, de fato usam clichês. Um diretor de empresa em geral não assina centenas de cheques de pagamento um a um. Por outro lado, o sr. Plantard estava dando a entender claramente que possuía o clichê em questão, ou tivera acesso a ele - o mesmo clichê que fora usado no Relatório Anual de 1974.Mas, replicamos, passando rapidamente a atacar em outra frente, um dos homens cujas assinaturas apareciam ali... Estava morto, interrompeu-nos tranqüilamente o sr. Plantard, tirando as palavras das nossas bocas. Sim, John Drick morrera no início de 1982. Contudo, num procedimento de rotina, o Prieuré continuava a usar sua assinatura em documentos internos até que a vacância aberta na Ordem com a sua morte fosse preenchida.
Esta não nos pareceu ser a mais plausível ou a mais satisfatória das explicações. Continuar usando desse modo a assinatura de um morto está longe de ser uma prática comum em qualquer tipo de instituição. Mas não tínhamos como contestar a afirmação do sr. Plantard. Não tínhamos condições de discutir com ele sobre diretrizes e procedimentos internos do Prieuré de Sion, por menos ortodoxos que fossem. Não tínhamos contado coisa alguma ao sr. Plantard sobre nosso contato com o "sr. Kemp", nem sobre a entrevista deste com Gaylord Freeman. Tampouco o sr. Plantard revelou explicitamente saber algu-ma coisa a respeito. Em vez disso, como se para evitar que suscitássemos a questão - ou talvez simplesmente para deixar claro que, apesar de tudo, estava muito bem informado -, observou em tom casual que, já no mês de dezembro anterior, o Artigo XXII do estatuto do Prieuré fora oficialmente revogado. Nos últimos nove meses, os membros do Prieuré não estavam mais obrigados a reconhecer sua afiliação. Agora, ao contrário, estavam instruídos a negar qualquer conhecimento da Ordem e a não divulgar qualquer tipo de informação.
Ficamos efetivamente desarmados. Contrariando todas as nossas expectativas, o sr. Plantard fornecera uma explicação para cada um dos pontos com que estávamos certos de lhe passar uma rasteira. Tinha apresentado essas explicações sem titubear, sem parar para pensar e sem se mostrar sequer ligeiramente desconcertado. Mais ainda, havia claramente antecipado cada um dos pontos, antes que tivéssemos podido levantá-las. Parecia só haver duas maneiras de explicar isso. Ou o homem era realmente vidente, o que nos parecia pouco provável, ou alguém lhe "dera o serviço". Mas as fontes a que poderia ter recorrido eram extremamente limitadas, e ainda confiávamos na discrição do "sr. Kemp". Restava o problema das certidões de nascimento contraditórias. Posto diante delas, o sr. Plantard continuou soberbamente blasé. Mais uma vez, não houve um instante de pausa, uma só expressão de incerteza ou embaraço. Deu-nos um breve sOrrisinho, ligeiramente irônico, ligeiramente melancólico - como se nos cumprimentando pela aplicação, ainda que isso implicasse a invasão da sua privacidade e o revolvimento da sua vida pessoal. Sim - disse, apontando para o certificado em que seu pai figurava como camareira -, aquele documento fora introduzido nos arquivos da prefeitura durante a guerra. Essa tinha sido, comentou com ar negligente, uma prática comum. Obviamente a Gestapo examinara todos os documentos. Não era de todo raro - sobretudo se a pessoa estava ligada de algum modo à Resistência - falsificar informações para enganar os alemães. Essa explicação, pelo menos, pôde ser confirmada. No dia seguinte fomos pessoalmente à prefeitura e apresentamos as certidões de nascimento discrepantes aos funcionários de lá. Muitos documentos tinham sido falsificados, disseram-nos, para enganar ou dar pistas falsas ao alemães durante a guerra. Muitos registros originais tinham sido destruídos, dispersas ou removidos. A repartição podia atestar a autenticidade de tudo que fosse posterior à guerra. No tocante a tudo que remontava a antes de 1945, porém, simplesmente não havia como saber. O que podiam era apenas informar se um documento estava de acordo com o que tinham nos seus arquivos. Se o pai do sr. Plantard era um conde, teria sido perfeitamente natural ocultar esse fato da Gestapo, que punha grande empenho em descobrir aristocratas. O sr. Plantard podia perfeitamente ter tido sua certidão de nascimento retirada e substituída por outra. Se ele não tinha retificado seus documentos nos arquivos da prefeitura depois da guerra, obviamente só existiriam ali informações falsas." Sub capitulo "Os Planos do Prieuré para o Futuro": "No decorrer da nossa conversa no La Tipia, vários outros pontos foram abordados de passagem. Como em ocasiões anteriores, o sr. Plantard assumiu um tom profético ao falar sobre eventos públicos de grande escala. Agora tudo estava no lugar, disse a certa altura. Todas as peças estavam alinhadas no tabuleiro nas posições requeridas. Nada poderia deter "isso" agora, declarou, sem se dignar a explicar o que vinha a ser "isso". Mitterrand, acrescentou, tinha sido um degrau necessário. Agora, no entanto, ele já cumprira seu papel e se tomara dispensável. Chegara a hora de avançar, e nada poderia impedir "isso" de fazê-lo.
Sem meias palavras, perguntamos ao sr. Plantard se conhecia pessoalmente Gaylord Freeman. Respondeu muito enfaticamente que sim, tendo ao mesmo tempo plena consciência de que a conversa estava sendo gravada. Perguntamos que interesse podia ter um importante financista norte-americano como Gaylord Freeman na restauração merovíngia na França. O sr. Plantard hesitou. Para homens como o sr. Freeman, respondeu em seguida, o objetivo primordial era a unidade européia - os Estados Unidos da Europa, que fundiriam as nações do continente num bloco de poder coeso e independente, comparável à União Soviética e aos Estados Unidos. ( União Européia ? Esse livro foi publicado em 1986, essa entrevista seria anos antes de sua publicação e a união européia só veio a existir em 1993, apesar que desde 1957 ocorria um processo gradual de adesão de paises até quase toda europa fazer parte desse bloco politico econômico nos moldes atuais) Ao mesmo tempo, o sr. Plantard falou também rapidamente sobre uma espécie de Mercado Comum ampliado - uma organização financeira ou econômica semelhante à Comunidade Econômica Européia, mas que incluiria também os Estados Unidos. Depois de mais uma pausa, o sr. Plantard acrescentou, com certa relutância, o que soou como um comentário amargurado. Naquele momento, disse, seria um erro da nossa parte confundir os objetivos imediatos do Prieuré de Sion com uma restauração merovíngia. Este último ponto era algo de novo, um desdobramento que parecia ter ocorrido em algum momento posterior à publicação do nosso primeiro livro. Seria essa, cogitamos, a fonte da dificuldade causada pelo "contingente anglo-americano" no seio do Prieuré de Sion? Quem sabe teria havido uma disputa intema, com os membros ingleses e norte-americanos insistindo numa mudança de prioridades - um distanciamento da idéia monárquica original, tão cara ao sr. Plantard, e uma adoção de princípios econômicos e políticos mais mundanos, mais imediatamente práticos? Insistimos para que desenvolvesse a idéia, mas o sr. Plantard se recusou. ( Creio que durante a epoca da Nova Ordem Mundial o engano relacionado a suposta descendência dessa Dinastia de Jesus lhes dará essa restauração, mais talvez alguns merovíngios quisessem acelerar o processo, que eu consideraria algo impossivel de ocorrer, ainda mais nas decadas em que esse livro foi publicado, hoje em dia tem até mais pessoas inclinadas a acreditar nesse engano por meio de propaganda midiatica e em filmes e com mais condicionamento talvez os Merovíngios voltem a ganhar a legitimidade para reinar sobre outras pessoas de séculos anteriores aos olhos do povo. E quanto ao Vaticano? Lançamos a pergunta, tentando dar uma deixa capaz de estimular o sr. Plantard a revelar mais alguma coisa. O papa atual era um aliado potencial ou um adversário potencial nos esquemas que pudessem estar em andamento? Não havia "bons papas" nem "maus papas", respondeu o sr. Plantard. Isso - o que quer que "isso" fosse envolvia antes uma política permanente para o Vaticano, à qual os papas deviam se sujeitar. De todo modo, concluiu o sr. Plantard, conseguira-se uma reaproximação com o Vaticano. Roma iria cooperar. Em troca, fora necessário fazer algumas concessões, mas elas eram essencialmente nominais. ( Como demonstrado em partes anteriores, o Vaticano foi um inimigo histórico dessa dinastia no passado, e acabou criando um inimigo poderoso no episódio em que desmantelam temporariamente a Ordem dos Jesuitas devido as conspirações em que eles se envolviam para dominar a europa, ocultistas magnatas então financiam Weishaupt um ex padre jesuita genial em sua empreitada na fundação da ordem dos Illuminatis que seguiu o mesmo padrão de subversão da ordem dos Jesuitas, um dos objetivos da ordem era a infiltração e dominio da igreja ( Décadas depois naquele tempo a ordem dos jesuitas foi reestabelecida, o que pode ser um sinal do principio dessa ação, e havia merovíngios envolvidos nela o que pode ser um sinal forte de um conluio do Priorado com a Ordem dos Illuminatis nessa agenda mesmo que ambas possuam suas diferenças, o acordo do Vaticano com a Dinastia Merovíngia que foi uma inimiga histórica da Igreja desde que ela financiou a queda dessa Dinastia do poder estabelecendo a Dinastia Carolingia, pode ser um sinal de o quanto já se avançou esse processo de infiltração nas fileiras da Igreja, os Jesuitas junto a Cúria Romana devem ser o maior poder dentro da ICAR, alias em anos recentes talvez tenham dominado até a Curia, pois pela primeira vez conseguiram eleger um membro de sua ordem a posição de papa branco/papa da luz ) Aliás, nosso livro causara certo alvoroço no Vaticano, acrescentou o sr. Plantard - só para nos mostrar, pareceu-nos, que tinha acesso a esse tipo de informação." Sub capítulo "O Panorama se amplia": "Por mais que os comentários do sr. Plantard tivessem sido vagos, estávamos impressionados com o desembaraço com que discutira os interesses políticos do Prieuré de Sion. No passado, ele não só se recusava a discutir esses interesses. Negava que sequer existissem. Por que se teria mostrado tão loquaz agora? Confiava verdadeiramente em nós ou havia algum outro fator envolvido ? O que nos deixava ainda mais perplexos era o fato de o sr. Plantard ter desmontado todas as provas potenciais com que tínhamos pretendido confrontá-lo. Não só isso. Não se deixara em absoluto surpreender por essas provas. Tudo parecia indicar que fora avisado de antemão. No entanto, não tínhamos como tirar isso a limpo e o "sr. Kemp", quando lhe narramos a conversa, mostrou-se igualmente aturdido. De todo modo, agora nos sentíamos liberados da promessa feita meses antes. Naquela época, em conversa telefônica, prometêramos ao sr. Plantard não entrar diretamente em contato com os signatários da "Mise en Garde" antes de ter com ele a conversa "face a face" que pedia. A conversa, por mais inconcludente que tivesse sido, ocorrera. Assim, escrevemos para Gaylord Freeman em Chicago, mencionando seu encontro com o "sr. Kemp" e perguntando se confirmaria, por escrito, a posição que adotara naquela entrevista. Recebemos uma resposta um tanto arrogante. Na carta, como na entrevista com o "sr. Kemp", o sr. Freeman negou pertencer ao Prieuré de Sion, negou ter conhecimento do sr. Plantard, negou envolvimento nos eventos que nos haviam levado a contatá-Io. Reconhecia as assinaturas como "tendo sido tomadas" do Relatório Anual de 1974 do First National Bank of Chicago. Não queria ser citado em livro algum. Na carta, como na entrevista com o "sr. Kemp", mostrou não estar disposto a levar o assunto adiante. Não pediu qualquer informação adicional sobre o uso que estava sendo dado ao seu nome e à sua assinatura. ( O que é bastante estranho, qualquer pessoa ficaria preocupada se soubesse que sua assinatura estava sendo usada por outra pessoa sem seu conhecimento e gostaria de saber o porque disso, exceto se a pessoa na verdade soubesse porque ela estava sendo usada e somente não quisesse falar a respeito ) Três semanas depois do nosso encontro com o sr. Plantard em Paris, recebemos um pacote dele. Continha um bilhete a nós endereçado e cópias de duas cartas dirigidas aos membros do Prieuré de Sion. A primeira trazia o timbre da Ordem que aparecia na "Mise en Garde". Era datada de Cahors, 10 de julho de 1984 - isto é, dois meses e meio antes do nosso encontro no La Tipia.
No texto, o sr. Plantard anunciava aos membros do Prieuré que renunciara formalmente à dignidade de grão-mestre e à sua própria condição de membro da Ordem. Tendo sido eleito grão-mestre em Blois, em 17 de janeiro de 1981, sentia-se obrigado agora, dizia, "por razões de saúde" e "de independência pessoal e familiar", a renunciar aos seus direitos, e aos de sua família, no Prieuré de Sion ( Essa é a versão oficial, talvez a indiscrição dele tenha desagrado outras lideranças ( obviamente desagradou Gaylord Freeman, ele nessa situação não poderia mais fornecer informações como antes para tentar cumprir alguma agenda pessoal relacionada a isso, pelos primeiros manuscritos vazados por ele, ao que tudo indica isso tinha relação com um engano que promovia a Dinastia Merovíngia como descendentes diretos de Jesus, no entanto mesmo com sua saida da liderança da ordem, esse engano continua a ser promovido até hoje em filmes ou revistas ) o que provocou sua saida do Priorado ). Essa renúncia entraria em vigor dentro de sessenta dias, "de acordo com os regulamentos internos da Ordem". No pé da página ele citava "o decreto de 16 de dezembro de 1983" pelo qual, ao que parecia, o Artigo XXII dos estatutos fora revogado. Todos os membros do Prieuré passavam agora a ser "obrigados a manter seu anonimato" e a "responder negativamente" a quaisquer perguntas sobre seu envolvimento na Ordem. Seguia-se a enigmática declaração de que "o reconhecimento de documentos será feito apenas pelo código" - embora não ficasse claro se isso designava uma cifra ou um código de conduta.
A segunda carta era datada do dia seguinte, 11 de julho, também em Cahors. Dessa vez, o papel trazia o cabeçalho pessoal do sr. Plantard, com seu timbre em carmesim, com um círculo encerrando uma florde-lis em ouro e, embaixo, as palavras Etin Arcadia Eoo... No texto que se seguia, dirigido aos "caros confrades" do Prieuré, o sr. Plantard repetia que acabara de apresentar sua renúncia com o grão-mestre, tendo passado os últimos 41 anos na Ordem - na qual fora introduzido, dizia, em 10 de julho de 1943 por recomendação do padre François Ducaud-Bourget. Durante os três anos e meio em que fora grão-mestre, explicou, tivera de assumir enorme carga de trabalho, bem como viajar muito, o que seu atual estado de saúde já não lhe permitia. Acrescentava que sua renúncia fora ditada também por outros fatores. Renunciara, dizia, por não poder aprovar "certas manobras" executadas por nossos "confrades ingleses e americanos" e também para assegurar a independência dele próprio e de sua família. Um motivo adicional, afirmava, contribuíra para sua decisão: a publicação "na imprensa, em livros e em panfletos fotocopiados depositados na Bibliotheque Nationale", de vários "documentos falsos ou falsificados" pertencentes a ele. Como exemplos, citou certidões de nascimento, reproduções de papéis do Prieuré de Sion trazendo assinaturas de mais de dez anos antes e difamações da sua pessoa que o haviam levado a apresentar queixa em Nanterre em 16 de dezembro de 1983. Encerrava expressando aos confrades seus melhores votos "de êxito na implantação de uma sociedade melhor". ( Possivelmente os documentos que visavam difamar ele veio de dentro do próprio Priorado, de pessoas que não gostavam do rumo ao qual ele queria guiar a ordem ) Que fazer dessas duas cartas? Na aparência, pareciam bastante francas. No entanto, um dos aspectos notáveis de ambas era o modo como abordavam, de maneira muito precisa, praticamente todos os pontos suscitados verbalmente em nosso encontro, três semanas antes encontro em que, como agora se evidenciava, o sr. Plantard não falava mais como grão-mestre ou mesmo como membro do Prieuré de Sion. Dir-se-ia que as cartas de renúncia tinham sido escritas depois daquele encontro. Por outro lado, não havia dúvida de que alguma coisa estivera no ar nos últimos sete meses e meio. Tinha havido referências anteriores à dificuldade com o "contingente anglo-americano". Tinha havido referências anteriores à revogação do Artigo XXII dos estatutos. A enorme dificuldade que tivéramos para entrar em contato com o sr. Plantard durante a primavera e o verão, e mais ainda para marcar um encontro com ele, podia também ter sido reflexo de alguma conturbação no seio do Prieuré. Sob esse aspecto, o bilhete a nós endereçado que o sr. Plantard anexou às duas cartas de renúncia era particularmente interessante. Escrevia-nos, dizia ele, para enviar cópias de seus documentos confi-denciais de renúncia e para confirmar que desde março de 1984 recusara ificia1mente todo e qualquer encontro ou entrevista cujo objetivo se relacionasse de algum modo com o Prieuré de Sion. Esta afirmação em itálico era enfaticamente sublinhada no texto do bilhete. Parecia que este consti-tuía uma declaração oficial, para ser vista e aprovada (ou desaprovada) por outros membros da Ordem. O sr. Plantard estava deixando claro não só para nós, mas para mais alguém, que não discutira coisa alguma sobre o Prieuré desde o último mês de março. Quando se encontrara conosco no fim de setembro, os sessenta dias requeridos para que sua renúncia tivesse efeito já tinham transcorrido. Falara conosco já não mais como grão-mestre e nem mesmo como membro do Prieuré, mas em caráter meramente pessoal. Enquanto conversávamos a uma mesa no La Típia, um novo grão-mestre já fora presumivelmente escolhido, ou pelo menos proposto. ( Pode muito bem ter sido chantageado ou ameaçado para resolver tomar essa decisão, chantagem, ameaça e até assassinato para proteger segredos são procedimentos padrões dentro dessas ordens ocultistas ) A renúncia do sr. Plantard foi acompanhada de uma escassez geral de informação. Louis Vazart, para quem telefonamos ao receber a notícia, mostrou-se visivelmente transtornado. Nada disse, porém, a não ser que fora um duro golpe e que agora provavelmente ocorreriam mudanças significativas, "nem todas boas". O marquês de Chérisey se recusou a responder qualquer de nossas muitas cartas e tam-bém não conseguimos lhe falar por telefone. O sr. Plantard tornou-se igualmente arisco, exceto por um protocolar cartão com votos de feliz ano novo." Sub capítulo "Explicações contraditórias": "A nosso ver, havia pelo menos quatro explicações possíveis para a renúncia do sr. Plantard:
1. Tínhamos documentado um Prieuré de Sion histórico desde o século XII até o século XVI. A partir de 1619, contudo, a Ordem se tornara cada vez mais clandestina, por vezes atuando sob os nomes de outras organizações, por vezes sumindo de vista por completo. Talvez ela tivesse deixado de existir e o Prieuré de Sion atual, registrado em 1956, fosse mera invenção - algum tipo de jeu d'esprit, perpetrado por razões desconhecidas pelo sr. Plantard e alguns amigos mais chegados, que se tinham valido de documentos oriundos do Prieuré original. Fosse qual fosse o jogo, fossem quais fossem seus objetivos, ele fora levado adiante pelo menos nos últimos trinta anos, embora não tivesse havido nenhuma tentativa óbvia de tirar proveito das possibilidades financeiras que gerara. Mas (se esse cenário estivesse correto), em algum momento no curso de 1984, o sr. Plantard concluíra que fora longe demais - talvez em decorrência de nossas investigações, talvez em decorrência de alguma outra coisa. Os nomes associados com a Guardian Assurance, e mais ainda os nomes associados com o First National Bank of Chicago, podem ter representado uma extrapolação dos limites da prudência e suscitado o espectro de sérias repercussões legais ou talvez de exposição pública embaraçosa. Em conseqüência, o sr. Plantard concebera uma manobra para tirar de cena todo o caso. Afirmando ter renunciado ao Prieuré, podia sustentar nada mais saber sobre suas atividades. A verdade seria, contudo, que, com a "renúncia" do sr. Plantard o Prieuré de Sion simplesmente deixara de existir. ( Creio que não, ainda mais considerando a bizarra reação de Gaylord Freeman quando confrontado com sua assinatura em um documento que supostamente desconhecia, além de sua ligação com figuras politicas britânicas que demonstravam interesse em documentos associadas a Dinastia Merovíngia, além da ligação do primeiro banco de Chicago com uma corporação ao que esses mesmo politicos britânicos estavam envolvidos )
2. O Prieuré de Sion existia como organização genuína e legítima, com recursos e influência indeterminados, mas o próprio sr. Plantard caíra em descrédito. Talvez tivesse passado dos limites ao nos enviar o documento com as assinaturas dos srs. Drick, Freeman e Abboud, revelando assim alguma coisa sobre o funcionamento da Ordem que não estava autorizado a divulgar. Talvez o sr. Chaumeil ou outra pessoa possuísse materiais que, se publicados, poderiam ser seriamente comprometedores, no plano político ou em outro. Talvez o governo francês, ou quem quer que estivesse pretensamente depositando fundos na conta do banco suíço, estivesse dificultando as coisas. De todo modo, o sr. Plantard se teria tornado uma ameaça, real ou potencial, para a Ordem, e o que de melhor pudera fazer no interesse desta fora afastar-se. Era possível até que tivesse sido pressionado a fazê-lo - seja por fatores externos, como as maquinações de um ou outro serviço de informações, ou por facções internas, como o "contingente anglo-americano".
3.Devíamos tomar as cartas de renúncia ao pé da letra, sem lhes atribuir qualquer outro significado adicional. Pelas razões nelas declaradas, o sr. Plantard decidira voluntariamente renunciar. Seus confrades estariam tão perplexos quanto Louis Vazart e nós mesmos, e logo um novo grão-mestre seria escolhido, se é que já não fora.
4. O Prieuré de Sion registrado em 1956 podia ter sido uma invenção do sr. Plantard. Podia ter sido uma influente sociedade secreta internacional. Podia ter sido qualquer coisa entre esses dois extremos. Fosse como fosse, naquele momento o sr. Plantard considerava aconselhável se esquivar da curiosidade de estranhos, inclusive da nossa. Em conseqüência, montara uma espécie de charada. Apesar da sua pretensa renúncia, continuaria exercendo suas funções como antes; e era plausível admitir que, embora permanecendo como membro ativo da Ordem, e talvez até seu grão-mestre, negasse qualquer conhecimento das suas atividades. Em dezembro de 1983, ele revogara o Artigo XXII do~ estatutos. Na verdade, invertera-o, ordenando a todos os membros do Prieuré que negassem e repudiassem sua afiliação. Ao redigir uma carta ostensiva de renúncia, estaria simplesmente pondo-se ele próprio em conformidade com seu novo edito. Nesse caso, sua renúncia era uma farsa.
Pelo que podíamos ver, havia essas quatro possibilidades. Havia também, é claro, variações e combinações delas. Sem dúvida o sr. Plantard parecia estar sofrendo pressão a partir da própria Ordem - provavelmente do "contingente anglo-americano". Parecia também estar sujeito a pressão vinda de fora, na forma de intervenções externas não identificadas. Havia ainda a questão da desinformação deliberada. Sem dúvida, em parte ela fora disseminada pelo próprio sr. Plantard, mas em parte tinha também outras origens. Havíamos suposto de início que a desinformação destinava-se especificamente a nós, quando de fato parte dela tivera por alvo também o sr. Plantard. A medida que refletíamos sobre a situação, outra explicação possível para a renúncia do sr. Plantard ficou clara de repente; se provasse ter algum fundamento, ela seria a mais explosiva e sensacional de todas. Uma semana depois de recebermos o pacote do sr. Plantard, chegou-nos um outro panfleto anônimo - ou melhor, sob pseudônimo. Era assinado simplesmente "Cornelius" e, como no caso do primeiro panfleto, pretendia noticiar o próximo lançamento de um livro, da autoria de "Cornelius" e intitulado Os escândalos do Prieuré de Sion. Lamentavelmente, não podemos citar esse panfleto.
No momento, ele é um documento extremamente perigoso já que nenhuma de suas alegações foi provada e ele contém pelo menos uma dezena de libelos contra personalidade internacionais muito conhecidas. Podemos, no entanto, apresentar um resumo de alguns dos pontos principais.
1. O ex-banqueiro Michele Sindona estava nessa época cumprindo pena de prisão na Itália por fraude e sob outras acusações de cumplicidade no assassínio de um investigador italiano, Giorgio Ambrosoli. (Sindona morreu em 1986, após beber uma xícara de café envenenado.) Segundo "Cornelius", o assassínio de Ambrosoli foi de fato cometido a mando de um destacado político italiano, ainda ativo nos negócios do país. Esse homem, alega "Cornelius", é também membro graduado do Prieuré de Sion, tendo contribuído para a eleição de Pierre Plantard como grão mestre em 1981. Insinua que o assassino está envolvido no escândalo do Banco Ambrosiano, o ex-banco do Vaticano, e com o caso que culminou na misteriosa morte do banqueiro italiano Roberto Calvi, encontrado enforcado sob a Blackfriars Bridge em Londres em 1982. ( Muito provavelmente o Papa João Paulo I foi morto justamente por tentar investigar as finanças do banco do Vaticano e seu suposto envolvimento com a mafia ( que é um braço importante da ordem dos Illuminatis a muito tempo ), depois de ser morto o Papa João Paulo II não deu continuidade a investigação, quem quiser mais informações a respeito desse episódio, eu sugiro que procurem ler livros do jornalista Inglês David Yaloop ( Se não me engano se escreve assim seu nome ) )
3.Em maio de 1974, o cardeal Jean Danielou, principal porta-voz do Vaticano na época sobre a questão do celibato clerical, foi encontrado morto em circunstâncias que deram margem a muitos boatos e rumores maliciosos. Um strip-teaser de boate estava envolvido. Uma soma substancial de dinheiro também. I Quando jovem, o cardeal Danielou fora muito ligado a Jean Cocteau ( Que foi supostamente grão mestre do Priorado até tempos contemporâneos e foi quem levou o Priorado ao conhecimento público por razões desconhecidas, talvez com o mesmo intuito que eu creio que tinha Pierre de Plantard ), cujo Oedipus rex traduziu para o latim, o que o projetou nos círculos intelectuais franceses. Por meio de sua ligação com Cocteau, é provável que o cardeal tenha conhecido Pierre Plantard de Saint-Clair. Segundo "Cornelius", o cardeal estava envolvido em transações financeiras secretas com o Prieuré de Sion. Teria também desempenhado um papel nas maquinações de Michele Sindona e outros banqueiros. Sua morte - oficialmente atribuída a um ataque cardíaco - é evasivamente imputada por "Cornelius" a causas não acidentais.
4. "Cornelius" alega ainda que o Prieuré de Sion estaria estreitamente associado tanto com a Máfia italiana como com a loja maçônica italiana conhecida como P2, que provocou enorme sensação quando sua existência, atividades e composição foram descobertas e tomadas públicas em 1981. Há menção específica ao assassínio de um general italiano - general Dalla Chiesa pela Máfia e a dois grandes escândalos financeiros italianos. ( A Loja P2 gerou um grande escandâlo nesse pais ao ser descoberto documentos secretos dela na Italia que desmascaravam uma conspiração para subverter e tomar o poder desse pais, membros de alta posição politica eram membros da ordem, e segundo um juiz se lembro bem havia evidências que naquele tempo a loja depois da investigação e escandâlo se mantinha ativa e poderosa na italia, nos livros de David Yaloop esse assunto é coberto eu acho, pelo menos um livro que fala sobre o Papa João Paulo II que eu li dele dá cobertura ao assunto sim )
5. Em 19 de janeiro de 1981 - isto é, dois dias depois que Pierre Plantard de Saint-Clair foi eleito grão-mestre do Prieuré de Sion -, um membro graduado da Ordem teria tido, segundo "Cornelius", um encontro com Licio Gelli, grão-mestre da P2. O encontro teria ocorrido no restaurante La Tipia, na rua Rome, em Paris.
É preciso frisar que, apesar de intensas investigações, não nos foi possível confirmar de modo algum qualquer das alegações de "Cornelius". Em face disso, seu panfleto só pode ser encarado como torpe-mente calunioso e está, como dissemos, sujeito a efeitos penais. Pelo que sabemos, foi amplamente distribuído. Suas alegações estão sem dúvida sendo investigadas neste momento por jornalistas - ou já foram descartadas como carentes de fundamento. Mas, se vier a ser provado que qualquer das alegações de "Cornelius" tem algum grau de validade, estaremos bulindo num vespeiro especialmente assustador. Seja como for, e por força apenas de seu panfleto, "Cornelius" conseguiu enfiar no mesmo saco o Prieuré de Sion, a Máfia e a P2. Mesmo que só na mente das pessoas, situou as atividades do Prieuré de Sion no obscuro submundo dos negócios europeus - em que a Máfia se imbrica com sociedades secretas e agências de espionagem, em que grandes empresas se aliam ao Vaticano, em que imensas somas de dinheiro são gastas para fms clandestinos, em que as linhas de demarcação entre política, religião, espionagem, altas finanças e crime organizado começam a se dissolver. Isso por si só poderia ter levado o sr. Plantard a renunciar, ou a mergulhar na obscuridade, junto com o Prieuré de Sion. ( Considerando o escândalo e repercussão que esse episódio teve na Italia, certamente explicaria a volta do Priorado ao anonimato se ele fosse tão intimamente ligado a P2, não duvido que possa ser verdade, mais vai saber )" Sub capitulo "O Prieure desaparece": "Com a renúncia do sr. Plantard, as informações sobre o Prieuré de Sion cessaram por completo. O próprio sr. Plantard tomou-se mais arredio do que nunca, ficando cada vez mais difícil contatá-lo, mesmo por telefone. Louis Vazart tomou-se claramente mais reticente que antes, ao passo que outras pessoas pareciam ter sumido. Em julho de 1985, como todos os que o conheciam, ficamos pesarosos com a notícia da morte de Philippe, marquês de Chérisey. Fosse qual fosse a natureza do Prieuré de Sion, e fosse qual fosse o papel do sr. Chérisey nele, era ele sem dúvida a pessoa mais sociável, mais dotada de talento criativo, mais original e talvez mais brilhante que tínhamos encontrado no curso da nossa investigação. Era também um romancista extraordinariamente bem-dotado, merecendo, num nível puramente literário, mais reconhecimento do que recebeu.Após a renúncia do sr. Plantard, o Prieuré de Sion se tomou de fato invisível. Desde 1956 ele fora mais ou menos acessível aos que o investigavam com suficiente empenho. Desde 1979, tínhamos tido um canal direto de comunicação com ele e com seu grão-mestre; durante algum tempo, após a publicação do nosso livro anterior, o Prieuré parecera disposto a assumir um perfil de razoável destaque. Agora, de repente, ele voltava a mergulhar na sombra, correndo um véu sobre suas ativi-dades, sem deixar pista. Fossem quais fossem os objetivos e prioridades do "contingente anglo-americano" no interior da Ordem, e os interesses externos que pudessem estar envolvidos, eles pareciam ter tido êxito em comprometer, senão em depor, o sr. Plantard - conseguindo ao mesmo tempo mergulhar todo o Prieuré na obscuridade. Ao mesmo tempo, nossas próprias pesquisas já haviam começado a nos conduzir em certas direções não de todo incompatíveis com aquelas apontadas por "Comelius". Não podíamos dar crédito às alegações que vinculavam o Prieuré com a P2 e a Máfia. Não havia nenhum indício que comprovassem essas afirmações. Não podíamos dizer nem mesmo se essas organizações, caso estivessem envolvidas, estavam ao lado do Prieuré ou contra ele. O panfleto de "Cornelius" - anunciando um livro que na verdade nunca foi publicado - podia sem dúvida ter sido uma tentativa de desacreditar o Prieuré por meio de puras falsidades, e não pela revelação de algum de seus segredos. ( Ou a publicação do livro foi suprimida mesmo, vai saber )
Apesar disso, ficava cada vez mais claro que o Prieuré de Sion tinha de fato interesses e realmente atuava numa esfera um tanto dúbia uma esfera em que partidos democrata-cristãos da Europa, vários movimentos em prol da unidade européia, grupelhos monarquistas, variantes atuais das ordens de cavalaria, seitas maçônicas, a CIA, os Cavaleiros de Malta e o Vaticano se enredavam, se uniam temporariamente para um ou outro fim específico, voltando depois a se separar. A questão fundamental era onde, precisamente, o Prieuré se encaixava nessa trama de organizações e interesses frouxamente articulados. Era uma das muitas pequenas associações manipuladas como peões por forças mais poderosas, mais obscuras? Pusera-se conscientemente à disposição dessas forças, com base numa hierarquia de valores genuinamente partilhada ou por força de uma comunhão temporária de interesses? Ou era na verdade uma das forças que puxavam os cordões?" Capitulo 22 "Resistência, Cavalaria e os Estados Unidos da Europa": "Em nossa pesquisa anterior, tínhamos procurado seguir o rasto do Prieuré de Sion em séculos passados e assim confirmar a sua existência. Em outras palavras, tínhamos tentado verificar a correção, ou pelo menos a plausibilidade, das alegações feitas hoje pela Ordem no tocante à sua própria linhagem. Tivemos um êxito surpreendente, que desarmou nosso ceticismo inicial. O próprio Prieuré afirmava ter sido criado com o nome "Ordre de Sion", em 1090 - ou, segundo outros relatos, em 1099. Pudemos apurar, com base em evidências documentadas de primeira mão, que uma abadia foi de fato fundada em 1099 no monte Sião, em Jerusalém, e confiada aos cuidados de uma misteriosa mas explícita ordem de religieux. Em 19 de julho de 1116 o nome Ordre de Sion já figurava em cartas régias e outros documentos oficiais. Encontramos outra carta régia, datada de 1152 e com o selo do rei Luís VII da França, que conferia à Ordem a sua primeira sede na Europa, em Orleães. Uma outra carta, datada de 1178 e com o selo do papa Alexandre III, confirmava certas propriedades fundiárias da ordem não só na Terra Santa, como na França, na Espanha e por toda a península italiana – na Sicília, em Nápoles, na Calábria e na Lombardia. Fomos informados de que, até a Segunda Guerra Mundial, havia vinte documentos referentes especificamente à Ordre de Sion nos Arquivos Municipais de Orleães, mas dezessete deles tinham sido perdidos durante um bombardeio aéreo. Pudemos assim confirmar as afirmações do Prieuré atual com relação a suas origens e ao primeiro século de sua existência. De maneira semelhante, pudemos confirmar outras alegações relativas à história posterior da Ordem. Além de simples datas e listas de propriedades fundiárias, pudemos também conferir as ligações do Prieuré com uma entremeada rede de famílias nobres, que se pretendiam todas descendentes da dinastia merovíngia, que reinou na França entre os séculos V e VIII. Assim, por exemplo, a família descendente de um cavaleiro bastante obscuro, um tal Jean de Gisors, que desempenhou papel de relevo nas atividades da Ordem, provou-se ligada à família de Hugues de Payen, primeiro grão-mestre dos Templários. De importância comparável na história da Ordem, e também ligada a Payen por parentesco, era a família Saint-Clair, ancestral de Pierre Plantard de Saint-Clair, atual porta-voz da Ordem e seu grão-mestre de 1981 a 1984. Na verdade, nossa pesquisa verificou cabalmente algo apenas insinuado nas afirmações da Ordem atual: que o Prieuré de Sion, ao longo de sua história, foi em grande parte uma questão de família, uma organização centrada em determinadas casas reais e aristocráticas. O Prieuré era nominalmente citado em fontes que iam desde o século XII até o início do século XVII. Nessa altura, segundo documentos datados de 1619, a Ordem teria caído no desagrado do rei Luís XIII de França, que a expulsou de sua sede em Orleães e transferiu suas instalações para os jesuítas. Depois disso, o Prieuré de Sion parece desaparecer dos registros históricos, pelo menos sob esse nome, até 1956, quando surge novamente, registrado no Journal Officiel francês. No entanto, a Ordem fazia repetidas menções a certas atividades que teria desenvolvido entre 1619 e o século XX, a certos eventos históricos em que teria desempenhado um papel, a certos desdobramentos históricos em que teria tido algum tipo de interesse. Quando examinamos os eventos e desdobramentos em questão, encontramos irrefutável evidência do envolvimento de um núcleo organizado e coeso trabalhando de maneira orquestrada nos bastidores, por vezes usando outras instituições como fachada. Esse núcleo não era especificamente nomeado, mas tudo indicava tratar-se realmente do Prieuré de Sion. Mais ainda, ele revelava envolver precisamente a mesma rede de famílias interligadas que reivindicavam descendência merovíngia. Quer se tratasse das intrigas e das guerras de religião do século XVI, da insurreição conhecida como Fronda no século XVII ou das conspirações maçônicas do século XVIII, sucessivas gerações precisamente das mesmas famílias tinham estado implicadas, atuando segundo um modelo único e constante. Com base nisso, foi-nos possível concluir que de fato havia um tipo de conexão linear direta entre o Prieuré de Sion do presente e a Ordem do mesmo nome que fora expulsa de sua sede em Orleães em 1619. Parecia claro que, durante aquele intervalo de cerca de 330 anos, o Prieuré tinha sobrevivido e continuado a atuar, ainda que sob diferentes fachadas ou por meio de várias outras organizações. Foi possível associá-lo, por exemplo, à Compagnie du Saint-Sacrement do século XVII na França, a um conclave de clérigos extremamente heterodoxos, senão heréticos, baseado na igreja de Saint-Sulpice em Paris, aos misteriosos e elusivos "rosa-cruz" alemães do início do século XVII, a certos ritos da franco-maçonaria do século XVIII, a conspirações políticas e sociedades secretas esotéricas do século XIX. Através de organizações como essas e dos vínculos recorrentes que as mesmas famílias mantinham com elas, um contínuo ininterrupto se estendia desde 1619 até a época atual. Mas, o que dizer sobre o presente? No nosso primeiro encontro com o sr. Plantard, em 1979, ele definira sua posição inequivocamente. Disse não ter qualquer objeção quanto a discutir a história da Ordem. Quanto ao futuro, porém, só faria alusões veladas, não estando disposto a dizer coisa alguma sobre o presente. É verdade que alterara ligeiramente essa posição durante os anos de 1983 e 1984 - pelo menos a ponto de nos mostrar os documentos autenticados que pretensamente teriam trazido os pergaminhos de Sauniere para a Inglaterra, e o exemplar da "Mise en Garde" com as assinaturas dos srs. Drick, Freeman e Abboud. Estes nos haviam levado ao conselho diretor da antiga Guardian Assurance Company e ao First National Bank of Chicago. Nada, porém, pudera ser conclusivamente elucidado, definitivamente provado. Tínhamos simplesmente andado às cegas em meio a um nevoeiro de desinformação, e nossas diligências suscitavam tantas questões quantas respondiam, senão mais. Ao investigar o Prieuré hoje, tínhamos às vezes a impressão de estar investigando uma quimera ou uma miragem. Ele sempre recuava quando nos aproximávamos.
Tomava-se intangível no exato momento em que tínhamos a impressão de tê-Io agarrado, só para se materializar em outro ponto, alguns passos à nossa frente. Surgiam indícios que, quando examinados, se anulavam uns aos outros, ou só aumentavam a confusão, ou se espiralavam, formando um prisma de espelhos refrativos. Não fomos os únicos a ter esse tipo de impressão. No ano seguinte ao da renúncia do sr. Plantard, contratamos os serviços em tempo integral de uma pesquisadora profissional. A mulher em questão tinha mais de 35 anos de experiência, tendo .trabalhado em projetos de vários autores renomados. Tanto ela quanto seu marido, um ex-militar que lutara na Resistência, tinham muitas relações bem-situadas e acesso a esferas em que nós, como estrangeiros, não podíamos penetrar. Não há dúvida de que ela tinha mais habilidade do que nós no trato com as instituições francesas, fossem bibliotecas e arquivos ou órgãos do governo. Residindo na França, tinha obviamente melhores condições de passar semanas inteiras perseguindo uma única pista num ou noutro labirinto específico. Se determinado órgão estava fechado em dado momento, ou determinada pessoa não podia ser contatada, ela podia sempre retomar no dia seguinte, ou na semana seguinte se necessário. Ela nos forneceu um conjunto de informações extremamente valioso. Exumou fragmentos de informação de fontes muitas vezes improváveis e conduziu suas investigações com admirável firmeza. Recusava-se a se deixar desencorajar, intimidar ou deter por fanfarronadas, cavilações ou evasivas. Apesar de tudo isso, confessou-nos que nunca, em toda a sua experiência, havia encontrado tantos impasses, portas fechadas, negativas hipócritas e contradições misteriosas. Praticamente em todas as entrevistas que fizera para nós, a cortesia e o desejo de ajudar se transformavam em reticência, reserva ou mesmo hostilidade tão logo ela abordava certas áreas. Perguntamos tanto a ela quanto ao marido como viam todo aquele caso, a que conclusões as investigações que tinham feito os levavam. Foram bastante enfáticos. Inquestionavelmente, disseram, havia algum tipo de farsa." Sub capitulo "A Revista Vaincre": "Apesar de tudo, foi possível exumar pelo menos alguma informação, não só do próprio Prieuré de Sion mas de fontes independentes. A despeito da atitude evasiva do sr. Plantard e da barreira de desinformação e de reticência das autoridades, conseguimos saber alguma coisa sobre a Ordem e seu antigo grão-mestre. Os dados que obtivemos nos permitiram monitorar algo das suas atividades, pelo menos desde a Segunda Guerra Mundial. Pouco depois do nosso primeiro encontro com o sr. Plantard, ele nos enviara uma declaração datada de 11 de maio de 1955 e feita em Paris por um certo Poirier Murat, que se apresentava como cavaleiro da Légion d'Honneur, detentor da Medaille Militaire e ex-oficial da Resistência francesa. O sr. Murat declarava conhecer o sr. Plantard desde 1941. Declarava ainda que o sr. Plantard, entre 1941 e 1943, editara uma "revista da Resistência", intitulada Vaincre. O documento declarava ainda que o sr. Plantard fora mantido pela Gestapo na prisão de Fresnes de outubro de 1943 até fevereiro de 1944.
Procuramos checar a veracidade das afirmações do sr. Murat. Assim, escrevemos para o Exército francês, que respondeu dizendo não possuir os arquivos relativos e sugerindo que entrássemos em contanto com o diretor-geral dos Archives de France. O exército encaminhou também nossa carta para a Préfecture de Police de Paris, que nos aconselhou entrar em contato com o diretor da prisão de Fresnes. Quando escrevemos para o diretor-geral dos Archives de France, fomos instruídos a entrar em contato com os Arquivos Departamentais, em Paris. Os Arquivos Departamentais também nos aconselharam a escrever diretamente para a prisão de Fresnes. Em resposta às nossas indagações, Fresnes quis saber por que nós as estávamos fazendo e pediu detalhes sobre a nossa pesquisa. Escrevemos de volta, anexando detalhes concementes e fotocópias, entre as quais a declaração de Poirier Murat. Não recebemos resposta. Era esse tipo de coisa que havíamos encontrado reiteradamente no curso de nossas investigações. Mas foi também esse tipo de coisa que nossa pesquisadora se revelou particularmente capaz de enfrentar. A força de persistência, ela acabou por arrancar uma resposta de Fresnes. Esta não foi, contudo, muito esclarecedora: "... após pesquisar as fichas dos que estiveram presos em Fresnes, não encontramos qualquer sinal de que o sr. Plantard tenha passado por este estabelecimento entre outubro de 1943 e fevereiro de 1944." Teria Poirier Murat - cavaleiro da Legião de honra, detentor da Medalha Militar e exoficial da Resistência francesa - mentido em sua declaração? Se mentira, por quê? Se não mentira, por que não havia registro da prisão do sr. Plantard em Fresnes? Teria o registro sido removido? Ou, por alguma razão desconhecida, o registro nunca fora feito? Nossas tentativas de localizar Vaincre, a "revista da Resistência" a que o sr. Plantard estivera ligado, foram muito mais bem-sucedidas. Encontramos seis números da Vaincré e, ao que parece, só esses foram publicados. Contrariando nossas expectativas, não se tratava de um jomaleco feito às ocultas e mal produzido. Aqueles exemplares nada tinham de clandestinos. Eram impressos em papel de excelente qualidade, o que não era fácil de obter na França na época, e incluía ilustrações e fotografias. No primeiro número era claramente declarado que a revista fora impressa pela firma de Poirier Murat, com uma tiragem de 1.379 exemplares. No sexto número a tiragem declarada era de 4.500 exemplares. No conjunto, a Vaincre representava um empreendimento que não poderia ter-se realizado sem algum conhecimento por parte das autoridades. Representava também um empreendimento necessariamente sustentado por uma verba substancial.
Com base nos seis números que conseguimos obter, era difícil encarar a Vaincre como uma "revista da Resistência". Os artigos nela publicados, de colaboradores identificados e em alguns casos muito conhecidos, tratavam basicamente de uma combinação de esoterismo, mito e pura fantasia. Falava-se muito sobre a Atlântida, por exemplo ( O continente perdido da Atlântida tem uma importância muito grande dentro de ordens ocultistas, especialmente na ordem Rosacruz e dentro da Teosofia ). Dava-se particular ênfase a uma antiga "sabedoria tradicional" celta ( Possivel referência aos sacerdotes Druidas do povo Celta ) e os temas e imagens míticos em que ela sobrevivera. Havia também o tempero liberal de uma espécie de teosofia neozoroástrica ( Zoroatrismo é uma religião pagã persa com um conceito de bem e mal similar ao da escola de mistérios do Egito, com um principio divino de luz e outro de escuridão ( Hórus/A. Mazda, Set/Arimã ) , e Teosofia é uma organização muito importante dentro do plano da nova ordem mundial, já falei disso com detalhes em outras matérias ), com iniciados tibetanos e cidades ocultas no Himalaia ( Provavelmente referência aos lendários paises em outra dimensão dentro do planeta, de Shamballa e Agartha da qual a Teosofia fala com detalhes, aonde os grande mestres espirituais da Teosofia e Fraternidade Branca residiriam, eles seriam subordinados a Lúcifer de acordo com os ensinamentos de Blavatisky que foi a criadora dessa Sociedade que segundo ela é o unico Deus desse mundo ( Provavelmente esses mestres espirituais que promovem ensinamentos baseados em religiões pagãs do oriente e são promovidos por agentes da Nova Ordem Mundial não passam de anjos caidos ou demônios ). Acima de tudo, no entanto, a Vaincre se propunha ser o órgão de uma organização, ou ordem, especifica, chamada Alpha Galates. Sob a ocupação alemã e o governo de Vichy, sociedades secretas, inclusive a franco-maçonaria, foram estritamente proibidas, e a afiliação a qualquer delas estava sujeita a penas rigorosas. Por isso, a Alpha Galates não se qualificava em absoluto como uma sociedade secreta, embora, evidentemente, não fosse outra coisa. Em vez disso, apresentava-se, de maneira muito explícita, como uma ordem de cavalaria, ou de neocavalaria. Os principios da cavalaria eram enfaticamente repetidos e a maior parte dos artigos da Vaincre tratava de temas ligados àcavalaria: tanto da França como fonte suprema da cavalaria quanto do papel da cavalaria no mundo moderno. Segundo a Vaincre e a Alpha Galates, a cavalaria seria o instrumento de uma renovação nacional da França: "... uma cavalaria é indispensável, porque nosso país não pode renascer exceto por meio de seus cavaleiros". ( Me parece que a ordem era uma fachada ou ordem subordinada ao Priorado naquela epoca, os Nazistas suprimiam ordens ocultistas para monopolizar essa atividade e o poder que ela poderia proporcionar, na epoca do Nazismo foi instituida uma religião pagã nórdica, uma divisão especializada no ocultismo, e Hitler mesmo segundo ocultistas contemporâneos dele teria se envolvido com ordens ocultistas, como a Vrill e especialmente a Thule Geselchaft ) Quando a cavalaria surgiu, durante a chamada Idade das Trevas, ou Idade Média, a instituição repousava em bases especificamente espirituais. Títulos convencionais de nobreza - por exemplo, barão, conde, marquês, duque - denotavam posição social e política, terras, linhagem. O cavaleiro, no entanto, conquistava suas esporas e sua espada mediante sua própria virtude pessoal- ou, mais precisamente, sua vertu - e pureza moral. Mais tarde o conceito de cavalaria foi progressivamente degradado, acabando por reduzir-se a uma pequena recompensa por algum tipo de serviço, ou até a verniz na imagem pública de um primeiro-ministro. A Vaincre e a Alpha Galates, no entanto, insistiam na cavalaria em seu sentido original e tradicional: "O Chevalier não pode viver sem o ideal espiritual, que será o manancial de força moral, intelectual e espiritual através das gerações vindouras." Quando a cavalaria surgiu, durante a chamada Idade das Trevas, ou Idade Média, a instituição repousava em bases especificamente espirituais. Títulos convencionais de nobreza - por exemplo, barão, conde, marquês, duque - denotavam posição social e política, terras, linhagem. O cavaleiro, no entanto, conquistava suas esporas e sua espada mediante sua própria virtude pessoal- ou, mais precisamente, sua vertu - e pureza moral. Mais tarde o conceito de cavalaria foi progressivamente degradado, acabando por reduzir-se a uma pequena recompensa por algum tipo de serviço, ou até a verniz na imagem pública de um primeiro-ministro. A Vaincre e a Alpha Galates, no entanto, insistiam na cavalaria em seu sentido original e tradicional: "O Chevalier não pode viver sem o ideal espiritual, que será o manancial de força moral, intelectual e espiritual através das gerações vindouras." Segundo a Vaincre, a Alpha Galates tinha sido registrada no Journal Officiel francês em 27 de dezembro de 1937. Uma verificação nesse órgão de julho de 1937 a abril de 1938, contudo, não revelou essa entrada. Do Ministério da Defesa francês, quando lhes escrevemos, disseram que nunca tinham ouvido falar nem da Vaincre nem de Alpha Galates e não tinham registro desses nomes. A Chefatura de Polícia francesa negou qualquer conhecimento - embora mais tarde tenhamos sabido que o equivalente francês de uma Divisão Especial possuía na verdade um dossiê sobre a Alpha Galates e seus líderes. De todo modo, e a despeito das negativas oficiais, a Vaincre realmente existiu, como existiram seus colaboradores, entre os quais se incluíam, ao que tudo indica, vários membros da Alpha Galates. Um dos colaboradores da Vaincre foi Robert Amadou, agora um conhecido escritor sobre temas esotéricos e maçônicos, martinista e oficial de uma loja maçônica pertencente à Grã-Loja Suíça Alpina. Outro destacado colaborador foi o professor Louis Le Fur, conhecido publicista de direita antes da guerra. Posteriormente, é claro, caiu em descrédito em razão de seu apoio ao governo de Vichy. Durante a ocupação alemã, contudo, gozou de certa reputação como comentador de assuntos culturais e foi nomeado por Pétain para um importante cargo na área da educação. Na época, Louis Le Four era um nome de peso. Ele não se teria associado publicamente a uma revista como a Vaincre a menos que a considerasse uma iniciativa séria e louvável. Em um de seus artigos, o próprio Le Fur declara ter sido membro da Alpha Galates durante oito anos. Entre os outros membros da Ordem, ele cita Jean Mermoz, aviador falecido antes da guerra, e Gabriel Trarieux d'Egmont, escritor sobre temas esotéricos e poeta místico sem grande expressão, cujo nome ainda desperta certo respeito. Segundo a Vaincre, os membros da Alpha Galates se dividiam em duas grandes categorias, a "Legião" e a "Falange". O papel da Legião não é especificado. O da Falange é definido como de pesquisa filosófica e de instrução de futuros cavaleiros. O interessante é que, segundo os estatutos de 1956 registrados na Chefatura de Polícia francesa em Annemasse, o Prieuré de Sion também era dividido nessas duas categorias de Legião e Falange.
Baseados em parte nisso, supusemos de início que Alpha Galates podia ser apenas mais uma fachada do Prieuré de Sion. Verificamos, contudo, que provavelmente não era esse o caso. O sr. Plantard nos afirmou pessoalmente que só entrou no Prieuré em 10 de julho de 1943. Na carta que acompanhou sua renúncia, repetiu essa afirmação e acrescentou que ingressara no Prieuré sob os auspÍcios do padre François Ducaud-Bourget. Sua ligação com a Vaincre e com a Alpha Galates, por outro lado, datava de pelo menos um ano antes. A partir dessa cronologia, a Alpha Galates e o Prieuré de Sion pareciam ser duas organizações independentes - a menos, é claro, que a primeira fosse uma espécie de extensão, ou talvez um serviço de recrutamento, da primeira. Fosse como fosse, se o Prieuré admitira o sr. Plantard, devia apreciar o que a Alpha Galates fazia. E, sob muitos aspectos, a orientação das duas ordens parecia muito similar, senão idêntica. Isso fica particularmente evidente na ênfase dada à cavalaria. Além disso, alguns colaboradores da Vaincre figuram mais tarde em publicações vinculadas ao Prieuré.
Já no primeiro número da Vaincre, seu editor e diretor é chamado de "Pierre de France" e tem sua fotografia publicada. A fotografia é indubitavelmente a de um jovem sr. Plantard, na época com 22 anos. Em 21 de setembro, a Vaincre noticia que Pierre de France tomara-se grão-mestre da Alpha Galates. No quarto número, de 21 de dezembro de 1942, o nome Pierre de France é emendado, aparecendo como Pierre de France-Plantard. Seu endereço - rua Lebouteux n° 10, Paris 17° - é dado como o endereço do quartel-general ou escritório central da Alpha Galates. Apesar de seu caráter mítico e cavaleiroso, a Vaincre não deixa de ter uma orientação política. Como parece indicar o envolvimento de Louis le Fur, a revista é explicitamente pró- Vichy e por vezes efusivamente ardorosa na defesa de Pétain. O primeiro número contém um hino a Pétain, e a Alpha Galates é qualificada como "uma Grã-Ordem de Cavalaria", "a serviço da pátria" e "com o marechal". Ocasionalmente, aparecem também nas páginas da Vaincre torpes afirmações anti-semitas que fazem eco aos mais fanáticos delírios da propaganda nazista. "Para restaurar nossa pátria em sua grandeza... é preciso erradicar... falsos dogmas... e os princípios corruptos da outrora democrática maçonaria judaica." ( Apesar de boa parte das principais linhagens Illuminatis carregarem sangue de uma ou outra tribo de Israel, eles a muito tempo renegaram a tradição religiosa judaica antiga de onde sairia a tradição religiosa cristã contemporânea, e não demonstram simpatia alguma a outros judeus fora do seu circulo de poder que ainda seguem a tradição religiosa judaica, não é incomum eles incitarem odio contra esses e eles pretendem fazer o mesmo contra os cristãos, na verdade pode se dizer que o processo começou faz bastante tempo, mesmo no Nazismo me lembro de ler menções do livro de um historiador Judeu que falava que além de 6 milhões de Judeus, mais de 7 milhões de Cristãos foram mortos nos campos de concentração. Hitler além de ter dado muitas declarações anti-semitas falava mal do Cristianismo também. Apesar dessa ordem ocultista ser um tipo de oposição a Hitler, obviamente tanto ele quanto a liderança dessa ordem ocultista carregavam o mesmo desprezo pelos Judeus ) Por outro lado, é preciso lembrar a época e as circunstâncias em que a Vaincre foi publicada. A maior parte da França estava ocupada por tropas alemãs, a Gestapo estava por toda parte e não era possível publicar quase nada que escapasse às autoridades alemãs e a seus sabujos franceses. O sr. Plantard dificilmente teria podido publicar uma revista bem produzida como a Vaincre e apoiar De Gaulle. Tudo que aparece nas páginas da revista deve ser encarado com cautela, porque ela era impressa na expectativa de ser lida por olhos alemães. Para sobreviver, tinha forçosamente de fazer certas afirmações conciliatórias, não se desviando de maneira muito acentuada da linha oficial do regime. Quando o questionamos a respeito de certas afirmações potencialmente conciliatórias da Vaincre, o sr. Plantard, sem demonstrar maior embaraço, enfatizou esse ponto. Insinuou que, sob sua pátina pró- Vichy e petainista, a Vaincre continha mensagens e instruções que só a Resistência podia decifrar. ( Para mim isso era um pretexto para criar uma revista ocultista que incitava odio contra os Judeus, para colaborar no processo do Holocausto, que seria conveniente aos planos que os Illuminatis tinham para estabelecer a ONU e o estado de Israel que seria e é rigidamente controlado por eles até hoje ( Nazistas mesmo querendo se livrar do controle dos seus financiadores oligarcas do Ocidente, eram uteis para esse proposito e depois seriam descartados ), e não foi criado pelo bem do povo Judeu que desde então vive em pé de guerra por lá com vizinhos Arabes com quem os Judeus viviam em paz por mais de 1000 anos antes disso ) Mesmo que isso seja verdade, é difícil qualificar a Vaincre como uma "revista da Resistência". É igualmente difícil, porém, tomá-la por seu valor declarado e desprezá-Ia como nada mais que uma bizarra publicação esotérica, com claras simpatias por Vichy e Pétain. Embora conservador na politica e na religião, o padre François Ducaud Bourget desempenhou papel ativo na Resistência francesa, tendo mesmo recebido a Medalha da Resistência. Se ele de fato patrocinou o ingresso do sr. Plantard no Prieuré de Sion, é muito pouco provável que o sr. Plantard, a Alpha Galates ou a Vaincre fossem tão propensos a colaborar com os alemães como podia parecer à primeira vista. Além disso, a Vaincre tinha sido impressa por Poirier Murat, cavaleiro da Legião de Honra, detentor da Medalha Militar e oficial da Resistência francesa. Não era provável que Murat tivesse endossado uma revista como a que Vaincre parecia ser, a menos que ela tivesse realmente outro plano de atuação e prestasse serviço à Resistência. Por fim, havia, como veremos em breve, as relações posteriores do sr. Plantard com Charles de Gaulle. A inabalável hostilidade de De Gaulle aos ex colaboracionistas é bastante conhecida. Se o sr. Plantard tivesse realmente sido um colaboracionista, não teria podido desfrutar mais tarde da amizade com De Gaulle. Um outro elemento de prova pesa bastante em favor do sr. Plantard, da Alpha Galates e da Vaincre. Uma das mais abjetas publicações da França ocupada durante a guerra foi uma corrupta revista satírica intitulada Au Pilori. Tratava-se de uma publicação ardorosamente prónazista, fanaticamente anti-semita e antimaçônica. Dedicava-se a denunciar judeus e maçons, ou supostos judeus e maçons, publicando nomes e endereços, tudo fazendo para ajudar, e até bajular a Gestapo. Qualquer pessoa atacada pela Au Pilori não podia ser "de todo má". E, em 19 de novembro de 1942, Au Pilori publicou um comentário satírico debochado sobre o sr. Plantard, a Alpha Galates e a Vaincre. Não fez qualquer acusação explicita, mas procurou, da maneira mais maliciosa, ridicularizar os três. Publicou também o endereço do sr. Plantard - o que, naquelas circunstâncias, equivalia a encorajar atos de hostilidade e vandalismo por capangas partidários, senão pela Gestapo. Todo o terceiro número da Vaincre foi uma defesa contra o ataque da Au Pilori. Declarava que um membro da Alpha Galates fora expulso e sugeria que fornecera informações à Au Pilori. Na tentativa de refutar Au Pilori, Vaincre reafirmou os objetivos da Alpha Galates. Estes foram assim expressos:
1. a unidade da França em suas fronteiras geográficas e a abolição da linha de demarcação entre as zonas de ocupação alemã e aquelas sob o controle de Vichy;
2. a mobilização de toda a energia e os recursos da França para a defesa da nação e, particularmente, a conclamação dos jovens para o serviço militar obrigatório;
3.a criação de uma "nova ordem ocidental", um "cavalaria jovem européia", cuja tônica seria a "Solidariedade". Em cada nação européia, essa organização, conhecida como "Solidariedade", deveria representar "o primeiro passo dos Estados Unidos do Ocidente".
A julgar pelas circunstâncias, a defesa da Vaincre contra Au Pilori não foi convincente nem bem-sucedida. Após a publicação de mais três números a revista parou de circular, e tudo indica que o fez sob pressão. Com o desaparecimento da Vaincre, as atividades e a carreira do sr. Plantard parecem ter atravessado um período de temporária obscuridade. Alguns dos temas enunciados pela Vaincre voltariam de novo àtona, porém, sob os auspícios não só do Prieuré de Sion como de outras organizações. Para os nossos fins, o mais importante desses temas é o dos Estados Unidos da Europa. Como vimos, a Vaincre, ao se defender contra Au Pilori, declarou que os Estados Unidos da Europa - ou "Estados Unidos do Ocidente" - eram um dos objetivos primordiais da Alpha Galates. De fato, a idéia dos Estados Unidos da Europa volta à baila reiteradamente nas páginas da Vaincre. Ao lado da idéia de uma nova cavalaria européia, é um dos temas predominantes da publicação. No primeiro número, por exemplo, há a ilustração de um cavaleiro seguindo a cavalo por uma estrada rumo ao sol, que desponta no horizonte. A estrada, ao longo da qual se lê a inscrição "Estados Unidos do Ocidente", tem seu início demarcado pela data 1937. No sol que se levanta na sua extremidade está inscrito 1946. Um lado da estrada é denominado Bretanha, o outro, Baviera. ( Justamente 2 regiões tão significativas ao ocultismo associados a uma imagem retratando o planejamento de uma europa unificada ( o que é praticamente uma realidade já ) Baviera foi aonde a ordem dos Illuminati foi fundada em 1776 e Bretanha pode se referir tanto a um região na frança que é um pais significativo e importante para a Dinastia Merovíngia como aos paises associados a Grã Bretanha, aonde residia os sacerdotes druidas tão importantes no meio ocultista, sem falar nas diversas familias poderosas dentro das linhagens Illuminati que residem lá até hoje ) Muito antes da guerra, o professor Louis Le Fur fora o co-fundador de um pequeno grupo chamado "Énergie". Entre os membros desse grupo, e entre os mais íntimos colaboradores de Le Fur, estava um homem chamado Robert Schuman, que mais tarde veio a ser um destacado político francês. Schuman sonhava com a união das indústrias de carvão e aço da Europa ocidental. Via nisso, contudo, apenas um passo preliminar para a criação de uma entidade política muito mais ampla , uma federação européia, os Estados Unidos da Europa. Nos anos seguintes, Schuman, fazendo eco às idéias expressas por Le Fur e outros na Vaincre, tornou-se um dos principais arquitetos e inspiradores da Comunidade Econômica Européia."
Simbolo associado a ordem de Cavaleiros francesa Alpha Galates, que funcionou durante a ocupação Nazista na França e supostamente era ligada a Pierre Plantard de Saint Clair, descendente de merovíngios e antigo liderança do Priorado, na verdade a ordem parecia algo como uma fachada ou ordem subordinada ao próprio Priorado, ela lançava uma revista chamada Vaincre que supostamente era favoravel a resistência francesa, mais apoiava no entanto politicos colaboracionistas com o regime Nazista e emitia propaganda anti semita, o que favorecia a agenda Nazista do Holocausto, que colaboraria com a agenda da Ordem dos Illuminatis de criar um estado em Israel, rigidamente controlado por eles, além da criação da ONU, uma organização importante para empurrar sua agenda que servirá no futuro como uma parte importante do vindouro governo mundial que eles querem estabelecer. A revista francesa que era supostamente editada por Pierre de Plantard também abordava e promovia temas ocultistas.
Blog voltado a denunciar a conspiração da Ordem dos Illuminatis da Baviera que visa estabelecer uma Nova Ordem Mundial Satânica no mundo inteiro.
quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015
domingo, 22 de fevereiro de 2015
As Linhagens Illuminati - A Dinastia Merovíngia - Parte 18
Em O santo graal e a linhagem sagrada, publicamos o texto do que supostamente seriam os estatutos do Prieuré de Sion. Ele trazia o título "Sionis Prioratus", era datado de 5 de junho de 1956 e assinado pelo suposto grão-mestre da Ordem na época, Jean Cocteau. Os estatutos continham 22 artigos. Em sua maioria, eram complicados, por vezes burocráticos, por vezes ritualísticos, mas um deles, o Artigo X, se destacava por sua simplicidade mundana: "No ato de sua admissão, o membro deve fornecer certidão de nascimento e uma amostra de sua assinatura" . Em última análise, era evidentemente isso que os documentos autenticados por Patrick J. Freeman envolviam: uma certidão de nascimento e uma assinatura oficialmente autenticados. Parte do documento de 1956 provara-se inequivocamente fraudulenta. A parte correspondente do documento de 1955 estava agora necessariamente sob suspeita, mesmo que nada pudesse ser provado ou refutado a seu respeito. Uma coisa, porém, era indiscutível: Patrick J. Freeman tinha autenticado as certidões de nascimento e as assinaturas em questão.Com isto em mente, devemos retomar à citação atribuída a lorde Blackford no texto adulterado do artigo de Jania Macgillivray e citado anteriormente, na p. 223. Segundo esse texto, lorde Blackford diz:
Foram as reformas introduzidas por Jean Cocteau em 1955 que provocaram a criação [da nova organização], ao negar o anonimato aos membros da Ordem. Nessa ocasião, todos os membros foram obrigados a fornecer certidão de nascimento e uma assinatura registrada em cartório. Uma necessidade, talvez... mas uma violação da liberdade.
Cabe lembrar que essa declaração veio à luz pela primeira vez quando o artigo de Jania foi adulterado, em algum momento entre 1979 e 1981. Tínhamos recebido uma cópia dele do marquês de Chérisey em 1981 - dois anos antes que o sr. Plantard nos mostrasse os documentos autenticados com as assinaturas de homens vinculados à Guardian Assurance, de cujo conselho diretor lorde Blackford era presidente. Seria possível que os ingleses envolvidos no caso fossem membros já veteranos do Prieuré de Sion? Talvez se tivessem associado à Ordem através de suas ligações com a Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. Talvez essa ligação fosse ainda mais antiga. E ainda que lorde Blackford, nas declarações a ele atribuídas, aparentemente protestasse contra o Artigo X dos estatutos de Cocteau, era possível que seus companheiros o tivessem acatado, mesmo que com relutância. Isso certamente explicaria as certidões de nascimento e as assinaturas autenticadas. ( Esses homens possuiam posição de poder politica dentro da Inglaterra o que torna eles nobres subordinados a Dinastia Windsor que descende da Dinastia Merovíngia o que inevitavelmente deve ser um fator que lhes liga ao Priorado que foi criado e é controlado por essa Dinastia ) Várias fontes, inclusive algumas oriundas do próprio Prieuré de Sion, haviam falado reiteradamente de uma crise ou sublevação no seio da Ordem em 1955 e 1956. Ao que diziam, um cisma completo só pudera ser evitado graças ao talento diplomático de Pierre Plantard de Saint-Clair, que teria "reintegrado" a Ordem. Seria possível que o atrito de 1955-1956 tivesse levado certos membros da Ordem, por razões que provavelmente nunca serão conhecidas externamente, a seqüestrar certos documentos de valor, entre os quais os pergaminhos de Sauniere? Quando menos, isso lhes forneceria um elemento de barganha.
Essa possibilidade não nos parece inteiramente descartável. Mas há também uma outra. Se homens como o visconde Leathers, o major Clowes e o capitão Nutting tivessem acatado o Artigo X dos estatutos, eles teriam fornecido - como de fato parecia ter ocorrido - cópias autenticadas de suas certidões de nascimento e assinaturas. Na prática, isso significaria que a hierarquia do Prieuré de Sion teria recebido e acumulado grande número de certidões de nascimento e assinaturas. Presumivelmente, estas teriam sido arquivadas. Em qualquer momento no futuro, e especialmente depois que os homens que as tinham fornecido estivessem seguramente mortos, teria sido possível "reciclá-Ias". Lorde Selborne, por exefplo, morreu em setembro de 1971. A partir de então, em qualquer momento, teria sido possível exumar dos arquivos sua certidão de nascimento e assinatura, acrescentar um texto e datá-Io de 1956, e teria sido absolutamente impossível detectar a fraude, não fosse por uma única falha: a menção ao Lloyds Bank Europe. Havia nisso, sem dúvida, vagos vestígios de um padrão. O Artigo X dos estatutos, a crítica a esse artigo atribuída a lorde Blackford e o aparente acatamento do Artigo X por Nutting, Clowes, Leathers e Selbome - tudo isso não podia ser mera coincidência. O roteiro que havíamos imaginado, porém, pressupunha que toda fraude porventura existente nos documentos autenticados tinha sido perpetrada pelo Prieuré de Sion - ou, de todo modo, por alguns de seus membros. Ao mesmo tempo, por mais que esse cenário nos parecesse plausível, não podíamos ignorar os indícios de que outra mão estava envolvida - e esta parecia estar trabalhando não a favor, mas contra o Prieuré de Sion. Embora tivesse havido referências anteriores aos documentos autenticados, o sr. Plantard nunca afirmou tê-los visto; frisou que os adquirira apenas em 1983, pouco tempo antes de os mostrar a nós. Estávamos inclinados a acreditar nisso. A alteração do nome do capitão Nutting antes de 1983, e a falta de precisão geral, sugeriam de fato que os membros do Prieuré de Sion na França não tinham visto os documentos, só os conhecendo de ouvir falar. Além disso, quando apontamos a incongruência ligada ao Lloyds Bank Europe, o sr. Plantard ficou visivelmente chocado e perturbado. Praticamente nos implorou que levássemos nossa investigação à frente e lhe comunicássemos qual-quer novo resultado. Fez também diligências por conta própria, após as quais reconheceu prontamente, ainda que a contragosto, que o documento de 1956 era espúrio. A partir disso, ficou cada vez mais evidente que, se tinha havido qualquer tentativa de nos enganar, esta não partira do sr. Plantard. Ao contrário, estava claro que o embuste se destinara a ele próprio e que o nosso papel fora inteiramente secundário. Ao que parecia, havíamos simplesmente nos deixado enredar numa intriga obscura, num jogo de xadrez invisível, entre o Prieuré de Sion e mais alguém.
Quando lidamos com problemas como esse suscitado pelos documentos autenticados, tendemos instintivamente a polarizar as possibilidades, a reduzir a questão a uma proposição elementar do tipo "oul ou". Ou os documentos são legítimos ou não são. Se não são, não podem ser levados a sério e devem ser imediatamente descartados. Nesse caso, contudo, era óbvio que as coisas não eram tão confortavelmente simples. Um dos documentos, pelo menos em parte, era sem dúvida espúrio. Por outro lado, estava em jogo um número tão grande de aspectos - as afirmações do sr. Bigland, para citar só um exemplo que tinham um fundamento suficientemente sólido para justificar pesquisas adicionais. Quanto mais examinávamos a questão, mais nos dávamos conta de que não estávamos lidando nem com documentos plenamente legítimos, nem com "simples" falsificações. Ao contrário, estávamos lidando com alguma outra coisa, algo que recaía numa categoria situada em algum ponto entre a verdade e a falsidade. Essa categoria é muito conhecida pelos serviços de espionagem. Na verdade, é o objeto de uma de suas atividades básicas. Chama-se desinformação. Envolve a disseminação deliberada, planejada de dados equívocos, parcialmente verdadeiros, parcialmente errôneos, no intuito de ocultar algo, tirar a atenção das pessoas de algo, desviar a atenção numa ou noutra direção periférica ou tangencial. As melhores mentiras, porém, são sempre ampliações ou variações da verdade, não puras invenções. A desinformação mais eficaz estrutura-se sempre em torno de um núcleo de validade. É a partir desse núcleo que o labirinto de becos sem saída e pistas que não levam a lugar algum invariavelmente se difunde. Tanto nós quanto o sr. Plantard tínhamos sido vítimas de uma desinformação ( Eu creio que Plantard podia muito bem estar imcubido em desinformar ou até com uma fraude que continha algumas informações verdadeiras desacreditar o trabalho dos autores desse livro, por meio dele se lembro bem que eles tiveram acesso as documentos e ele era ligado a Dinastia Merovingia como ao Priorado ). Quem quer que a tivesse forjado sabia muito exatamente o que o sr. Plantard esperava encontrar nos documentos autenticados - a ponto de convencê-lo de que ele de fato o encontrara. Quem quer que fosse o responsável conhecia extremamente bem não só o sr. Plantard como também o Prieuré de Sion, conhecia extremamente bem o pano de fundo da questão e dispunha de recursos impressionantes. A fraude não podia ter sido-trabalho de um amador. Era extremamente sofisticada, extremamente profissional. Inevitavelmente, nossas suspeitas se voltaram para os serviços secretos - da Grã-Bretanha, da França, ou até (embora não pudéssemos imaginar por que razão) dos Estados Unidos. Segundo um sócio do capitão Nutting, ele pertencera ao Serviço de Informações britânico. Tínhamos bases também para suspeitar do envolvimento do Serviço de Segurança Interna francês. Um jornalista conhecido nosso, numa ocasião em que estava trabalhando em Paris, recebera de um oficial da Segurança Francesa a sugestão de que lesse O santo graal e a linhagem sagrada - "porque diz respeito a questões políticas contemporâneas" ( O Priorado de fato ao que tudo indica tem grande importância na politica de muitos paises do mundo até hoje ), insinuara enigmaticamente o oficial. Além disso, convém lembrar que representantes de companhias seguradoras que faziam negócios na França em meados dos anos 50 estavam legalmente obrigados a fornecer ao governo certidões de nascimento e assinaturas autenticadas. O governo francês tinha portanto fácil acesso às certidões e assinaturas que figuravam nos documentos que nos interessavam. Havia, porém, um outro serviço de informações que se tornou também objeto de fortes suspeitas. Esse serviço tinha trabalhado tanto com o serviço britânico quanto com o OSS norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial. Continua ativo até hoje, mantendo estreito vínculo tanto com a CIA quanto com o Vaticano. Tinha, por sua própria natureza, um interesse direto e profundo em tudo que dissesse respeito ao cristianismo em geral e a Jesus em particular. Incluía pelo menos segundo o que nos contaram mais tarde - certos membros do Prieuré de Sion, ainda que as duas organizações parecessem, sob muitos aspectos, diametralmente opostas. E, ao que se dizia, era nos seus arquivos que os pergaminhos de Sauniere tinham ido parar. O serviço de informações em questão era o dos Cavaleiros de Malta. ( Que são uma ramificação importante da Ordem dos Jesuitas )". capitulo 19 "O Panfleto Anônimo": "Na primavera de 1983, quando nos mostrou pela primeira vez os originais dos documentos autenticados, o sr. Plantard determinou que não deveríamos discuti-Ios com ninguém, nem imprimi-Ios. Se vazasse algum rumor a respeito deles, disse, as conseqüências seriam embaraçosas. Algumas partes interessadas - uma das quais, sugeriu, era o governo francês -- poderiam conseguir se apoderar dos pergaminhos descobertos por Sauniere ou obtê-Ios por meio de trapaça, e eles talvez nunca mais fossem vistos. Simplesmente desapareceriam em algum arquivo, como segredos de Estado. Ao contrário dos arquivos ingleses e norte-americanos, os da França tendem a permanecer fechados. ( O que soa para mim com mais desinformação, uma ordem poderosa como o Priorado tem certo sob governos de paises, apesar que outras ordens ocultistas opostas a sua agenda de divulgação controlada e pragmatica dos documento, que também tivesse certa influência no governo francês poderia se interessar nos documentos ) Ficamos perplexos. Por que o sr. Vazart publicara os documentos se eles eram adversos aos interesses do Prieuré de Sion? E por que o sr. Plantard nos fizera prometer segredo acerca desses documentos se, muito antes de termos qualquer oportunidade de reproduzi-Ios num livro nosso, o sr. Vazart iria fazê-Io num livro seu? Não nos passava pela cabeça que o sr. Vazart tivesse tomado uma iniciativa como essa sem o conhecimento e a aprovação do sr. Plantard. E estávamos nos preparando para fazer essas perguntas ao sr. Plantard quando os acontecimentos sofreram uma reviravolta completa e tomaram rumo inteiramente diverso. Em meados de dezembro de 1983, recebemos pelo correio um panfleto anônimo - um pasquim do tipo não incomum na política da França e da Itália. Ficamos sabendo posteriormente que o panfleto em questão não fora enviado somente a nós, tendo circulado amplamente na França. Compunha-se de uma só página, muito desleixadamente datilografada e depois fotocopiada. O texto pretendia ser uma propaganda do próximo lançamento de um livro de Jean-Luc Chaumeil, o homem que atuava como emissário do Prieuré de Sion quando de nossos primeiros contatos com a Ordem em 1979. Como foi dito anteriormente, mais tarde o sr. Chaumeil fora desautorizado pela Ordem. Embora nada no próprio panfleto prove que ele foi escrito pessoalmente pelo sr. Chaumeil, isso é fortemente sugerido. É nítido o desejo de dar ao leitor essa impressão. No canto superior esquerdo da página há um logotipo - um punho cerrando uma rosa -, o símbolo convencional do Partido Socialista Francês ( Lembrando que o Socialismo Marxista foi uma cria financiada por oligarcas ligados a ordens ocultistas, possivelmente muitas pessoas envolvidas ao Priorado estiveram envolvidas portanto na sua formação e crescimento no mundo ). Em letras maiúsculas no alto, há o seguinte anúncio: "EM JANEIRO PRÓXIMO EM TODAS AS LIVRARIAS: A DOUTRINA DO PRIEURÉ DE SION (CINCO VOLUMES) JEAN-LUC CHAUMEIL.» Abaixo, o texto a seguir:
"Por manipulação do Prieuré de Sion, fui induzido a escrever meu livro Le trésor du triannle d' or" - declara J. - L. Chaumeil. - "Agora vou revelar toda a verdade sobre este caso." O livro vai revelar que L'Enigme sacrée [tradução francesa de O santo graal e a linhagem sagrada] não passa de uma grande fraude sem qualquer fundamento sério ( Bem, a parte do livro que fala de uma linhagem de reis descendentes diretos de Jesus realmente não possui fundamento sério algum, mesmo que haja informações históricas válidas nesse livro sobre diversos assuntos ). Além disso, desde 1981 Pierre Plantard não é mais grão-mestre [e] o Prieuré está sob a direção de uma inglesa chamada Ann Evans, a verdadeira autora dessa ficção paranóide!
Pierre Plantard não passa de um ... [segue-se uma afirmação injuriosa sobre o sr. Plantard, o sr. Vazart e o curador do museu de Stenay, que pode certamente ser injustificada. É preciso lembrar que, em 1952, Pierre Plantard transferiu ilicitamente, da França para a Suíça (para a Union des Banques Suisses), lingotes de ouro no valor de mais de 100 milhões [de francos]...
Segue-se um violento libelo pessoal contra o sr. Plantard, que não seria legítimo reproduzir aqui e que, de todo modo, não tem qualquer relação com a nossa história. Depois disso, o texto diz:
Este caso, como os outros, foi varrido para debaixo do tapete porque Pierre Plantard trabalhou, no início de 1958, como agente secreto de De Gaulle, assumindo o secretariado dos Comitês de Salvação Pública. Em 1960, associou-se a... Gérard de Sede, tenho obtido também o apoio de André Malraux para levar a cabo o negócio de Gisors em que... outro... indivíduo, Philippe de Chérisey, esteve envolvido... Em 1980, um certo J. P. Deloux e Brétigny lançaram [as revistas] lnexpliqué, Atlas e Nostra, sob a égide de um membro do Prieuré de Sion, Gregory Pons, e publicaram Rennes-le-Château: capitale secrete, brochura em cores com tiragem de 220 mil cópias. Feito esse trabalho, foi a vez de Nostra proclamar Plantard futuro Grande Monarca, e agora a Hebdo-Maaazine apóia Jacques Chirac, que de fato se amolda muito bem à estrepitosa atração do Prieuré...
Como se pode ver, só o parágrafo de abertura desse texto é uma citação pretensamente direta do sr. Chaumeil. Tudo que se segue pretende se passar por expressão do que ele tem a dizer. Nada indica, porém, se as palavras são do próprio sr. Chaumeil ou lhe estão sendo atribuídas pelo autor anônimo do panfleto. Alguns pontos do texto obviamente exigem uma explicação e o leitor as encontrará nas notas no fim deste volume. Há também pontos que obviamente exigem correção. Num caso, pelo menos, podemos afirmar que o autor não se limita a tirar conclusões apressadas. Ele simplesmente inventa. Nos agradecimentos da edição original de O santo graal e a linhagem sagrada, destacamos especialmente Ann Evans, nossa agente literária - "sem a qual", dissemos, "este livro não poderia ter sido escrito". Presumivelmente com base nessa declaração, o autor do panfleto concluiu que uma elusiva inglesa chamada Ann Evans foi de fato a fonte primária de nossas informações e, de fato, a verdadeira autora do livro. Um equívoco como este põe imediatamente em questão a veracidade do que se segue. Mesmo assim, alguns pontos são dignos de nota.Em primeiro lugar, o panfleto seria patentemente passível de ação judicial. Se quiséssemos, nós mesmos poderíamos tê-Ia movido. Ann Evans também. Os insultos e acusações lançados contra os srs. Vazart, Chérisey e Plantard davam ainda mais base para um processo. O autor do texto, fosse quem fosse, certamente devia saber que se expunha a um risco considerável e que sua identificação poderia ter graves conseqüências. Por que, então, o texto fora escrito e distribuído? Para apresentar o ponto de vista do sr. Chaumeil? Ou para incriminá-lo? Neste caso, por quê? O segundo ponto é que a intenção explícita do panfleto é desacreditar o sr. Plantard e o Prieuré de Sion. No entanto, seja por total inépcia, seja por uma astuta estratégia, consegue fazer exatamente o oposto. A despeito das transgressões morais a ele atribuídas, o sr. Plantard emerge como um personagem poderoso - um "agente secreto de De Gaulle", um homem capaz de exercer o cargo de secretário-geral dos Comitês de Salvação Pública, que conseguiu obter a ajuda de ninguém menos que André Malraux, que é capaz de traficar com grandes somas de dinheiro. Ainda que imagem do sr. Plantard possa parecer mais sinistra em face dessas acusações, certamente não é diminuída. Tampouco o Prieuré de Sion. Segundo o panfleto, o Prieuré é capaz de "manipular" - de maneira não especificada - um homem a ponto de induzi-lo a escrever um livro. É capaz de orquestrar o conteúdo de várias revistas e divulgar ou ocultar informações a seu talante. Parece ter acesso à mídia e, presumivelmente, recursos consideráveis. Desperta uma reação favorável em Jacques Chirac. Mais uma vez, fica-se com a impressão de uma organização mais ameaçadora do que talvez se imaginasse, mas nem por isso menos influente ou poderosa. Se a intenção do panfleto era desmascarar e depreciar o sr. Plantard e o Prieuré de Sion, seu autor anônimo tinha procedido de maneira decididamente curiosa." Sub capítulo "Arquivos Roubados": "A nosso pedido, um dos nossos colaboradores em Paris telefonou para o sr. Chaumeil, marcou encontro com ele e perguntou sobre o panfleto. Num encontro posterior, nós próprios fizemos o mesmo. Em ambas as ocasiões, o sr. Chaumeil protestou veementemente sua inocência. Não era responsável pelo panfleto, insistiu. Não repudiava nenhuma das alegações feitas ali, mas negava tê-Ias escrito. Estavam tentando incriminá-lo, afirmou. Essa era uma possibilidade que não podia ser descartada. O sr. Chaumeil tem o hábito de ser bastante desastrado, para não dizer desastroso, em suas declarações, tanto em particular quanto em público. Em um de seus livros (Du premier au dernier templier), de que gentilmente nos deu um exemplar, ele nos havia atacado num palavreado de fazer ruborizar um cura. Outras vítimas do seu calão que não tivessem nosso senso de humor poderiam estar mais do que satisfeitas em pô-Io em maus lençóis.Em seu encontro com nosso colaborador, ele se mostrou nervoso. Ao que parecia, o sr. Plantard havia ameaçado processá-lo, e o sr. Chaumeil, embora fanfarrão, estava evidentemente assustado. Se era inocente, como alegava, podia agora se ver obrigado a provar isso nas barras do tribunal. Alguns dias depois de recebermos o panfleto de uma fonte anônima, chegou-nos um pacote de textos do sr. Plantard. Aparentemente ignorando que tínhamos recebido o panfleto, o sr. Plantard anexou uma cópia do mesmo. Incluiu também uma resposta a ele, na forma de uma folha bem impressa intitulada La Camisole Bulletin "TorchonRéponse" N° 1, com um texto de Louis Vazart - vazado numa linguagem quase tão ofensiva quanto a do panfleto, mas mais coerente. Fora incluída também a cópia de uma carta em que o sr. Plantard, acusando o sr. Chaumeil de ser o autor do panfleto, exigia dele uma retratação pública formal das acusações. Se esta não fosse feita rapidamente, declarava o sr. Plantard, iria processá-lo por difamação. O mesmo fariam Louis Vazart e o marquês de Chérisey. Seguiu-se uma pausa, tendo os feriados do Natal imposto uma paz passageira, senão no mundo em geral, pelo menos entre as partes contendoras em Paris. As hostilidades recomeçaram com o ano novo. Na primeira semana de fevereiro, recebemos outro pacote de documentos do sr. Plantard, destinado, como o anterior, a nos manter a par dos acontecimentos. O mais importante item no novo maço de papéis era um texto de duas páginas datado de 17 de janeiro de 1984. No alto da primeira página estava impresso um cabeço oficial do Prieuré de Sion - o primeiro que jamais víramos. Este era acompanhado por um timbre com as letras R +C, presumivelmente denotando a Rosa Cruz. Havia também o que parecia ser um selo oficial impresso com um carimbo de borracha - o timbre R +c fechado em dois círculos concêntricos com a inscrição "Prieuré de Sion - Secretariado Geral" e, abaixo, a assinatura do sr. Plantard. No canto superior esquerdo havia uma espécie de número de referência 3/3/6/84. O documento, intitulado "Mise en Garde" ("Advertência"), estava assim endereçado, com abreviaturas tipicamente maçônicas: "CONFIDENTIELLE à nos F .' ." ("Confidencial, aos nossos confrades"). Por que, perguntamos a nós mesmos, aquilo fora enviado a estranhos como nós? Por que estavam tentando nos envolver na disputa entre o sr. Plantard com o sr. Chaumeil? ( Obviamente queriam promover na midia por alguma razão essa disputa ) O texto da "Mise em Garde" entrava flagrantemente em choque com as pomposas formalidades do alto da página. Consistia, mais uma vez, de uma torrente de invectivas e ofensas dirigidas a Jean-Luc Chaumeil. Pretendia ser uma espécie de relação de imputações ou acusações, para a elucidação de todos os membros do Prieuré de Sion. Assim, começava nos seguintes termos:
"Vemo-no obrigados a enviar a presente "Mise en Garde" contra o (...) indivíduo conhecido como Jean-Luc Chaumeil, nascido em 20 de outubro de 1944, em Lille (...) contra quem uma ação por libelo foi impetrada junto ao foro em Nanterre 92000 por nosso G.M .'. (Grão Mestre) em 16 de dezembro de 1983."
Seguia-se uma lista selecionada das "calúnias" de que Chaumeil era acusado - e, para anular seus protestos de inocência, passagens fotocopiadas com o que se afirmava ser sua própria caligrafia. Na segunda página havia outras dessas passagens; em seguida o texto da alegação era retomado, falando sobre duas caixas dos arquivos do Prieuré de Sion datados de 1935 a 1955.
"Essas duas caixas foram roubadas em 1967 da então residência do nosso irmão Philippe de Chérisey. Por quem? (...) Esse modesto pacote continha cartas do nosso falecido G M [grão-mestre) Jean Cocteau, de nossos confrades Alphonse Juin, André Malraux, etc. Teria então o profano J. L. Chaumeil sido o receptador desses bens roubados? Seja como for, ele tentou também impingi-los ao nosso amigo Henry Lincoln ..."
Nem é preciso dizer que isso era flagrantemente falso. Em seu encontro conosco, Chaumeil negara possuir quaisquer documentos do Prieuré, ou mesmo alimentar qualquer outro interesse pelo Prieuré. E nem nesse encontro, nem em qualquer outra ocasião, tentara nos vender, nos dar ou nos impingir qualquer tipo de documento ( O que não significa que seja mentirosa a acusação ). Sendo assim, por que estávamos sendo mais uma vez enredados no caso? De todo modo, o Prieuré parecia estar suficientemente incomodado com o assunto para lançar uma advertência:
"o Prieuré de Sion e seus membros não têm qualquer interesse nas arengas de (...) l-L. Chaumeil, e aqueles que se acumpliciarem como esse tráfico de documentos e libelos correm o risco de se verem eles mesmos inculpados nessa questão perante o foro."
Desse ponto em diante, o texto renovava a diatribes contra o sr. Chaumeil. Mas uma incongruência gritante aparecia. Por um lado, a perspectiva de o sr. Chaumeil escrever um livro sobre o Prieuré de Sion era ridicularizada. O sr. Chaumeil, afirmava-se, não tinha condições de dizer nada de válido sobre o Prieuré. Ao mesmo tempo, contudo, afirmava-se que duas caixas dos arquivos do Prieuré, abrangendo os anos 1935-1955, tinham sido roubadas e sugeria-se enfaticamente que o sr. Chaumeil tivera acesso a elas. Nesse caso, como se podia ter tamanha certeza de que tudo que ele dissesse não passaria de fato de "mistificação" e de "pura invenção"? Aos nossos olhos, o Prieuré talvez estivesse protestando um pouquinho demais. Estava claro que alguma coisa realmente os perturbara. Por alguma razão, que nada tinha a ver com injúria e difamação pessoal, eles estavam obviamente atemorizados. O texto da "Mise en Garde" dava muito o que pensar. Mas o documento tinha ainda um outro aspecto mais significativo e mais intrigante que qualquer coisa contida no próprio texto. No pé da segunda página, os dois selos - um do Prieuré de Sion como tal e outro do seu Secretariado-Geral - apareciam de novo. Abaixo deles havia quatro assinaturas, apostas "em nome do Prieuré de Sion". As assinaturas, da esquerda para a direita, eram de: John E. Drick, Gaylord Freeman, A. Robert Abboud e Pierre Plantard. Na versão adulterada do artigo de Jania Macgillivray, feita em algum momento entre 1979 e 1981, havia uma referência a Gaylord Freeman. Após a morte de Jean Cocteau, em 1963, declarava aquela versão, o poder no Prieuré de Sion fora exercido por um triunvirato integrado por Pierre Plantard, Gaylord Freeman e Antonio Merzagora. Graças a essa referência, o nome de Gaylord Freeman, pelo menos, nos era conhecido. Os de John E. Drick e A. Robert Abboud, não. Nunca os havíamos encontrado antes." Sub capítulo "O Encontro de La Tipia": "Recebemos o pacote contendo a "Mise en Garde" em 3 de fevereiro de 1984, uma sexta-feira. Na segunda-feira, 6 de fevereiro, íamos voar para Paris, para um encontro marcado com o sr. Plantard. Não houve tempo, antes de partir, de rastrear as identidades dos srs. Drick, Freeman e Abboud. A pedido do sr. Plantard, fomos encontrá-Io num restaurante chamado La Tipia, situado na rua Rome, pegada à estação Saint-Lazare. O sr. Plantard observou que o local lhe era muito conveniente. Vinha para a cidade de trem e, após estar conosco, podia partir imediatamente, sem ter de deixar a vizinhança imediata da estação ferroviária. Nos meses seguintes, voltaríamos a nos encontrar com o sr. Plantard no La Tipia, na rua Rome. Foi só mais tarde que o local veio a adquirir um significado muito intrigante. Ao contrário do que sempre ocorrera até então, o sr. Plantard foi ao nosso encontro sozinho, sem o seu costumeiro séquito de colaboradores. Mais ainda, pareceu genuinamente aflito com uma série de coisas e ansioso não só por nos fazer confidências como para, em certos aspectos, obter nossa ajuda. No curso de nossa conversa, muitas questões diferentes foram levantadas. Como de costume, as respostas que recebemos suscitaram novas saraivadas de perguntas.
1. Obviamente, perguntamos ao sr. Plantard quem eram Gaylord Freeman, John E. Drick e A. Robert Abboud. Ele replicou bruscamente, com uma leve nota de pedido de desculpa na voz, que não estava em condições de responder a essa pergunta específica. Ela dizia respeito, disse ele, a assuntos internos do Prieuré de Sion, que não podia discutir com estranhos. Tentamos insistir na questão, perguntando se aqueles homens eram ingleses ou norte-americanos. O sr. Plantard limitou-se a repetir o que acabara de dizer - não podia discutir os problemas internos do Prieuré de Sion.
2. No entanto, ele de fato continuou discutindo os problemas internos do Prieuré de Sion, ou pelo menos um aspecto deles. O assunto pareceu escapar num momento de conversa amena, quando o sr. Plantard tinha relaxado a guarda. Ser grão-mestre às vezes era uma amolação, disse em tom jocoso, como um pai afetuoso que se queixa ironicamente da paternidade. Expressamos uma vaga surpresa e ele se explicou brevemente. Não se tratava de um problema grave, falou descuidadamente, mas exatamente naquele momento havia certo grau de atrito nas fileiras da Ordem, e ele tinha de impedir que isso se convertesse numa luta interna. A principal dificuldade, disse, estava sendo causada pelo "contingente anglo-americano" do Prieuré, que aparentemente desejava assumir uma direção diversa da adotada por seus confrades continentais. O sr. Plantard se recusou a ir além disso. Na verdade, ficou reticente sobre o assunto, como se tivesse percebido que já tinha falado demais. O resultado foi que não conseguimos nenhuma indicação sobre quem, precisamente, poderia formar esse "contingente anglo-americano" ( O próprio Gaylord Freeman em si era um banqueiro de sucesso na américa ), nem sobre qual podia ser o pomo da discórdia. Restou-nos especular no escuro sobre a possível causa da dissensão nas fileiras do Prieuré de Sion, com base no que compreendíamos dela.
3. Pouco depois desse fragmento de conversa, o sr. Plantard fez uma pausa e pôs-se a ruminar. Havia naquele momento duas vagas na Ordem, disse pensativo. Seria uma grande vantagem ter essas vagas ocupadas por "estrangeiros" simpáticos à posição francesa e continental. Isso serviria para contrabalançar a influência do "contingente anglo-americano". Seguiu-se uma longa e sugestiva pausa. Não dissemos nada. Em seguida a conversa desviou para outro tópico. Por um momento, porém, realmente pareceu que o sr. Plantard estava prestes a nos convidar para ingressar na Ordem. Se essa impressão foi correta e ele de fato pensou nisso, por que não o fez? Provavelmente se deu conta de que não era possível que aceitássemos, não era possível que prometêssemos guardar o segredo que tal admissão implicaria. Além disso, o sr. Plantard dissera haver duas vagas e nós éramos três. De todo modo, o momento veio e passou. Permaneceu por muito tempo em nossas mentes, como um instante sedutor - um instante em que, pelo menos por uma frincha, uma porta se abriu, voltando depois a fechar-se.
4. O sr. Plantard confirmou a verdade - ou pelo menos a meia verdade - de uma das acusações feitas no panfleto atribuído a Jean-Luc Chaumeil. Segundo o panfleto, o sr. Plantard havia transferido ilegalmente uma quantidade de ouro da França para a Suíça em 1952. Ele admitiu que de fato transferira fundos substanciais para a Suíça. Mas, embora esse tipo de transação fosse ilícita em 1984, no governo do presidente Mitterand, nos anos 50 fora perfeitamente legal. Além disso, explicou, não fora feita em seu proveito pessoal. Os recursos envolvidos nada tinham a ver com a sua pessoa e ele de modo algum não se beneficiara deles. Ao contrário, compreendiam um fundo especial a ser usado pelos Comitês de Salvação Pública; e ele, na qualidade de secretário-geral dos comitês, fizera a transação em benefício dos comitês, por ordem expressa de Charles de Gaulle. Mas isso não era tudo. O negócio, disse o sr. Plantard, fora estritamente confidencial. De que modo o autor do panfleto pudera se inteirar dele, mesmo que de maneira equivocada ou distorcida? Segundo o sr. Plantard, só podia ter sido por meio de alguma fonte oficial no governo francês da época. Além disso, acrescentou, naqueles últimos meses somas adicionais tinham sido transferidas para essa conta na Suíça. Por quê? Presumivelmente para desacreditá-Io pessoalmente, senão para incriminá-lo vez, o aparente acesso a "informação confidencial" sobre a transação, o valor das somas recém-transferidas e o conhecimento do número da conta em que deviam ser depositados provavam, afirmou o sr. Plantard, o envolvimento de um ou outro órgão ou agência do governo.
5. O sr. Plantard nos entregou uma resenha publicada numa revista. Fora escrita por alguém que se assinara simplesmente "Bayard". Tratava-se de um livro escrito (como viemos a saber depois) por um padre franco-canadense, o reverendo padre Martin. O livro, publicado pelas Éditions du Rocher, se intitulava Le livre des compaonons secrets du Général De Gaulle ("O livro dos companheiros secretos do general De Gaulle"). Seu objetivo era investigar um suposto grupo de conselheiros e colaboradores secretos de De Gaulle, organizados numa coesa cabala ou ordem que Martin chamou de "les Quarante-Cinq" ("os Quarenta e Cinco"). De fato, como descobrimos ao ler o texto de Martin, "les Quarante-Cinq" parecem não ter tido ligação alguma com o Prieuré de Sion. Em sua resenha, porém, "Bayard" acusava explicitamente Martin de tentar deliberadamente semear confusão na mente do leitor, misturando "les QuaranteCinq" com o Prieuré. Valendo-se desse estrategema bastante engenhosa, o próprio resenhista conseguiu divulgar informações sobre o Prieuré como se elas fossem de conhecimento geral. Citamos a última coluna da resenha de "Bayard", que constitui o trecho mais relevante:
Podemos também suspeitar de que esse livro tem uma intenção oculta, que parece ser a de confundir "les Quarante-Cinq" com o Prieuré de Sion. Há muitas referências a esta última ordem, jamais mencionada por quem quer que seja que se assina R. P. Martin (e que não é, contudo, membro dela), como se, ao falar de "les Quarante-Cinq", desejasse nos remeter aos 45 membros franceses do Prieuré de Sion durante o período em que ]ean Cocteau foi o grão-mestre e em que o marechal ]uin e André Malraux foram "Croisés" ("Cruzados", isto é, membros seniores do Prieuré). Após a morte de Cocteau em 1963 e a do marechal ]uin em 1967, restaram apenas 43 membros franceses. Foi nessa ocasião que, por insistência do general De Gaulle (que não era membro do Prieuré de Sion), Pierre Plantard de Saint-Clair foi alçado ao grau de "cruzado". Após a morte de André Malraux em 1976, quando os norteamericanos estavam tentando conquistar a supremacia na Ordem, continuou havendo apenas 43 membros franceses.
Assim - ainda que só pelo jogo feito com o número dos membros franceses -, não deveríamos entender que um dos objetivos de R. P. Martin é também indicar, aos que conhecem os mistérios contemporâneos, que ele está aludindo ao ramo francês do Prieuré de Sion e, ao mesmo tempo, atribuindo à Ordem uma posição política específica? Trata-se de um jogo esperto: começando com fatos fidedignos (na verdade, uma das comendadorias de Sion na França pertence a uma mulher), ou mais ou menos fidedignos, o autor passa a utilizá-Ios para corroborar a idéia de uma certa visão "gaullista" do mundo. Mas não será isso uma tentativa de influenciar o equilíbrio interno do Prieuré de Sion, atribuindo ao ramo francês uma política que não é a sua - exatamente no momento em que ele está tentando contrabalançar a influência norte-americana e inglesa e restabelecer um equilíbrio natural?
Perguntamos ao sr. Plantard se as afirmações feitas sobre o Prieuré de Sion eram corretas. Ele respondeu que sim. Perguntamos-lhe quem era "Bayard". "Talvez o próprio R. P. Martin", respondeu o sr. Plantard, com uma risadinha que sugeria que "Bayard" podia perfeitamente ser também ele mesmo. Mas, fosse "Bayard" quem fosse, as declarações que lhe eram atribuídas eram extremamente interessantes. Em primeiro lugar, ele enfatizava exatamente aquilo para o que o sr. Plantard chamara nossa atenção verbalmente: a existência de atritos no interior do Prieuré de Sion, gerados por um "contingente anglo-americano". Fazia eco também à ambígua afirmação feita pelo sr. Plantard em outras circunstâncias de que o Prieuré não era político. Afirmava categoricamente, pela primeira vez ao que soubéssemos, que o marechal Juin e André Malraux eram membros do Prieuré e especificava a posição que tinham na Ordem - a de "cruzados". Segundo os estatutos, o grau de "cruzado" era o segundo mais elevado na Ordem, imediatamente abaixo do grau de grão-mestre. Havia três "cruzados" e, no grau imediatamente inferior, nove "comendatários". O comentário de "Bayard" sobre De Gaulle era particularmente interessante. Ele afirmava taxativamente que o próprio De Gaulle não era membro do Prieuré de Sion. Ao mesmo tempo, deixava claro que De GauHe não só estava a par dos assuntos do Prieuré como tinha suficiente influência sobre a ordem para insistir na promoção do sr. Plantard ao grau de "cruzado" após a morte do marechal Juin. Se isso era verdade, contudo, significava que, até 1967, o sr. Plantard pertencera a um grau inferior. Por outro lado, segundo o marquês de Chérisey, já em 1956 o sr. Plantard tinha impedido, com sua diplomacia, um grande cisma na Ordem ( Cisma que pode muito bem ter começado devido a mudança de politica da ordem de Cocteau, o que posteriormente pode ter continuado a causar problemas desse tipo foi a iniciativa de Plantard de promover a ordem publicamente para preparar as pessoas para crerem no engodo de que a dinastia Merovíngia descende diretamente de Jesus Cristo. Ter levado o Priorado ao conhecimento publico ( mesmo que temporariamente, pois depois Plantard desconversou e disse que os documentos que divulgou eram fraudulentos, apesar que pesquisadores acharam em muitos casos fontes historicas externas que confirmavam dados dele ) pode ter aumentado essa discórdia com outras ramificações do Priorado que queriam se manter mais discretas no momento. E, segundo o texto adulterado de Jania Macgillivray, o poder no Prieuré fora exercido, após a morte de Cocteau em 1963, por um triunvirato integrado por Plantard, Gaylord Freeman e Antonio Merzagora. É verdade que não é de todo inusitado que um subordinado assuma o papel de liderança, especialmente num momento de crise. No entanto, se esse fosse o caso do sr. Plantard, isto significava que, em tudo que fizera entre 1957 e 1967, atuara como um subordinado - um subordinado que não era nem sequer do segundo escalão, mas do terceiro ou ainda inferior.
6. Questionamos insistentemente o sr. Plantard sobre os documentos autenticados com as assinaturas do visconde Leathers, do capitão Nutting, do major Clowes e de lorde Selborne. Lembramos-lhe que nos pedira para não discutir ou publicar esses documentos, e que no entanto Louis Vazart estampara fotos dos mesmos em seu livro sobre Dagoberto II. Uma vez que os documentos estavam prestes a se tornar públicos, por que nos pedira segredo? O sr. Plantard pareceu sinceramente embaraçado. Não sabia, disse com amargura, que o sr. Vazart ia publicar reproduções dos documentos. Se tivesse sabido de antemão, teria evitado. Então o sr. Vazart não o consultara? Não, respondeu o sr. Plantard. Sabia que o sr. Vazart estava escrevendo o livro, mas não tinha idéia de que este incluiria qualquer referência aos documentos. Mas, insistimos nós, fora certamente o sr. Plantard quem dera ou pelo menos mostrara os documentos ao sr. Vazart. Não lhe pedira segredo, como a nós O sr. Plantard respondeu que não dera os documentos para o sr. Vazart. Não tinha idéia de onde ele os conseguira. A primeira indicação de que sabia alguma coisa sobre eles surgira já impressa, como um fait accompli. Ficamos perplexos. O sr. Plantard nos mostrara os originais dos documentos em abril do ano anterior. Se não os mostrara também ao sr. Vazart, ficava evidente que mais alguém tinha cópias. Onde o sr. Vazart as obtivera? O sr. Plantard deu de ombros, impotente. Não sabia, disse. Toda a situação lhe parecia extremamente inquietante. Praticamente nos implorou que continuássemos investigando o assunto. Ficaria grato, afirmou, por qualquer informação que nossas pesquisas pudessem fornecer. Estes foram os tópicos básicos abordados em nossa conversa com o sr. Plantard em fevereiro de 1984. Nada fora esclarecido, nenhuma das nossas indagações fora satisfatoriamente respondida. Ao mesmo tempo, viamo-nos às voltas com um verdadeiro emaranhado de novas perguntas. Quem eram John E. Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud? Qual era o papel do "contingente norte-americano" no Prieuré de Sion e por que eram uma fonte de atrito dentro da Ordem? O sr. Plantard estivera mesmo prestes a nos oferecer o ingresso no Prieuré para contrabalançar a influência desse "contingente"? Por que alguém do governo francês estaria transferindo fundos para uma conta secreta na Suíça com o objetivo de desacreditar o sr. Plantard? Que valor devíamos atribuir às informações fornecidas por "Bayard" em sua resenha do livro do R. P. Martin? E, se não fora do sr. Plantard, de quem o sr. Vazart obtivera os documentos autenticados com as assinaturas do visconde Leathers, do capitão Nutting, do major Clowes e de lorde Selborne? Durante nossa estada em Paris, tivemos também uma série de encontros com Louis Vazart. Ele fez eco às declarações do sr. Plantard. Não, afirmou, não havia recebido os documentos autenticados do sr. Plantard. Nesse caso, como os conseguira? Eles lhe haviam sido enviados, respondeu. Anonimamente. Num "simples envelope de papel pardo". Com selos britânicos e carimbo postal de Londres! Mais uma vez ficamos pasmos. Quem estava brincando de quê? Estaria alguém tentando nos incriminar, tentando nos desacreditar junto ao sr. Plantard e ao Prieuré de Sion? Fosse como fosse, se o sr. Vazart estava dizendo a verdade, uma coisa era evidente: alguém em Londres estava a par de toda a questão, estava acompanhando todos os desdobramentos e, em determinados momentos-chave, estava intervindo misteriosamente." Capitulo 20 "O Elusivo Contigente Americano": "Provou-se bastante fácil determinar as identidades de Gaylord Freeman, John Drick e A. Robert Abboud. Todos os três estavam listados em diversos catálogos e outras fontes padrão. Diante disso, a evasiva do sr. Plantard se tomava ainda mais intrigante. Por que se recusar a falar sobre homens cujas vidas e atividades eram matéria de registro público? Todos os três eram, ou tinham sido, ligados ao First National Bank de Chicago. John Drick trabalhara no banco desde 1944. Tendo começado como caixa adjunto, em três anos passou a vice-presidente adjunto. Em 1969, tornou-se presidente do banco e, ao mesmo tempo, um de seus diretores. Participara também do conselho diretor de várias outras companhias americanas: Stepan Chemical, MCA Incorporated, Oak Industries e Central Illinois Public Service. Gaylord Freeman, originalmente um advogado, inscreveu-se no foro de Illinois em 1934. Em 1940 ingressou no First National Bank of Chicago como procurador. Em 1960 tomou-se presidente do banco. Ocupou a vice-presidência do conselho diretor do banco de 1962 a 1969, a presidência de 1975 a 1980. Foi também presidente do conselho diretor da First Chicago Corporation e membro dos conselhos diretores da Atlantic Richfield, Bankers Life and Casualty Company, Baxter Travenol Labs e Northwest Industries. Em 1979-80, participou de uma "força-tarefa" sobre inflação para a American Bankers' Association. Era membro da MacArthur Foundation e curador do Aspen Institute of Humanistic Studies ( Institutos e Fundações são muito utilizadas por familias Illuminatis para empurrar agendas especificas do seus Planos, a familia Rockefeller deve ser a que mais criar organizações dessa natureza com esse proposito, talvez haja um intuito similar na participação de Gaylord Freeman nessas 2 organizações ). O Aspen Institute fora fundado em 1949 para familiarizar executivos de alto nível com disciplinas humanísticas, especialmente a literatura. Hoje, compreende um quartel-general em Nova York, uma propriedade de oito quilômetros quadrados na baía de Chesapeak e centros de conferência no Havaí, em Berlim e em Tóquio. conferência no Havaí, em Berlim e em Tóquio. Robert Abboud sucedeu a Gaylord Freeman na presidência do conselho diretor do First National Bank of Chicago, mas alguns anos depois foi exonerado. Posteriormente tomou-se presidente da Occidental Petroleum Corporation. Em 1980, ele e outros foram processados por acionistas sob a acusação de enganar investidores no tocante à situação financeira do banco em meados dos anos 70. Segundo o Herald Tribune, em sua defesa Abboud afirmou que o banco atravessava graves dificuldades financeiras quando ele assumiu a presidência do conselho diretor - de fato, declarou, os problemas de 1974 tinham sido ocultados para evitar uma crise de confiança no sistema bancário". Pertenciam esses homens ao "contingente anglo-americano" a que o sr. Plantard aludira? Nesse caso, esse contingente se estendia pelas esferas rarefeitas das altas finanças, presumivelmente não só nos Estados Unidos como também em outros países. Ao mesmo tempo, se os "contratempos" do sr. Abboud com o banco indicavam alguma coisa, o contingente estava ele próprio ameaçado pela luta entre facções. Pouco depois de descobrirmos a identidade dos srs. Drick, Freeman e Abboud, telefonamos para o sr. Plantard. Muito casualmente, mencionamos o que ficáramos sabendo acerca da ligação deles com o First National Bank of Chicago. Vraiment? (É mesmo?), respondeu laconicamente o sr. Plantard, com certa ironia na voz, como se nos estivesse cumprimentando pela nossa meticulosidade. Declaramos que, obviamente, teríamos de entrar em contato com os três homens em questão. No mesmo instante o sr. Plantard ficou visivelmente nervoso. Havia questões muito importantes em jogo, declarou, pedindo-nos que, por favor, não entrássemos em contato com aqueles homens até que tivéssemos outro encontro pessoal com ele. Com muita relutância concordamos, mas lhe fizemos uma série de outras perguntas. O sr. Plantard pediu que não lhe perguntássemos nada por telefone. Todo o problema teria de ser discutido em detalhes, "face a face". Insistimos: ele não podia adiantar alguma coisa? "Face à face", repetiu o sr. Plantard. Sentimo-nos obrigados a honrar a promessa feita ao sr. Plantard e abstivemo-nos de tentar entrar em contato direto com os srs. Drick, Freeman e Abboud. Ao mesmo tempo, porém, contatamos rapida-mente amigos nos Estados Unidos e pedimos todas as informações que pudessem obter sobre os três, bem como sobre as várias companhias, negócios e instituições a que estavam ligados. Poucos dias depois, recebemos um telefonema de Nova York. Nosso informante declarou que não tinha certeza absoluta, teria de verificar o assunto, mas, se não lhe falhava a memória, John Drick morrera cerca de dois anos antes. Nesse caso, como a assinatura do homem podia constar de um documento datado de 17 de janeiro de 1984... a menos que os poderes do Prieuré de Sion fossem de fato excepcionalíssimos!? Se John Drick estava morto, as assinaturas no "Mise en Garde" eram falsas. Como o sr. Plantard também assinara o "Mise en Garde" e nos enviara uma cópia dele, só nos restava desconfiar que tivesse algum envolvimento nisso. Mas, a partir do que tínhamos apurado sobre ele, parecia extremamente improvável que pudesse cometer um erro tão grosseiro e desastroso. Por a assinatura de um morto num documento que parecia ter sido amplamente divulgado não era apenas um descuido espantoso. Era também algo obviamente perigoso, que expunha quem o fizesse a todo tipo de repercussão legal. Embora nunca tivéssemos ouvido falar de John Drick antes, ele era, afmal de contas, uma figura de destaque no mundo das finanças. Nem sua identidade nem sua morte eram segredo, e quem urdira a "Mise en Garde" devia saber disso. Além do mais, se as assinaturas eram falsas, por que tinham sido escolhidas aquelas em particular? Aqueles nomes não tinham sido invocados irrefletidamente, nem escolhidos por sorteio. O nome de Gaylord Freeman já aparecera na versão adulterada do texto de Jania Macgillivray alguns anos antes. Por alguma razão estávamos sendo impelidos muito especificamente na direção do First National Bank of Chicago. Telefonamos para a filial do First National Bank em Londres. Nossa pergunta certamente pareceu esquisita: John Drick estava mesmo morto? Fomos passados de ramal em ramal, até que finalmente nos puseram em contato com um dos diretores executivos do banco, que quis saber o porquê da pergunta. Respondemos que tínhamos ouvido falar que John Drick morrera alguns anos antes, mas, ao mesmo tempo, tínhamos em mãos um documento aparentemente assinado por ele em 17 de janeiro de 1984. O homem do outro lado da linha tornou-se cautelosamente vago. Sim, disse, também ele tinha a impressão de lembrar algo sobre a morte de Drick, mas não tinha certeza. Mais tarde, naquele dia, iria falar com alguém capaz de esclarecer definitivamente a questão. Se pudéssemos deixar um número, diria a essa pessoa que ligasse para nós. Naquela tarde, recebemos uma chamada internacional dos Estados Unidos. Nosso interlocutor - que, atendendo a um pedido seu, chamaremos simplesmente de "Samuel Kemp" - se apresentou como um dos diretores seniores do banco. Tinha também um envolvimento especial com a área de segurança bancária, estando em estreita ligação com a Interpol. Explicamos a situação - que, como era de se esperar, aguçou o apetite do "sr. Kemp". Seguiu-se uma conversa extremamente enfadonha, em que tentamos explicar o pano de fundo tanto quanto as circunstâncias o permitiam. O "sr. Kemp" mostrou-se franco, sem malícia, bastante intrigado e mais do que disposto a fazer todas as averiguações que lhe pudéssemos confiar. Desde logo, contudo, podia confirmar com segurança que John Drick realmente morrera, em 16 de fevereiro de 1982. No curso de nossa conversa com o "sr. Kemp", outro item de interesse veio à tona: até 1983, o First National Bank of Chicago havia partilhado suas instalações em Londres com a Guardian Royal Exchange Assurance! ( Organização a qual aqueles politicos britânicos ligados a serviços de inteligência eram ligados se lembro bem, ela é citada com mais detalhes na parte anterior de matérias sobre a Dinastia Merovíngia que eu fiz se não me engano ) Isso dificilmente podia ser uma coincidência. Mas o que significava? Alguém ligado ao banco teria surrupiado documentos e assinaturas da companhia seguradora? Ou alguém ligado à companhia seguradora surrupiara assinaturas do banco? Fosse qual fosse a explicação, havia discrepâncias na cronologia. As assinaturas da Guardian Assurance datavam, pretensamente, de 1955 e 1956. Mesmo que tivessem sido apostas mais tarde, isso não poderia ter ocorrido depois de 1971, porque naquele ano o Lloyds Bank Europe tomara-se o Lloyds Bank Intemational. Além disso, o major Hugh Murchison Clowes morrera em 1956. Por outro lado, a participação conjunta de Gaylord Freeman, John Drick e A. Robert Abboud no First National Bank of Chicago tivera início em meados dos anos 70. Fossem quais fossem as respostas a estas questões, uma coisa parecia evidente: alguém interes-sado no caso estava agindo em Londres. Nas semanas seguintes, mantivemos contato telefônico permanente com o "sr. Kemp". Depois da nossa primeira conversa, ele tratara de adquirir um exemplar do nosso primeiro livro, para se familiarizar com o pano de fundo. De nossa parte, enviamos-lhe um copioso dossiê de documentos relativos tanto ao conteúdo do primeiro livro quanto à nossa investigação atual - incluindo, é claro, tudo que dizia respeito à conexão da Guardian Assurance com o First National Bank of Chicago. Isso compreendia, além da "Mise en Garde" com as assinaturas de John Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud, a versão adulterada do artigo de Jania Macgillivray, em que tínhamos visto o nome de Gaylord Freeman pela primeira vez.
Depois de examinar todo esse material, o "sr. Kemp" ficou não só perplexo como intrigado. Ele tinha considerável experiência em desmascarar fraudes. Aquilo dava à história um tom excitante e sua curiosidade tornou-se tão grande quanto a nossa. Concordou em fazer investigações por conta própria e também, assim que se apresentasse o momento propício, falar pessoalmente com Gaylord Freeman. Nesse ínterim, pôde confirmar uma coisa para nós. As assinaturas eram genuínas. Não havia dúvida de que coincidiam com todas as outras amostras que se tinha podido encontrar das assinaturas dos três homens.Continuamos fornecendo ao "sr. Kemp" documentos adicionais e novas informações, à medida que vinham à luz. Ele levava adiante a sua própria investigação, mantendo-nos a par de seus progressos, e fez um relatório minucioso. Este parecia comprometer irremediavelmente o sr. Plantard e o Prieuré de Sion. Dos anos em que os srs. Drick, Freeman e Abboud tinham trabalhado juntos no banco, o "sr. Kemp" só conseguiu encontrar um único documento de que constavam as assinaturas dos três. Tratava-se do Relatório Anual de 1974 do First National Bank of Chicago e da First Chicago Corporation, que dera origem ao banco. O relatório fora publicado em 10 de fevereiro de 1975 e distribuído a todas as filiais do banco, bem como aos acionistas. Nele, as assinaturas de John Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud apareciam juntas. Não só isso. Apareciam exatamente na mesma seqüência que na "Mise en Garde". O "sr. Kemp" medira as assinaturas em ambos os documentos. Verificou que as do Relatório Anual de 1974 eram exatamente do mesmo tamanho que as da "Mise en Garde". Este era sem dúvida um indício incriminador. É praticamente impossível alguém conseguir fazer cada letra, cada volta e cada floreio de sua assinatura exatamente do mesmo tamanho em duas ocasiões diferentes. Era inconcebível que os três homens tivessem conseguido tal proeza nos mesmos dois documentos. Não havia dúvida de que as assinaturas na "Mise en Garde" tinham-se baseado numa fotocópia. Evidentemente alguém fotocopiara a última página do Relatório Anual de 1974 e posteriormente re-produzira as assinaturas na "Mise en Garde". Mais uma vez, no entanto, restava a questão do motivo. Por que exatamente aqueles homens? E por que correr o risco legal que o uso das assinaturas daqueles homens implicava? Pelo que sabíamos, a "Mise en Garde" tivera uma circulação bastante ampla - fora enviada não só aos membros do Prieuré de Sion, mas para nós e para outras pessoas que pesquisavam o assunto na França, além de integrar um dossiê apresentado ao judiciário francês. Parecia inacreditável que o sr. Plantard ousasse se expor dessa maneira, ousasse se tornar tão vulnerável às conseqüências da fraude. Outras pessoas poderiam sem dúvida fazer averiguações tão rápidas quanto as nossas. Nesse caso, o desmascaramento da fraude não era mera questão de tempo? "Roubar" três assinaturas, uma delas pertencente a um morto, era coisa séria. Já não se tratava de uma brincadeira para gerar confusão. Em matéria de desinformação, aquela não era tampouco das mais habilidosas. O "sr. Kemp" informou que estivera com Gaylord Freeman. Mostrara-lhe a "Mise en Garde" com as três assinaturas. Mostrara-lhe outros documentos pertencentes ao Prieuré de Sion e ao sr. Plantard. Perguntara-lhe, de maneira bastante direta e explícita, se era ou tinha sido membro do Prieuré de Sion, se já tinha ouvido falar dele ou de Pierre Plantard de Saint-Clair. No dossiê que enviáramos ao "sr. Kemp", tínhamos incluído uma cópia do estatuto do Prieuré. Segundo o Artigo XXII desse estatuto, "A negação da condição de membro do Prieuré de Sion, feita publicamente ou por escrito, sem causa ou perigo pessoal, acarretará a exclusão do membro, que será pronunciado pelo Convento". Se o sr. Freeman fosse de fato filiado ao Prieuré, raciocinamos nós e também o "sr. Kemp", esse estatuto o obrigava a admiti-lo. Segundo o "sr. Kemp", o sr. Freeman havia negado qualquer conhecimento do assunto. Não era membro do Prieuré de Sion. Nunca fora membro do Prieuré de Sion. Nunca ouvira falar do Prieuré de Sion nem de Pierre Plantard de Saint-Clair. Ao mesmo tempo, a atitude do sr. Freeman parecera um tanto curiosa. Mostrara-se, disse-nos o "sr. Kemp", levemente irônico, ligeiramente aturdido com as perguntas que lhe foram feitas, mas tudo de maneira fria. No conjunto, mostrara-se desconcertantemente blasé. Não manifestara qualquer surpresa - nem com as perguntas, nem diante do fato de seu nome ocorrer num contexto tão singular. Não expressara absolutamente raiva ou indignação diante do modo como seu nome e sua assinatura estavam sendo usados. Não tinha nem mesmo pedido maiores informações e não reagira com mais intensidade do que teria feito se as indagações se referissem a negócios puramente rotineiros. ( Reação estranha, normalmente qualquer pessoa ficaria agitada em uma situação dessa ( Alguém utilizar sua assinatura em documentos que desconhece associados a uma sociedade secreta, não houve nem uma tentativa de levar o caso a justiça por parte de Gaylord ), além disso duvido muito que uma sociedade que guarda segredos não permita que membros neguem participação nela, em estatutos públicos até podem declarar que não se pode negar, mais isso não quer dizer que na pratica isso seja aplicado ) Embora essa despreocupação pudesse parecer chocante, o "sr. Kemp" disse não duvidar das negativas do sr. Freeman. Isso, disse ele, só vinha tomar o assunto mais desconcertante aos seus olhos. Suspeitava de que havia algo de grave envolvido naquilo tudo, mas não conseguia atinar o quê. Graças à sua ligação com a Interpol, comentou, tivera oportunidades suficientes no mundo de investigar literalmente milhares de fraudes. Segundo todos os critérios que estava habituado a aplicar nessas circunstâncias, o caso presente não tinha nenhum sentido. O que leva geralmente à fraude, explicou, é a sede do poder, o ganho financeiro ou ambos. No que dizia respeito ao Prieuré de Sion, no entanto, e especialmente no que dizia respeito ao caso especifico da "Mise en Garde", nenhuma dessas motivações parecia estar em jogo. Era difícil imaginar como o negócio podia envolver alguma manobra em busca de poder. ( Talvez o interesse fosse expor membros do Priorado, no caso desse documento especificamente ligados a uma ramificação anglo americana da ordem, na epoca em oposição a ramificação francesa liderada por Pierre S. Plantard que foi quem forneceu tais documentos ) Na verdade, o Prieuré ficava comprometido, e não fortalecido, pelo uso de assinaturas claramente espúrias, de falsidade tão facilmente comprovável. Tampouco era possível discernir um componente de ganho financeiro. Como havíamos descoberto muito tempo antes, a indiferença que o Prieuré manifestava por dinheiro era um dos seus traços mais convincentes. Longe de procurar acumular rendas, o Prieuré parecia bastante disposto a abrir mão de dinheiro, ou mesmo a gastar dinheiro em troca da divulgação de algum material ( Eu diria que eles já tem dinheiro o suficiente para isso não se tornar uma preocupação, desde tempos antigos membros da Dinastia Merovingia que sempre controlaram o Priorado eram extremamente ricos, inclusive os Rothschilds tiveram auxilio de membros dessa dinastia para obter o poder e fortuna que possuem nos dias contemporâneos ). O "sr. Kemp" disse que, certa feita, encontrara falsificações absurdas e enigmáticas. Vez por outra, mencionou, agentes aposentados da comunidade de informações podem, por exemplo, criar um estratagema complicado para se divertir e pôr à prova os colegas mais jovens. Mas isso também não parecia se aplicar ao presente caso. O Prieuré atual vinha praticando seus ardis havia quase trinta anos, desde 1956, quando o sr. Plantard tinha 36 anos. Além disso, o envolvimento de nomes como os de Malraux, Juin e De Gaulle depunha contra um jeu d'esprit meramente frívolo. Em suma, estava acontecendo alguma coisa desnorteante não só para nós, mas para um profissional especialista nessas questões, com anos de experiência nas costas. O "sr. Kemp" concluiu essa conversa conosco com uma nota de ambigüidade cuidadosamente dosada: "Não confiem em ninguém", disse. "Nem em mim." Nesse meio tempo, tínhamos insistido em marcar com o sr. Plantard o encontro "face a face" que ele próprio dissera ser necessário. Por razões que mais tarde ficaram claras, ele se mostrou esquivo. Freqüentemente não conseguíamos contatá-lo nem ao telefone. Quando isso era possível, ele se queixava de uma agenda carregada, ou tinha de tratar de algo relacionado aos estudos do filho, ou ia ficar fora de Paris, ou estava gripado. No passado, sempre mostrara prazer em nos encontrar. Agora parecia claramente relutante. Evidentemente, tínhamos outras coisas de que tratar; estávamos mergulhados na pesquisa.da história do Novo Testamento, do cristianismo celta e do material que compõe a primeira parte deste livro. Mesmo assim, estávamos frustrados ao ver que o tempo ia passando e o encontro com o sr. Plantard continuava sendo adiado. Tanto ele quanto o Prieuré de Sion estavam começando a parecer cada vez mais suspeitos. Também nas outras frentes não estava acontecendo grande coisa. Nossas indagações sobre o processo judicial contra o sr. Chaumeil só nos permitiram concluir que ele continuava pendente. Um livro do sr. Chaumeil foi publicado, mas de fato não passava de uma reedição de um trabalho anterior, com introdução e posfácio novos. Não continha quaisquer revelações escandalosas como as prometidas pelo panfleto anônimo. ( Indicio que de ele foi chantageado, subornado ou ameaçado de alguma forma talvez, ou a publicação do livro foi bloqueada pelo Priorado mesmo ) Finalmente, recebemos uma carta do sr. Plantard. Num tom friamente formal, ele consentia na tão esperada entrevista, mas com uma ressalva: "Será um prazer estar com os senhores no final de setembro em bases amigáveis; lamento informar, porém, que não poderei fornecer qualquer informação para a publicação dos senhores."
Na mesma carta, o sr. Plantard declarava ter comprovado a autenticidade do documento de 1955 - aquele que tinha as assinaturas do visconde Leathers, do major Clowes e do capitão Nutting. O documento, dizia, fora examinado e validado por "especialistas". Por outro lado, reconhecia que o documento de 1956 - o que tinha a assinatura do lorde Selborne e a referência ao Lloyds Bank Europe - era fraudulento. Em seguida, em letras maiúsculas, repetia que os documentos autenticados deviam "permanecer confidenciais e não ser publicados" - insistência ainda mais desconcertante uma vez que os mesmos, como ele próprio admitia, já tinham sido publicados por Louis Vazart e já não tinham coisa alguma de confidencial. E acrescentava: "Proibi na França qualquer publicação sobre o Prieuré de Sion e sobre minha pessoa, e isso desde o mês de março de 1984..."
O fraseado dessa declaração era interessante. Não podíamos acreditar, é claro, que o sr. Plantard possuísse tão amplos poderes de censura. O que ele queria dizer, provavelmente, é que instruíra os membros do Prieuré de Sion a manter silêncio. Sua interdição não podia envolver o conjunto da imprensa, mas certamente abrangia as várias fontes internas que vinham vazando material para o público havia quase trinta anos. ( Eu já creio sim no poder do Priorado por meio de ordens menores subordinadas a ela como o Rito Escocês da Maçonaria fundado por um grão mestre da ordem e da Rosa Cruz que é ligada e criada por eles também de estabelecer tal censura se desejarem, isso sem falar no provavel conluio deles com a ordem dos Illuminatis da Baviera ) A carta do sr. Plantard continha outra declaração de interesse. Fora acrescentada como um pós-escrito: "Oponho-me também expressamente à publicação da correspondência trocada entre mim e o general De Gaulle, bem como com o marechal Juin ou com Henri, conde de Paris. Esses documentos, roubados da rua St. Lazare, 37, Paris, são confidenciais e continuam sendo 'segredo de Estado', ainda que estejam à venda..." Estaria o sr. Plantard, por acreditar que tínhamos acesso a essa correspondência, revelando inadvertidamente que ela existia - e que talvez tivesse algo de comprometedor? Ou simplesmente queria que pensássemos isso? A essa altura, estávamos desconfiando de tudo. Nada parecia inequívoco; nada podia ser tomado por seu valor aparente; tudo admitia uma explicação alternativa. Começávamos a ver o Prieuré de Sion como uma imagem holográfica, que se transformava como um prisma, segundo a luz e o ângulo de que era vista. De uma perspectiva, parecia ser uma influente, poderosa e rica sociedade secreta internacional, cujos membros incluíam figuras eminentes nas artes, na política e nas altas finanças. De outra, parecia uma mistificação engenhosa, urdida por um grupelho para obscuros fins próprios. Talvez, de certo modo, fosse as duas coisas."
Simbolo do Primeiro Banco Nacional de Chicago, aonde supostamente membros da ramificação anglo-americana do Priorado trabalharam, apesar da fraude na assinatura do documento fornecido pela ramificação francesa da Ordem que estaria em conflito com essa ramificação da ordem que falava de membros do Priorado na América, foi encontrada uma ligação externa intima do banco com uma corporação inglesa associada a politicos britânicos interessados em documentos associados a Dinastia Merovingia, que é uma dinastia intimamente ligada que até pode se dizer que comanda e criou a Ordem, e um dos supostos membros da ramificação Anglo-americana do Priorado é de uma de uma das 13 linhagens que supostamente comandam o alto satanismo e controlam o mundo, tendo vários membros dela em altas posições de poder, me refiro ao Banqueiro e empresário Gaylord Freeman, que seria um dos lideres do Priorado naquele tempo, a matéria especifica que fala sobre a familia Freeman revela mais detalhes a respeito de membros dessa familia, muitos deles são ligados a grandes corporações, e a organizações ligadas aos Illuminatis, incluindo ordens ocultistas.
Foram as reformas introduzidas por Jean Cocteau em 1955 que provocaram a criação [da nova organização], ao negar o anonimato aos membros da Ordem. Nessa ocasião, todos os membros foram obrigados a fornecer certidão de nascimento e uma assinatura registrada em cartório. Uma necessidade, talvez... mas uma violação da liberdade.
Cabe lembrar que essa declaração veio à luz pela primeira vez quando o artigo de Jania foi adulterado, em algum momento entre 1979 e 1981. Tínhamos recebido uma cópia dele do marquês de Chérisey em 1981 - dois anos antes que o sr. Plantard nos mostrasse os documentos autenticados com as assinaturas de homens vinculados à Guardian Assurance, de cujo conselho diretor lorde Blackford era presidente. Seria possível que os ingleses envolvidos no caso fossem membros já veteranos do Prieuré de Sion? Talvez se tivessem associado à Ordem através de suas ligações com a Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. Talvez essa ligação fosse ainda mais antiga. E ainda que lorde Blackford, nas declarações a ele atribuídas, aparentemente protestasse contra o Artigo X dos estatutos de Cocteau, era possível que seus companheiros o tivessem acatado, mesmo que com relutância. Isso certamente explicaria as certidões de nascimento e as assinaturas autenticadas. ( Esses homens possuiam posição de poder politica dentro da Inglaterra o que torna eles nobres subordinados a Dinastia Windsor que descende da Dinastia Merovíngia o que inevitavelmente deve ser um fator que lhes liga ao Priorado que foi criado e é controlado por essa Dinastia ) Várias fontes, inclusive algumas oriundas do próprio Prieuré de Sion, haviam falado reiteradamente de uma crise ou sublevação no seio da Ordem em 1955 e 1956. Ao que diziam, um cisma completo só pudera ser evitado graças ao talento diplomático de Pierre Plantard de Saint-Clair, que teria "reintegrado" a Ordem. Seria possível que o atrito de 1955-1956 tivesse levado certos membros da Ordem, por razões que provavelmente nunca serão conhecidas externamente, a seqüestrar certos documentos de valor, entre os quais os pergaminhos de Sauniere? Quando menos, isso lhes forneceria um elemento de barganha.
Essa possibilidade não nos parece inteiramente descartável. Mas há também uma outra. Se homens como o visconde Leathers, o major Clowes e o capitão Nutting tivessem acatado o Artigo X dos estatutos, eles teriam fornecido - como de fato parecia ter ocorrido - cópias autenticadas de suas certidões de nascimento e assinaturas. Na prática, isso significaria que a hierarquia do Prieuré de Sion teria recebido e acumulado grande número de certidões de nascimento e assinaturas. Presumivelmente, estas teriam sido arquivadas. Em qualquer momento no futuro, e especialmente depois que os homens que as tinham fornecido estivessem seguramente mortos, teria sido possível "reciclá-Ias". Lorde Selborne, por exefplo, morreu em setembro de 1971. A partir de então, em qualquer momento, teria sido possível exumar dos arquivos sua certidão de nascimento e assinatura, acrescentar um texto e datá-Io de 1956, e teria sido absolutamente impossível detectar a fraude, não fosse por uma única falha: a menção ao Lloyds Bank Europe. Havia nisso, sem dúvida, vagos vestígios de um padrão. O Artigo X dos estatutos, a crítica a esse artigo atribuída a lorde Blackford e o aparente acatamento do Artigo X por Nutting, Clowes, Leathers e Selbome - tudo isso não podia ser mera coincidência. O roteiro que havíamos imaginado, porém, pressupunha que toda fraude porventura existente nos documentos autenticados tinha sido perpetrada pelo Prieuré de Sion - ou, de todo modo, por alguns de seus membros. Ao mesmo tempo, por mais que esse cenário nos parecesse plausível, não podíamos ignorar os indícios de que outra mão estava envolvida - e esta parecia estar trabalhando não a favor, mas contra o Prieuré de Sion. Embora tivesse havido referências anteriores aos documentos autenticados, o sr. Plantard nunca afirmou tê-los visto; frisou que os adquirira apenas em 1983, pouco tempo antes de os mostrar a nós. Estávamos inclinados a acreditar nisso. A alteração do nome do capitão Nutting antes de 1983, e a falta de precisão geral, sugeriam de fato que os membros do Prieuré de Sion na França não tinham visto os documentos, só os conhecendo de ouvir falar. Além disso, quando apontamos a incongruência ligada ao Lloyds Bank Europe, o sr. Plantard ficou visivelmente chocado e perturbado. Praticamente nos implorou que levássemos nossa investigação à frente e lhe comunicássemos qual-quer novo resultado. Fez também diligências por conta própria, após as quais reconheceu prontamente, ainda que a contragosto, que o documento de 1956 era espúrio. A partir disso, ficou cada vez mais evidente que, se tinha havido qualquer tentativa de nos enganar, esta não partira do sr. Plantard. Ao contrário, estava claro que o embuste se destinara a ele próprio e que o nosso papel fora inteiramente secundário. Ao que parecia, havíamos simplesmente nos deixado enredar numa intriga obscura, num jogo de xadrez invisível, entre o Prieuré de Sion e mais alguém.
Quando lidamos com problemas como esse suscitado pelos documentos autenticados, tendemos instintivamente a polarizar as possibilidades, a reduzir a questão a uma proposição elementar do tipo "oul ou". Ou os documentos são legítimos ou não são. Se não são, não podem ser levados a sério e devem ser imediatamente descartados. Nesse caso, contudo, era óbvio que as coisas não eram tão confortavelmente simples. Um dos documentos, pelo menos em parte, era sem dúvida espúrio. Por outro lado, estava em jogo um número tão grande de aspectos - as afirmações do sr. Bigland, para citar só um exemplo que tinham um fundamento suficientemente sólido para justificar pesquisas adicionais. Quanto mais examinávamos a questão, mais nos dávamos conta de que não estávamos lidando nem com documentos plenamente legítimos, nem com "simples" falsificações. Ao contrário, estávamos lidando com alguma outra coisa, algo que recaía numa categoria situada em algum ponto entre a verdade e a falsidade. Essa categoria é muito conhecida pelos serviços de espionagem. Na verdade, é o objeto de uma de suas atividades básicas. Chama-se desinformação. Envolve a disseminação deliberada, planejada de dados equívocos, parcialmente verdadeiros, parcialmente errôneos, no intuito de ocultar algo, tirar a atenção das pessoas de algo, desviar a atenção numa ou noutra direção periférica ou tangencial. As melhores mentiras, porém, são sempre ampliações ou variações da verdade, não puras invenções. A desinformação mais eficaz estrutura-se sempre em torno de um núcleo de validade. É a partir desse núcleo que o labirinto de becos sem saída e pistas que não levam a lugar algum invariavelmente se difunde. Tanto nós quanto o sr. Plantard tínhamos sido vítimas de uma desinformação ( Eu creio que Plantard podia muito bem estar imcubido em desinformar ou até com uma fraude que continha algumas informações verdadeiras desacreditar o trabalho dos autores desse livro, por meio dele se lembro bem que eles tiveram acesso as documentos e ele era ligado a Dinastia Merovingia como ao Priorado ). Quem quer que a tivesse forjado sabia muito exatamente o que o sr. Plantard esperava encontrar nos documentos autenticados - a ponto de convencê-lo de que ele de fato o encontrara. Quem quer que fosse o responsável conhecia extremamente bem não só o sr. Plantard como também o Prieuré de Sion, conhecia extremamente bem o pano de fundo da questão e dispunha de recursos impressionantes. A fraude não podia ter sido-trabalho de um amador. Era extremamente sofisticada, extremamente profissional. Inevitavelmente, nossas suspeitas se voltaram para os serviços secretos - da Grã-Bretanha, da França, ou até (embora não pudéssemos imaginar por que razão) dos Estados Unidos. Segundo um sócio do capitão Nutting, ele pertencera ao Serviço de Informações britânico. Tínhamos bases também para suspeitar do envolvimento do Serviço de Segurança Interna francês. Um jornalista conhecido nosso, numa ocasião em que estava trabalhando em Paris, recebera de um oficial da Segurança Francesa a sugestão de que lesse O santo graal e a linhagem sagrada - "porque diz respeito a questões políticas contemporâneas" ( O Priorado de fato ao que tudo indica tem grande importância na politica de muitos paises do mundo até hoje ), insinuara enigmaticamente o oficial. Além disso, convém lembrar que representantes de companhias seguradoras que faziam negócios na França em meados dos anos 50 estavam legalmente obrigados a fornecer ao governo certidões de nascimento e assinaturas autenticadas. O governo francês tinha portanto fácil acesso às certidões e assinaturas que figuravam nos documentos que nos interessavam. Havia, porém, um outro serviço de informações que se tornou também objeto de fortes suspeitas. Esse serviço tinha trabalhado tanto com o serviço britânico quanto com o OSS norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial. Continua ativo até hoje, mantendo estreito vínculo tanto com a CIA quanto com o Vaticano. Tinha, por sua própria natureza, um interesse direto e profundo em tudo que dissesse respeito ao cristianismo em geral e a Jesus em particular. Incluía pelo menos segundo o que nos contaram mais tarde - certos membros do Prieuré de Sion, ainda que as duas organizações parecessem, sob muitos aspectos, diametralmente opostas. E, ao que se dizia, era nos seus arquivos que os pergaminhos de Sauniere tinham ido parar. O serviço de informações em questão era o dos Cavaleiros de Malta. ( Que são uma ramificação importante da Ordem dos Jesuitas )". capitulo 19 "O Panfleto Anônimo": "Na primavera de 1983, quando nos mostrou pela primeira vez os originais dos documentos autenticados, o sr. Plantard determinou que não deveríamos discuti-Ios com ninguém, nem imprimi-Ios. Se vazasse algum rumor a respeito deles, disse, as conseqüências seriam embaraçosas. Algumas partes interessadas - uma das quais, sugeriu, era o governo francês -- poderiam conseguir se apoderar dos pergaminhos descobertos por Sauniere ou obtê-Ios por meio de trapaça, e eles talvez nunca mais fossem vistos. Simplesmente desapareceriam em algum arquivo, como segredos de Estado. Ao contrário dos arquivos ingleses e norte-americanos, os da França tendem a permanecer fechados. ( O que soa para mim com mais desinformação, uma ordem poderosa como o Priorado tem certo sob governos de paises, apesar que outras ordens ocultistas opostas a sua agenda de divulgação controlada e pragmatica dos documento, que também tivesse certa influência no governo francês poderia se interessar nos documentos ) Ficamos perplexos. Por que o sr. Vazart publicara os documentos se eles eram adversos aos interesses do Prieuré de Sion? E por que o sr. Plantard nos fizera prometer segredo acerca desses documentos se, muito antes de termos qualquer oportunidade de reproduzi-Ios num livro nosso, o sr. Vazart iria fazê-Io num livro seu? Não nos passava pela cabeça que o sr. Vazart tivesse tomado uma iniciativa como essa sem o conhecimento e a aprovação do sr. Plantard. E estávamos nos preparando para fazer essas perguntas ao sr. Plantard quando os acontecimentos sofreram uma reviravolta completa e tomaram rumo inteiramente diverso. Em meados de dezembro de 1983, recebemos pelo correio um panfleto anônimo - um pasquim do tipo não incomum na política da França e da Itália. Ficamos sabendo posteriormente que o panfleto em questão não fora enviado somente a nós, tendo circulado amplamente na França. Compunha-se de uma só página, muito desleixadamente datilografada e depois fotocopiada. O texto pretendia ser uma propaganda do próximo lançamento de um livro de Jean-Luc Chaumeil, o homem que atuava como emissário do Prieuré de Sion quando de nossos primeiros contatos com a Ordem em 1979. Como foi dito anteriormente, mais tarde o sr. Chaumeil fora desautorizado pela Ordem. Embora nada no próprio panfleto prove que ele foi escrito pessoalmente pelo sr. Chaumeil, isso é fortemente sugerido. É nítido o desejo de dar ao leitor essa impressão. No canto superior esquerdo da página há um logotipo - um punho cerrando uma rosa -, o símbolo convencional do Partido Socialista Francês ( Lembrando que o Socialismo Marxista foi uma cria financiada por oligarcas ligados a ordens ocultistas, possivelmente muitas pessoas envolvidas ao Priorado estiveram envolvidas portanto na sua formação e crescimento no mundo ). Em letras maiúsculas no alto, há o seguinte anúncio: "EM JANEIRO PRÓXIMO EM TODAS AS LIVRARIAS: A DOUTRINA DO PRIEURÉ DE SION (CINCO VOLUMES) JEAN-LUC CHAUMEIL.» Abaixo, o texto a seguir:
"Por manipulação do Prieuré de Sion, fui induzido a escrever meu livro Le trésor du triannle d' or" - declara J. - L. Chaumeil. - "Agora vou revelar toda a verdade sobre este caso." O livro vai revelar que L'Enigme sacrée [tradução francesa de O santo graal e a linhagem sagrada] não passa de uma grande fraude sem qualquer fundamento sério ( Bem, a parte do livro que fala de uma linhagem de reis descendentes diretos de Jesus realmente não possui fundamento sério algum, mesmo que haja informações históricas válidas nesse livro sobre diversos assuntos ). Além disso, desde 1981 Pierre Plantard não é mais grão-mestre [e] o Prieuré está sob a direção de uma inglesa chamada Ann Evans, a verdadeira autora dessa ficção paranóide!
Pierre Plantard não passa de um ... [segue-se uma afirmação injuriosa sobre o sr. Plantard, o sr. Vazart e o curador do museu de Stenay, que pode certamente ser injustificada. É preciso lembrar que, em 1952, Pierre Plantard transferiu ilicitamente, da França para a Suíça (para a Union des Banques Suisses), lingotes de ouro no valor de mais de 100 milhões [de francos]...
Segue-se um violento libelo pessoal contra o sr. Plantard, que não seria legítimo reproduzir aqui e que, de todo modo, não tem qualquer relação com a nossa história. Depois disso, o texto diz:
Este caso, como os outros, foi varrido para debaixo do tapete porque Pierre Plantard trabalhou, no início de 1958, como agente secreto de De Gaulle, assumindo o secretariado dos Comitês de Salvação Pública. Em 1960, associou-se a... Gérard de Sede, tenho obtido também o apoio de André Malraux para levar a cabo o negócio de Gisors em que... outro... indivíduo, Philippe de Chérisey, esteve envolvido... Em 1980, um certo J. P. Deloux e Brétigny lançaram [as revistas] lnexpliqué, Atlas e Nostra, sob a égide de um membro do Prieuré de Sion, Gregory Pons, e publicaram Rennes-le-Château: capitale secrete, brochura em cores com tiragem de 220 mil cópias. Feito esse trabalho, foi a vez de Nostra proclamar Plantard futuro Grande Monarca, e agora a Hebdo-Maaazine apóia Jacques Chirac, que de fato se amolda muito bem à estrepitosa atração do Prieuré...
Como se pode ver, só o parágrafo de abertura desse texto é uma citação pretensamente direta do sr. Chaumeil. Tudo que se segue pretende se passar por expressão do que ele tem a dizer. Nada indica, porém, se as palavras são do próprio sr. Chaumeil ou lhe estão sendo atribuídas pelo autor anônimo do panfleto. Alguns pontos do texto obviamente exigem uma explicação e o leitor as encontrará nas notas no fim deste volume. Há também pontos que obviamente exigem correção. Num caso, pelo menos, podemos afirmar que o autor não se limita a tirar conclusões apressadas. Ele simplesmente inventa. Nos agradecimentos da edição original de O santo graal e a linhagem sagrada, destacamos especialmente Ann Evans, nossa agente literária - "sem a qual", dissemos, "este livro não poderia ter sido escrito". Presumivelmente com base nessa declaração, o autor do panfleto concluiu que uma elusiva inglesa chamada Ann Evans foi de fato a fonte primária de nossas informações e, de fato, a verdadeira autora do livro. Um equívoco como este põe imediatamente em questão a veracidade do que se segue. Mesmo assim, alguns pontos são dignos de nota.Em primeiro lugar, o panfleto seria patentemente passível de ação judicial. Se quiséssemos, nós mesmos poderíamos tê-Ia movido. Ann Evans também. Os insultos e acusações lançados contra os srs. Vazart, Chérisey e Plantard davam ainda mais base para um processo. O autor do texto, fosse quem fosse, certamente devia saber que se expunha a um risco considerável e que sua identificação poderia ter graves conseqüências. Por que, então, o texto fora escrito e distribuído? Para apresentar o ponto de vista do sr. Chaumeil? Ou para incriminá-lo? Neste caso, por quê? O segundo ponto é que a intenção explícita do panfleto é desacreditar o sr. Plantard e o Prieuré de Sion. No entanto, seja por total inépcia, seja por uma astuta estratégia, consegue fazer exatamente o oposto. A despeito das transgressões morais a ele atribuídas, o sr. Plantard emerge como um personagem poderoso - um "agente secreto de De Gaulle", um homem capaz de exercer o cargo de secretário-geral dos Comitês de Salvação Pública, que conseguiu obter a ajuda de ninguém menos que André Malraux, que é capaz de traficar com grandes somas de dinheiro. Ainda que imagem do sr. Plantard possa parecer mais sinistra em face dessas acusações, certamente não é diminuída. Tampouco o Prieuré de Sion. Segundo o panfleto, o Prieuré é capaz de "manipular" - de maneira não especificada - um homem a ponto de induzi-lo a escrever um livro. É capaz de orquestrar o conteúdo de várias revistas e divulgar ou ocultar informações a seu talante. Parece ter acesso à mídia e, presumivelmente, recursos consideráveis. Desperta uma reação favorável em Jacques Chirac. Mais uma vez, fica-se com a impressão de uma organização mais ameaçadora do que talvez se imaginasse, mas nem por isso menos influente ou poderosa. Se a intenção do panfleto era desmascarar e depreciar o sr. Plantard e o Prieuré de Sion, seu autor anônimo tinha procedido de maneira decididamente curiosa." Sub capítulo "Arquivos Roubados": "A nosso pedido, um dos nossos colaboradores em Paris telefonou para o sr. Chaumeil, marcou encontro com ele e perguntou sobre o panfleto. Num encontro posterior, nós próprios fizemos o mesmo. Em ambas as ocasiões, o sr. Chaumeil protestou veementemente sua inocência. Não era responsável pelo panfleto, insistiu. Não repudiava nenhuma das alegações feitas ali, mas negava tê-Ias escrito. Estavam tentando incriminá-lo, afirmou. Essa era uma possibilidade que não podia ser descartada. O sr. Chaumeil tem o hábito de ser bastante desastrado, para não dizer desastroso, em suas declarações, tanto em particular quanto em público. Em um de seus livros (Du premier au dernier templier), de que gentilmente nos deu um exemplar, ele nos havia atacado num palavreado de fazer ruborizar um cura. Outras vítimas do seu calão que não tivessem nosso senso de humor poderiam estar mais do que satisfeitas em pô-Io em maus lençóis.Em seu encontro com nosso colaborador, ele se mostrou nervoso. Ao que parecia, o sr. Plantard havia ameaçado processá-lo, e o sr. Chaumeil, embora fanfarrão, estava evidentemente assustado. Se era inocente, como alegava, podia agora se ver obrigado a provar isso nas barras do tribunal. Alguns dias depois de recebermos o panfleto de uma fonte anônima, chegou-nos um pacote de textos do sr. Plantard. Aparentemente ignorando que tínhamos recebido o panfleto, o sr. Plantard anexou uma cópia do mesmo. Incluiu também uma resposta a ele, na forma de uma folha bem impressa intitulada La Camisole Bulletin "TorchonRéponse" N° 1, com um texto de Louis Vazart - vazado numa linguagem quase tão ofensiva quanto a do panfleto, mas mais coerente. Fora incluída também a cópia de uma carta em que o sr. Plantard, acusando o sr. Chaumeil de ser o autor do panfleto, exigia dele uma retratação pública formal das acusações. Se esta não fosse feita rapidamente, declarava o sr. Plantard, iria processá-lo por difamação. O mesmo fariam Louis Vazart e o marquês de Chérisey. Seguiu-se uma pausa, tendo os feriados do Natal imposto uma paz passageira, senão no mundo em geral, pelo menos entre as partes contendoras em Paris. As hostilidades recomeçaram com o ano novo. Na primeira semana de fevereiro, recebemos outro pacote de documentos do sr. Plantard, destinado, como o anterior, a nos manter a par dos acontecimentos. O mais importante item no novo maço de papéis era um texto de duas páginas datado de 17 de janeiro de 1984. No alto da primeira página estava impresso um cabeço oficial do Prieuré de Sion - o primeiro que jamais víramos. Este era acompanhado por um timbre com as letras R +C, presumivelmente denotando a Rosa Cruz. Havia também o que parecia ser um selo oficial impresso com um carimbo de borracha - o timbre R +c fechado em dois círculos concêntricos com a inscrição "Prieuré de Sion - Secretariado Geral" e, abaixo, a assinatura do sr. Plantard. No canto superior esquerdo havia uma espécie de número de referência 3/3/6/84. O documento, intitulado "Mise en Garde" ("Advertência"), estava assim endereçado, com abreviaturas tipicamente maçônicas: "CONFIDENTIELLE à nos F .' ." ("Confidencial, aos nossos confrades"). Por que, perguntamos a nós mesmos, aquilo fora enviado a estranhos como nós? Por que estavam tentando nos envolver na disputa entre o sr. Plantard com o sr. Chaumeil? ( Obviamente queriam promover na midia por alguma razão essa disputa ) O texto da "Mise em Garde" entrava flagrantemente em choque com as pomposas formalidades do alto da página. Consistia, mais uma vez, de uma torrente de invectivas e ofensas dirigidas a Jean-Luc Chaumeil. Pretendia ser uma espécie de relação de imputações ou acusações, para a elucidação de todos os membros do Prieuré de Sion. Assim, começava nos seguintes termos:
"Vemo-no obrigados a enviar a presente "Mise en Garde" contra o (...) indivíduo conhecido como Jean-Luc Chaumeil, nascido em 20 de outubro de 1944, em Lille (...) contra quem uma ação por libelo foi impetrada junto ao foro em Nanterre 92000 por nosso G.M .'. (Grão Mestre) em 16 de dezembro de 1983."
Seguia-se uma lista selecionada das "calúnias" de que Chaumeil era acusado - e, para anular seus protestos de inocência, passagens fotocopiadas com o que se afirmava ser sua própria caligrafia. Na segunda página havia outras dessas passagens; em seguida o texto da alegação era retomado, falando sobre duas caixas dos arquivos do Prieuré de Sion datados de 1935 a 1955.
"Essas duas caixas foram roubadas em 1967 da então residência do nosso irmão Philippe de Chérisey. Por quem? (...) Esse modesto pacote continha cartas do nosso falecido G M [grão-mestre) Jean Cocteau, de nossos confrades Alphonse Juin, André Malraux, etc. Teria então o profano J. L. Chaumeil sido o receptador desses bens roubados? Seja como for, ele tentou também impingi-los ao nosso amigo Henry Lincoln ..."
Nem é preciso dizer que isso era flagrantemente falso. Em seu encontro conosco, Chaumeil negara possuir quaisquer documentos do Prieuré, ou mesmo alimentar qualquer outro interesse pelo Prieuré. E nem nesse encontro, nem em qualquer outra ocasião, tentara nos vender, nos dar ou nos impingir qualquer tipo de documento ( O que não significa que seja mentirosa a acusação ). Sendo assim, por que estávamos sendo mais uma vez enredados no caso? De todo modo, o Prieuré parecia estar suficientemente incomodado com o assunto para lançar uma advertência:
"o Prieuré de Sion e seus membros não têm qualquer interesse nas arengas de (...) l-L. Chaumeil, e aqueles que se acumpliciarem como esse tráfico de documentos e libelos correm o risco de se verem eles mesmos inculpados nessa questão perante o foro."
Desse ponto em diante, o texto renovava a diatribes contra o sr. Chaumeil. Mas uma incongruência gritante aparecia. Por um lado, a perspectiva de o sr. Chaumeil escrever um livro sobre o Prieuré de Sion era ridicularizada. O sr. Chaumeil, afirmava-se, não tinha condições de dizer nada de válido sobre o Prieuré. Ao mesmo tempo, contudo, afirmava-se que duas caixas dos arquivos do Prieuré, abrangendo os anos 1935-1955, tinham sido roubadas e sugeria-se enfaticamente que o sr. Chaumeil tivera acesso a elas. Nesse caso, como se podia ter tamanha certeza de que tudo que ele dissesse não passaria de fato de "mistificação" e de "pura invenção"? Aos nossos olhos, o Prieuré talvez estivesse protestando um pouquinho demais. Estava claro que alguma coisa realmente os perturbara. Por alguma razão, que nada tinha a ver com injúria e difamação pessoal, eles estavam obviamente atemorizados. O texto da "Mise en Garde" dava muito o que pensar. Mas o documento tinha ainda um outro aspecto mais significativo e mais intrigante que qualquer coisa contida no próprio texto. No pé da segunda página, os dois selos - um do Prieuré de Sion como tal e outro do seu Secretariado-Geral - apareciam de novo. Abaixo deles havia quatro assinaturas, apostas "em nome do Prieuré de Sion". As assinaturas, da esquerda para a direita, eram de: John E. Drick, Gaylord Freeman, A. Robert Abboud e Pierre Plantard. Na versão adulterada do artigo de Jania Macgillivray, feita em algum momento entre 1979 e 1981, havia uma referência a Gaylord Freeman. Após a morte de Jean Cocteau, em 1963, declarava aquela versão, o poder no Prieuré de Sion fora exercido por um triunvirato integrado por Pierre Plantard, Gaylord Freeman e Antonio Merzagora. Graças a essa referência, o nome de Gaylord Freeman, pelo menos, nos era conhecido. Os de John E. Drick e A. Robert Abboud, não. Nunca os havíamos encontrado antes." Sub capítulo "O Encontro de La Tipia": "Recebemos o pacote contendo a "Mise en Garde" em 3 de fevereiro de 1984, uma sexta-feira. Na segunda-feira, 6 de fevereiro, íamos voar para Paris, para um encontro marcado com o sr. Plantard. Não houve tempo, antes de partir, de rastrear as identidades dos srs. Drick, Freeman e Abboud. A pedido do sr. Plantard, fomos encontrá-Io num restaurante chamado La Tipia, situado na rua Rome, pegada à estação Saint-Lazare. O sr. Plantard observou que o local lhe era muito conveniente. Vinha para a cidade de trem e, após estar conosco, podia partir imediatamente, sem ter de deixar a vizinhança imediata da estação ferroviária. Nos meses seguintes, voltaríamos a nos encontrar com o sr. Plantard no La Tipia, na rua Rome. Foi só mais tarde que o local veio a adquirir um significado muito intrigante. Ao contrário do que sempre ocorrera até então, o sr. Plantard foi ao nosso encontro sozinho, sem o seu costumeiro séquito de colaboradores. Mais ainda, pareceu genuinamente aflito com uma série de coisas e ansioso não só por nos fazer confidências como para, em certos aspectos, obter nossa ajuda. No curso de nossa conversa, muitas questões diferentes foram levantadas. Como de costume, as respostas que recebemos suscitaram novas saraivadas de perguntas.
1. Obviamente, perguntamos ao sr. Plantard quem eram Gaylord Freeman, John E. Drick e A. Robert Abboud. Ele replicou bruscamente, com uma leve nota de pedido de desculpa na voz, que não estava em condições de responder a essa pergunta específica. Ela dizia respeito, disse ele, a assuntos internos do Prieuré de Sion, que não podia discutir com estranhos. Tentamos insistir na questão, perguntando se aqueles homens eram ingleses ou norte-americanos. O sr. Plantard limitou-se a repetir o que acabara de dizer - não podia discutir os problemas internos do Prieuré de Sion.
2. No entanto, ele de fato continuou discutindo os problemas internos do Prieuré de Sion, ou pelo menos um aspecto deles. O assunto pareceu escapar num momento de conversa amena, quando o sr. Plantard tinha relaxado a guarda. Ser grão-mestre às vezes era uma amolação, disse em tom jocoso, como um pai afetuoso que se queixa ironicamente da paternidade. Expressamos uma vaga surpresa e ele se explicou brevemente. Não se tratava de um problema grave, falou descuidadamente, mas exatamente naquele momento havia certo grau de atrito nas fileiras da Ordem, e ele tinha de impedir que isso se convertesse numa luta interna. A principal dificuldade, disse, estava sendo causada pelo "contingente anglo-americano" do Prieuré, que aparentemente desejava assumir uma direção diversa da adotada por seus confrades continentais. O sr. Plantard se recusou a ir além disso. Na verdade, ficou reticente sobre o assunto, como se tivesse percebido que já tinha falado demais. O resultado foi que não conseguimos nenhuma indicação sobre quem, precisamente, poderia formar esse "contingente anglo-americano" ( O próprio Gaylord Freeman em si era um banqueiro de sucesso na américa ), nem sobre qual podia ser o pomo da discórdia. Restou-nos especular no escuro sobre a possível causa da dissensão nas fileiras do Prieuré de Sion, com base no que compreendíamos dela.
3. Pouco depois desse fragmento de conversa, o sr. Plantard fez uma pausa e pôs-se a ruminar. Havia naquele momento duas vagas na Ordem, disse pensativo. Seria uma grande vantagem ter essas vagas ocupadas por "estrangeiros" simpáticos à posição francesa e continental. Isso serviria para contrabalançar a influência do "contingente anglo-americano". Seguiu-se uma longa e sugestiva pausa. Não dissemos nada. Em seguida a conversa desviou para outro tópico. Por um momento, porém, realmente pareceu que o sr. Plantard estava prestes a nos convidar para ingressar na Ordem. Se essa impressão foi correta e ele de fato pensou nisso, por que não o fez? Provavelmente se deu conta de que não era possível que aceitássemos, não era possível que prometêssemos guardar o segredo que tal admissão implicaria. Além disso, o sr. Plantard dissera haver duas vagas e nós éramos três. De todo modo, o momento veio e passou. Permaneceu por muito tempo em nossas mentes, como um instante sedutor - um instante em que, pelo menos por uma frincha, uma porta se abriu, voltando depois a fechar-se.
4. O sr. Plantard confirmou a verdade - ou pelo menos a meia verdade - de uma das acusações feitas no panfleto atribuído a Jean-Luc Chaumeil. Segundo o panfleto, o sr. Plantard havia transferido ilegalmente uma quantidade de ouro da França para a Suíça em 1952. Ele admitiu que de fato transferira fundos substanciais para a Suíça. Mas, embora esse tipo de transação fosse ilícita em 1984, no governo do presidente Mitterand, nos anos 50 fora perfeitamente legal. Além disso, explicou, não fora feita em seu proveito pessoal. Os recursos envolvidos nada tinham a ver com a sua pessoa e ele de modo algum não se beneficiara deles. Ao contrário, compreendiam um fundo especial a ser usado pelos Comitês de Salvação Pública; e ele, na qualidade de secretário-geral dos comitês, fizera a transação em benefício dos comitês, por ordem expressa de Charles de Gaulle. Mas isso não era tudo. O negócio, disse o sr. Plantard, fora estritamente confidencial. De que modo o autor do panfleto pudera se inteirar dele, mesmo que de maneira equivocada ou distorcida? Segundo o sr. Plantard, só podia ter sido por meio de alguma fonte oficial no governo francês da época. Além disso, acrescentou, naqueles últimos meses somas adicionais tinham sido transferidas para essa conta na Suíça. Por quê? Presumivelmente para desacreditá-Io pessoalmente, senão para incriminá-lo vez, o aparente acesso a "informação confidencial" sobre a transação, o valor das somas recém-transferidas e o conhecimento do número da conta em que deviam ser depositados provavam, afirmou o sr. Plantard, o envolvimento de um ou outro órgão ou agência do governo.
5. O sr. Plantard nos entregou uma resenha publicada numa revista. Fora escrita por alguém que se assinara simplesmente "Bayard". Tratava-se de um livro escrito (como viemos a saber depois) por um padre franco-canadense, o reverendo padre Martin. O livro, publicado pelas Éditions du Rocher, se intitulava Le livre des compaonons secrets du Général De Gaulle ("O livro dos companheiros secretos do general De Gaulle"). Seu objetivo era investigar um suposto grupo de conselheiros e colaboradores secretos de De Gaulle, organizados numa coesa cabala ou ordem que Martin chamou de "les Quarante-Cinq" ("os Quarenta e Cinco"). De fato, como descobrimos ao ler o texto de Martin, "les Quarante-Cinq" parecem não ter tido ligação alguma com o Prieuré de Sion. Em sua resenha, porém, "Bayard" acusava explicitamente Martin de tentar deliberadamente semear confusão na mente do leitor, misturando "les QuaranteCinq" com o Prieuré. Valendo-se desse estrategema bastante engenhosa, o próprio resenhista conseguiu divulgar informações sobre o Prieuré como se elas fossem de conhecimento geral. Citamos a última coluna da resenha de "Bayard", que constitui o trecho mais relevante:
Podemos também suspeitar de que esse livro tem uma intenção oculta, que parece ser a de confundir "les Quarante-Cinq" com o Prieuré de Sion. Há muitas referências a esta última ordem, jamais mencionada por quem quer que seja que se assina R. P. Martin (e que não é, contudo, membro dela), como se, ao falar de "les Quarante-Cinq", desejasse nos remeter aos 45 membros franceses do Prieuré de Sion durante o período em que ]ean Cocteau foi o grão-mestre e em que o marechal ]uin e André Malraux foram "Croisés" ("Cruzados", isto é, membros seniores do Prieuré). Após a morte de Cocteau em 1963 e a do marechal ]uin em 1967, restaram apenas 43 membros franceses. Foi nessa ocasião que, por insistência do general De Gaulle (que não era membro do Prieuré de Sion), Pierre Plantard de Saint-Clair foi alçado ao grau de "cruzado". Após a morte de André Malraux em 1976, quando os norteamericanos estavam tentando conquistar a supremacia na Ordem, continuou havendo apenas 43 membros franceses.
Assim - ainda que só pelo jogo feito com o número dos membros franceses -, não deveríamos entender que um dos objetivos de R. P. Martin é também indicar, aos que conhecem os mistérios contemporâneos, que ele está aludindo ao ramo francês do Prieuré de Sion e, ao mesmo tempo, atribuindo à Ordem uma posição política específica? Trata-se de um jogo esperto: começando com fatos fidedignos (na verdade, uma das comendadorias de Sion na França pertence a uma mulher), ou mais ou menos fidedignos, o autor passa a utilizá-Ios para corroborar a idéia de uma certa visão "gaullista" do mundo. Mas não será isso uma tentativa de influenciar o equilíbrio interno do Prieuré de Sion, atribuindo ao ramo francês uma política que não é a sua - exatamente no momento em que ele está tentando contrabalançar a influência norte-americana e inglesa e restabelecer um equilíbrio natural?
Perguntamos ao sr. Plantard se as afirmações feitas sobre o Prieuré de Sion eram corretas. Ele respondeu que sim. Perguntamos-lhe quem era "Bayard". "Talvez o próprio R. P. Martin", respondeu o sr. Plantard, com uma risadinha que sugeria que "Bayard" podia perfeitamente ser também ele mesmo. Mas, fosse "Bayard" quem fosse, as declarações que lhe eram atribuídas eram extremamente interessantes. Em primeiro lugar, ele enfatizava exatamente aquilo para o que o sr. Plantard chamara nossa atenção verbalmente: a existência de atritos no interior do Prieuré de Sion, gerados por um "contingente anglo-americano". Fazia eco também à ambígua afirmação feita pelo sr. Plantard em outras circunstâncias de que o Prieuré não era político. Afirmava categoricamente, pela primeira vez ao que soubéssemos, que o marechal Juin e André Malraux eram membros do Prieuré e especificava a posição que tinham na Ordem - a de "cruzados". Segundo os estatutos, o grau de "cruzado" era o segundo mais elevado na Ordem, imediatamente abaixo do grau de grão-mestre. Havia três "cruzados" e, no grau imediatamente inferior, nove "comendatários". O comentário de "Bayard" sobre De Gaulle era particularmente interessante. Ele afirmava taxativamente que o próprio De Gaulle não era membro do Prieuré de Sion. Ao mesmo tempo, deixava claro que De GauHe não só estava a par dos assuntos do Prieuré como tinha suficiente influência sobre a ordem para insistir na promoção do sr. Plantard ao grau de "cruzado" após a morte do marechal Juin. Se isso era verdade, contudo, significava que, até 1967, o sr. Plantard pertencera a um grau inferior. Por outro lado, segundo o marquês de Chérisey, já em 1956 o sr. Plantard tinha impedido, com sua diplomacia, um grande cisma na Ordem ( Cisma que pode muito bem ter começado devido a mudança de politica da ordem de Cocteau, o que posteriormente pode ter continuado a causar problemas desse tipo foi a iniciativa de Plantard de promover a ordem publicamente para preparar as pessoas para crerem no engodo de que a dinastia Merovíngia descende diretamente de Jesus Cristo. Ter levado o Priorado ao conhecimento publico ( mesmo que temporariamente, pois depois Plantard desconversou e disse que os documentos que divulgou eram fraudulentos, apesar que pesquisadores acharam em muitos casos fontes historicas externas que confirmavam dados dele ) pode ter aumentado essa discórdia com outras ramificações do Priorado que queriam se manter mais discretas no momento. E, segundo o texto adulterado de Jania Macgillivray, o poder no Prieuré fora exercido, após a morte de Cocteau em 1963, por um triunvirato integrado por Plantard, Gaylord Freeman e Antonio Merzagora. É verdade que não é de todo inusitado que um subordinado assuma o papel de liderança, especialmente num momento de crise. No entanto, se esse fosse o caso do sr. Plantard, isto significava que, em tudo que fizera entre 1957 e 1967, atuara como um subordinado - um subordinado que não era nem sequer do segundo escalão, mas do terceiro ou ainda inferior.
6. Questionamos insistentemente o sr. Plantard sobre os documentos autenticados com as assinaturas do visconde Leathers, do capitão Nutting, do major Clowes e de lorde Selborne. Lembramos-lhe que nos pedira para não discutir ou publicar esses documentos, e que no entanto Louis Vazart estampara fotos dos mesmos em seu livro sobre Dagoberto II. Uma vez que os documentos estavam prestes a se tornar públicos, por que nos pedira segredo? O sr. Plantard pareceu sinceramente embaraçado. Não sabia, disse com amargura, que o sr. Vazart ia publicar reproduções dos documentos. Se tivesse sabido de antemão, teria evitado. Então o sr. Vazart não o consultara? Não, respondeu o sr. Plantard. Sabia que o sr. Vazart estava escrevendo o livro, mas não tinha idéia de que este incluiria qualquer referência aos documentos. Mas, insistimos nós, fora certamente o sr. Plantard quem dera ou pelo menos mostrara os documentos ao sr. Vazart. Não lhe pedira segredo, como a nós O sr. Plantard respondeu que não dera os documentos para o sr. Vazart. Não tinha idéia de onde ele os conseguira. A primeira indicação de que sabia alguma coisa sobre eles surgira já impressa, como um fait accompli. Ficamos perplexos. O sr. Plantard nos mostrara os originais dos documentos em abril do ano anterior. Se não os mostrara também ao sr. Vazart, ficava evidente que mais alguém tinha cópias. Onde o sr. Vazart as obtivera? O sr. Plantard deu de ombros, impotente. Não sabia, disse. Toda a situação lhe parecia extremamente inquietante. Praticamente nos implorou que continuássemos investigando o assunto. Ficaria grato, afirmou, por qualquer informação que nossas pesquisas pudessem fornecer. Estes foram os tópicos básicos abordados em nossa conversa com o sr. Plantard em fevereiro de 1984. Nada fora esclarecido, nenhuma das nossas indagações fora satisfatoriamente respondida. Ao mesmo tempo, viamo-nos às voltas com um verdadeiro emaranhado de novas perguntas. Quem eram John E. Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud? Qual era o papel do "contingente norte-americano" no Prieuré de Sion e por que eram uma fonte de atrito dentro da Ordem? O sr. Plantard estivera mesmo prestes a nos oferecer o ingresso no Prieuré para contrabalançar a influência desse "contingente"? Por que alguém do governo francês estaria transferindo fundos para uma conta secreta na Suíça com o objetivo de desacreditar o sr. Plantard? Que valor devíamos atribuir às informações fornecidas por "Bayard" em sua resenha do livro do R. P. Martin? E, se não fora do sr. Plantard, de quem o sr. Vazart obtivera os documentos autenticados com as assinaturas do visconde Leathers, do capitão Nutting, do major Clowes e de lorde Selborne? Durante nossa estada em Paris, tivemos também uma série de encontros com Louis Vazart. Ele fez eco às declarações do sr. Plantard. Não, afirmou, não havia recebido os documentos autenticados do sr. Plantard. Nesse caso, como os conseguira? Eles lhe haviam sido enviados, respondeu. Anonimamente. Num "simples envelope de papel pardo". Com selos britânicos e carimbo postal de Londres! Mais uma vez ficamos pasmos. Quem estava brincando de quê? Estaria alguém tentando nos incriminar, tentando nos desacreditar junto ao sr. Plantard e ao Prieuré de Sion? Fosse como fosse, se o sr. Vazart estava dizendo a verdade, uma coisa era evidente: alguém em Londres estava a par de toda a questão, estava acompanhando todos os desdobramentos e, em determinados momentos-chave, estava intervindo misteriosamente." Capitulo 20 "O Elusivo Contigente Americano": "Provou-se bastante fácil determinar as identidades de Gaylord Freeman, John Drick e A. Robert Abboud. Todos os três estavam listados em diversos catálogos e outras fontes padrão. Diante disso, a evasiva do sr. Plantard se tomava ainda mais intrigante. Por que se recusar a falar sobre homens cujas vidas e atividades eram matéria de registro público? Todos os três eram, ou tinham sido, ligados ao First National Bank de Chicago. John Drick trabalhara no banco desde 1944. Tendo começado como caixa adjunto, em três anos passou a vice-presidente adjunto. Em 1969, tornou-se presidente do banco e, ao mesmo tempo, um de seus diretores. Participara também do conselho diretor de várias outras companhias americanas: Stepan Chemical, MCA Incorporated, Oak Industries e Central Illinois Public Service. Gaylord Freeman, originalmente um advogado, inscreveu-se no foro de Illinois em 1934. Em 1940 ingressou no First National Bank of Chicago como procurador. Em 1960 tomou-se presidente do banco. Ocupou a vice-presidência do conselho diretor do banco de 1962 a 1969, a presidência de 1975 a 1980. Foi também presidente do conselho diretor da First Chicago Corporation e membro dos conselhos diretores da Atlantic Richfield, Bankers Life and Casualty Company, Baxter Travenol Labs e Northwest Industries. Em 1979-80, participou de uma "força-tarefa" sobre inflação para a American Bankers' Association. Era membro da MacArthur Foundation e curador do Aspen Institute of Humanistic Studies ( Institutos e Fundações são muito utilizadas por familias Illuminatis para empurrar agendas especificas do seus Planos, a familia Rockefeller deve ser a que mais criar organizações dessa natureza com esse proposito, talvez haja um intuito similar na participação de Gaylord Freeman nessas 2 organizações ). O Aspen Institute fora fundado em 1949 para familiarizar executivos de alto nível com disciplinas humanísticas, especialmente a literatura. Hoje, compreende um quartel-general em Nova York, uma propriedade de oito quilômetros quadrados na baía de Chesapeak e centros de conferência no Havaí, em Berlim e em Tóquio. conferência no Havaí, em Berlim e em Tóquio. Robert Abboud sucedeu a Gaylord Freeman na presidência do conselho diretor do First National Bank of Chicago, mas alguns anos depois foi exonerado. Posteriormente tomou-se presidente da Occidental Petroleum Corporation. Em 1980, ele e outros foram processados por acionistas sob a acusação de enganar investidores no tocante à situação financeira do banco em meados dos anos 70. Segundo o Herald Tribune, em sua defesa Abboud afirmou que o banco atravessava graves dificuldades financeiras quando ele assumiu a presidência do conselho diretor - de fato, declarou, os problemas de 1974 tinham sido ocultados para evitar uma crise de confiança no sistema bancário". Pertenciam esses homens ao "contingente anglo-americano" a que o sr. Plantard aludira? Nesse caso, esse contingente se estendia pelas esferas rarefeitas das altas finanças, presumivelmente não só nos Estados Unidos como também em outros países. Ao mesmo tempo, se os "contratempos" do sr. Abboud com o banco indicavam alguma coisa, o contingente estava ele próprio ameaçado pela luta entre facções. Pouco depois de descobrirmos a identidade dos srs. Drick, Freeman e Abboud, telefonamos para o sr. Plantard. Muito casualmente, mencionamos o que ficáramos sabendo acerca da ligação deles com o First National Bank of Chicago. Vraiment? (É mesmo?), respondeu laconicamente o sr. Plantard, com certa ironia na voz, como se nos estivesse cumprimentando pela nossa meticulosidade. Declaramos que, obviamente, teríamos de entrar em contato com os três homens em questão. No mesmo instante o sr. Plantard ficou visivelmente nervoso. Havia questões muito importantes em jogo, declarou, pedindo-nos que, por favor, não entrássemos em contato com aqueles homens até que tivéssemos outro encontro pessoal com ele. Com muita relutância concordamos, mas lhe fizemos uma série de outras perguntas. O sr. Plantard pediu que não lhe perguntássemos nada por telefone. Todo o problema teria de ser discutido em detalhes, "face a face". Insistimos: ele não podia adiantar alguma coisa? "Face à face", repetiu o sr. Plantard. Sentimo-nos obrigados a honrar a promessa feita ao sr. Plantard e abstivemo-nos de tentar entrar em contato direto com os srs. Drick, Freeman e Abboud. Ao mesmo tempo, porém, contatamos rapida-mente amigos nos Estados Unidos e pedimos todas as informações que pudessem obter sobre os três, bem como sobre as várias companhias, negócios e instituições a que estavam ligados. Poucos dias depois, recebemos um telefonema de Nova York. Nosso informante declarou que não tinha certeza absoluta, teria de verificar o assunto, mas, se não lhe falhava a memória, John Drick morrera cerca de dois anos antes. Nesse caso, como a assinatura do homem podia constar de um documento datado de 17 de janeiro de 1984... a menos que os poderes do Prieuré de Sion fossem de fato excepcionalíssimos!? Se John Drick estava morto, as assinaturas no "Mise en Garde" eram falsas. Como o sr. Plantard também assinara o "Mise en Garde" e nos enviara uma cópia dele, só nos restava desconfiar que tivesse algum envolvimento nisso. Mas, a partir do que tínhamos apurado sobre ele, parecia extremamente improvável que pudesse cometer um erro tão grosseiro e desastroso. Por a assinatura de um morto num documento que parecia ter sido amplamente divulgado não era apenas um descuido espantoso. Era também algo obviamente perigoso, que expunha quem o fizesse a todo tipo de repercussão legal. Embora nunca tivéssemos ouvido falar de John Drick antes, ele era, afmal de contas, uma figura de destaque no mundo das finanças. Nem sua identidade nem sua morte eram segredo, e quem urdira a "Mise en Garde" devia saber disso. Além do mais, se as assinaturas eram falsas, por que tinham sido escolhidas aquelas em particular? Aqueles nomes não tinham sido invocados irrefletidamente, nem escolhidos por sorteio. O nome de Gaylord Freeman já aparecera na versão adulterada do texto de Jania Macgillivray alguns anos antes. Por alguma razão estávamos sendo impelidos muito especificamente na direção do First National Bank of Chicago. Telefonamos para a filial do First National Bank em Londres. Nossa pergunta certamente pareceu esquisita: John Drick estava mesmo morto? Fomos passados de ramal em ramal, até que finalmente nos puseram em contato com um dos diretores executivos do banco, que quis saber o porquê da pergunta. Respondemos que tínhamos ouvido falar que John Drick morrera alguns anos antes, mas, ao mesmo tempo, tínhamos em mãos um documento aparentemente assinado por ele em 17 de janeiro de 1984. O homem do outro lado da linha tornou-se cautelosamente vago. Sim, disse, também ele tinha a impressão de lembrar algo sobre a morte de Drick, mas não tinha certeza. Mais tarde, naquele dia, iria falar com alguém capaz de esclarecer definitivamente a questão. Se pudéssemos deixar um número, diria a essa pessoa que ligasse para nós. Naquela tarde, recebemos uma chamada internacional dos Estados Unidos. Nosso interlocutor - que, atendendo a um pedido seu, chamaremos simplesmente de "Samuel Kemp" - se apresentou como um dos diretores seniores do banco. Tinha também um envolvimento especial com a área de segurança bancária, estando em estreita ligação com a Interpol. Explicamos a situação - que, como era de se esperar, aguçou o apetite do "sr. Kemp". Seguiu-se uma conversa extremamente enfadonha, em que tentamos explicar o pano de fundo tanto quanto as circunstâncias o permitiam. O "sr. Kemp" mostrou-se franco, sem malícia, bastante intrigado e mais do que disposto a fazer todas as averiguações que lhe pudéssemos confiar. Desde logo, contudo, podia confirmar com segurança que John Drick realmente morrera, em 16 de fevereiro de 1982. No curso de nossa conversa com o "sr. Kemp", outro item de interesse veio à tona: até 1983, o First National Bank of Chicago havia partilhado suas instalações em Londres com a Guardian Royal Exchange Assurance! ( Organização a qual aqueles politicos britânicos ligados a serviços de inteligência eram ligados se lembro bem, ela é citada com mais detalhes na parte anterior de matérias sobre a Dinastia Merovíngia que eu fiz se não me engano ) Isso dificilmente podia ser uma coincidência. Mas o que significava? Alguém ligado ao banco teria surrupiado documentos e assinaturas da companhia seguradora? Ou alguém ligado à companhia seguradora surrupiara assinaturas do banco? Fosse qual fosse a explicação, havia discrepâncias na cronologia. As assinaturas da Guardian Assurance datavam, pretensamente, de 1955 e 1956. Mesmo que tivessem sido apostas mais tarde, isso não poderia ter ocorrido depois de 1971, porque naquele ano o Lloyds Bank Europe tomara-se o Lloyds Bank Intemational. Além disso, o major Hugh Murchison Clowes morrera em 1956. Por outro lado, a participação conjunta de Gaylord Freeman, John Drick e A. Robert Abboud no First National Bank of Chicago tivera início em meados dos anos 70. Fossem quais fossem as respostas a estas questões, uma coisa parecia evidente: alguém interes-sado no caso estava agindo em Londres. Nas semanas seguintes, mantivemos contato telefônico permanente com o "sr. Kemp". Depois da nossa primeira conversa, ele tratara de adquirir um exemplar do nosso primeiro livro, para se familiarizar com o pano de fundo. De nossa parte, enviamos-lhe um copioso dossiê de documentos relativos tanto ao conteúdo do primeiro livro quanto à nossa investigação atual - incluindo, é claro, tudo que dizia respeito à conexão da Guardian Assurance com o First National Bank of Chicago. Isso compreendia, além da "Mise en Garde" com as assinaturas de John Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud, a versão adulterada do artigo de Jania Macgillivray, em que tínhamos visto o nome de Gaylord Freeman pela primeira vez.
Depois de examinar todo esse material, o "sr. Kemp" ficou não só perplexo como intrigado. Ele tinha considerável experiência em desmascarar fraudes. Aquilo dava à história um tom excitante e sua curiosidade tornou-se tão grande quanto a nossa. Concordou em fazer investigações por conta própria e também, assim que se apresentasse o momento propício, falar pessoalmente com Gaylord Freeman. Nesse ínterim, pôde confirmar uma coisa para nós. As assinaturas eram genuínas. Não havia dúvida de que coincidiam com todas as outras amostras que se tinha podido encontrar das assinaturas dos três homens.Continuamos fornecendo ao "sr. Kemp" documentos adicionais e novas informações, à medida que vinham à luz. Ele levava adiante a sua própria investigação, mantendo-nos a par de seus progressos, e fez um relatório minucioso. Este parecia comprometer irremediavelmente o sr. Plantard e o Prieuré de Sion. Dos anos em que os srs. Drick, Freeman e Abboud tinham trabalhado juntos no banco, o "sr. Kemp" só conseguiu encontrar um único documento de que constavam as assinaturas dos três. Tratava-se do Relatório Anual de 1974 do First National Bank of Chicago e da First Chicago Corporation, que dera origem ao banco. O relatório fora publicado em 10 de fevereiro de 1975 e distribuído a todas as filiais do banco, bem como aos acionistas. Nele, as assinaturas de John Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud apareciam juntas. Não só isso. Apareciam exatamente na mesma seqüência que na "Mise en Garde". O "sr. Kemp" medira as assinaturas em ambos os documentos. Verificou que as do Relatório Anual de 1974 eram exatamente do mesmo tamanho que as da "Mise en Garde". Este era sem dúvida um indício incriminador. É praticamente impossível alguém conseguir fazer cada letra, cada volta e cada floreio de sua assinatura exatamente do mesmo tamanho em duas ocasiões diferentes. Era inconcebível que os três homens tivessem conseguido tal proeza nos mesmos dois documentos. Não havia dúvida de que as assinaturas na "Mise en Garde" tinham-se baseado numa fotocópia. Evidentemente alguém fotocopiara a última página do Relatório Anual de 1974 e posteriormente re-produzira as assinaturas na "Mise en Garde". Mais uma vez, no entanto, restava a questão do motivo. Por que exatamente aqueles homens? E por que correr o risco legal que o uso das assinaturas daqueles homens implicava? Pelo que sabíamos, a "Mise en Garde" tivera uma circulação bastante ampla - fora enviada não só aos membros do Prieuré de Sion, mas para nós e para outras pessoas que pesquisavam o assunto na França, além de integrar um dossiê apresentado ao judiciário francês. Parecia inacreditável que o sr. Plantard ousasse se expor dessa maneira, ousasse se tornar tão vulnerável às conseqüências da fraude. Outras pessoas poderiam sem dúvida fazer averiguações tão rápidas quanto as nossas. Nesse caso, o desmascaramento da fraude não era mera questão de tempo? "Roubar" três assinaturas, uma delas pertencente a um morto, era coisa séria. Já não se tratava de uma brincadeira para gerar confusão. Em matéria de desinformação, aquela não era tampouco das mais habilidosas. O "sr. Kemp" informou que estivera com Gaylord Freeman. Mostrara-lhe a "Mise en Garde" com as três assinaturas. Mostrara-lhe outros documentos pertencentes ao Prieuré de Sion e ao sr. Plantard. Perguntara-lhe, de maneira bastante direta e explícita, se era ou tinha sido membro do Prieuré de Sion, se já tinha ouvido falar dele ou de Pierre Plantard de Saint-Clair. No dossiê que enviáramos ao "sr. Kemp", tínhamos incluído uma cópia do estatuto do Prieuré. Segundo o Artigo XXII desse estatuto, "A negação da condição de membro do Prieuré de Sion, feita publicamente ou por escrito, sem causa ou perigo pessoal, acarretará a exclusão do membro, que será pronunciado pelo Convento". Se o sr. Freeman fosse de fato filiado ao Prieuré, raciocinamos nós e também o "sr. Kemp", esse estatuto o obrigava a admiti-lo. Segundo o "sr. Kemp", o sr. Freeman havia negado qualquer conhecimento do assunto. Não era membro do Prieuré de Sion. Nunca fora membro do Prieuré de Sion. Nunca ouvira falar do Prieuré de Sion nem de Pierre Plantard de Saint-Clair. Ao mesmo tempo, a atitude do sr. Freeman parecera um tanto curiosa. Mostrara-se, disse-nos o "sr. Kemp", levemente irônico, ligeiramente aturdido com as perguntas que lhe foram feitas, mas tudo de maneira fria. No conjunto, mostrara-se desconcertantemente blasé. Não manifestara qualquer surpresa - nem com as perguntas, nem diante do fato de seu nome ocorrer num contexto tão singular. Não expressara absolutamente raiva ou indignação diante do modo como seu nome e sua assinatura estavam sendo usados. Não tinha nem mesmo pedido maiores informações e não reagira com mais intensidade do que teria feito se as indagações se referissem a negócios puramente rotineiros. ( Reação estranha, normalmente qualquer pessoa ficaria agitada em uma situação dessa ( Alguém utilizar sua assinatura em documentos que desconhece associados a uma sociedade secreta, não houve nem uma tentativa de levar o caso a justiça por parte de Gaylord ), além disso duvido muito que uma sociedade que guarda segredos não permita que membros neguem participação nela, em estatutos públicos até podem declarar que não se pode negar, mais isso não quer dizer que na pratica isso seja aplicado ) Embora essa despreocupação pudesse parecer chocante, o "sr. Kemp" disse não duvidar das negativas do sr. Freeman. Isso, disse ele, só vinha tomar o assunto mais desconcertante aos seus olhos. Suspeitava de que havia algo de grave envolvido naquilo tudo, mas não conseguia atinar o quê. Graças à sua ligação com a Interpol, comentou, tivera oportunidades suficientes no mundo de investigar literalmente milhares de fraudes. Segundo todos os critérios que estava habituado a aplicar nessas circunstâncias, o caso presente não tinha nenhum sentido. O que leva geralmente à fraude, explicou, é a sede do poder, o ganho financeiro ou ambos. No que dizia respeito ao Prieuré de Sion, no entanto, e especialmente no que dizia respeito ao caso especifico da "Mise en Garde", nenhuma dessas motivações parecia estar em jogo. Era difícil imaginar como o negócio podia envolver alguma manobra em busca de poder. ( Talvez o interesse fosse expor membros do Priorado, no caso desse documento especificamente ligados a uma ramificação anglo americana da ordem, na epoca em oposição a ramificação francesa liderada por Pierre S. Plantard que foi quem forneceu tais documentos ) Na verdade, o Prieuré ficava comprometido, e não fortalecido, pelo uso de assinaturas claramente espúrias, de falsidade tão facilmente comprovável. Tampouco era possível discernir um componente de ganho financeiro. Como havíamos descoberto muito tempo antes, a indiferença que o Prieuré manifestava por dinheiro era um dos seus traços mais convincentes. Longe de procurar acumular rendas, o Prieuré parecia bastante disposto a abrir mão de dinheiro, ou mesmo a gastar dinheiro em troca da divulgação de algum material ( Eu diria que eles já tem dinheiro o suficiente para isso não se tornar uma preocupação, desde tempos antigos membros da Dinastia Merovingia que sempre controlaram o Priorado eram extremamente ricos, inclusive os Rothschilds tiveram auxilio de membros dessa dinastia para obter o poder e fortuna que possuem nos dias contemporâneos ). O "sr. Kemp" disse que, certa feita, encontrara falsificações absurdas e enigmáticas. Vez por outra, mencionou, agentes aposentados da comunidade de informações podem, por exemplo, criar um estratagema complicado para se divertir e pôr à prova os colegas mais jovens. Mas isso também não parecia se aplicar ao presente caso. O Prieuré atual vinha praticando seus ardis havia quase trinta anos, desde 1956, quando o sr. Plantard tinha 36 anos. Além disso, o envolvimento de nomes como os de Malraux, Juin e De Gaulle depunha contra um jeu d'esprit meramente frívolo. Em suma, estava acontecendo alguma coisa desnorteante não só para nós, mas para um profissional especialista nessas questões, com anos de experiência nas costas. O "sr. Kemp" concluiu essa conversa conosco com uma nota de ambigüidade cuidadosamente dosada: "Não confiem em ninguém", disse. "Nem em mim." Nesse meio tempo, tínhamos insistido em marcar com o sr. Plantard o encontro "face a face" que ele próprio dissera ser necessário. Por razões que mais tarde ficaram claras, ele se mostrou esquivo. Freqüentemente não conseguíamos contatá-lo nem ao telefone. Quando isso era possível, ele se queixava de uma agenda carregada, ou tinha de tratar de algo relacionado aos estudos do filho, ou ia ficar fora de Paris, ou estava gripado. No passado, sempre mostrara prazer em nos encontrar. Agora parecia claramente relutante. Evidentemente, tínhamos outras coisas de que tratar; estávamos mergulhados na pesquisa.da história do Novo Testamento, do cristianismo celta e do material que compõe a primeira parte deste livro. Mesmo assim, estávamos frustrados ao ver que o tempo ia passando e o encontro com o sr. Plantard continuava sendo adiado. Tanto ele quanto o Prieuré de Sion estavam começando a parecer cada vez mais suspeitos. Também nas outras frentes não estava acontecendo grande coisa. Nossas indagações sobre o processo judicial contra o sr. Chaumeil só nos permitiram concluir que ele continuava pendente. Um livro do sr. Chaumeil foi publicado, mas de fato não passava de uma reedição de um trabalho anterior, com introdução e posfácio novos. Não continha quaisquer revelações escandalosas como as prometidas pelo panfleto anônimo. ( Indicio que de ele foi chantageado, subornado ou ameaçado de alguma forma talvez, ou a publicação do livro foi bloqueada pelo Priorado mesmo ) Finalmente, recebemos uma carta do sr. Plantard. Num tom friamente formal, ele consentia na tão esperada entrevista, mas com uma ressalva: "Será um prazer estar com os senhores no final de setembro em bases amigáveis; lamento informar, porém, que não poderei fornecer qualquer informação para a publicação dos senhores."
Na mesma carta, o sr. Plantard declarava ter comprovado a autenticidade do documento de 1955 - aquele que tinha as assinaturas do visconde Leathers, do major Clowes e do capitão Nutting. O documento, dizia, fora examinado e validado por "especialistas". Por outro lado, reconhecia que o documento de 1956 - o que tinha a assinatura do lorde Selborne e a referência ao Lloyds Bank Europe - era fraudulento. Em seguida, em letras maiúsculas, repetia que os documentos autenticados deviam "permanecer confidenciais e não ser publicados" - insistência ainda mais desconcertante uma vez que os mesmos, como ele próprio admitia, já tinham sido publicados por Louis Vazart e já não tinham coisa alguma de confidencial. E acrescentava: "Proibi na França qualquer publicação sobre o Prieuré de Sion e sobre minha pessoa, e isso desde o mês de março de 1984..."
O fraseado dessa declaração era interessante. Não podíamos acreditar, é claro, que o sr. Plantard possuísse tão amplos poderes de censura. O que ele queria dizer, provavelmente, é que instruíra os membros do Prieuré de Sion a manter silêncio. Sua interdição não podia envolver o conjunto da imprensa, mas certamente abrangia as várias fontes internas que vinham vazando material para o público havia quase trinta anos. ( Eu já creio sim no poder do Priorado por meio de ordens menores subordinadas a ela como o Rito Escocês da Maçonaria fundado por um grão mestre da ordem e da Rosa Cruz que é ligada e criada por eles também de estabelecer tal censura se desejarem, isso sem falar no provavel conluio deles com a ordem dos Illuminatis da Baviera ) A carta do sr. Plantard continha outra declaração de interesse. Fora acrescentada como um pós-escrito: "Oponho-me também expressamente à publicação da correspondência trocada entre mim e o general De Gaulle, bem como com o marechal Juin ou com Henri, conde de Paris. Esses documentos, roubados da rua St. Lazare, 37, Paris, são confidenciais e continuam sendo 'segredo de Estado', ainda que estejam à venda..." Estaria o sr. Plantard, por acreditar que tínhamos acesso a essa correspondência, revelando inadvertidamente que ela existia - e que talvez tivesse algo de comprometedor? Ou simplesmente queria que pensássemos isso? A essa altura, estávamos desconfiando de tudo. Nada parecia inequívoco; nada podia ser tomado por seu valor aparente; tudo admitia uma explicação alternativa. Começávamos a ver o Prieuré de Sion como uma imagem holográfica, que se transformava como um prisma, segundo a luz e o ângulo de que era vista. De uma perspectiva, parecia ser uma influente, poderosa e rica sociedade secreta internacional, cujos membros incluíam figuras eminentes nas artes, na política e nas altas finanças. De outra, parecia uma mistificação engenhosa, urdida por um grupelho para obscuros fins próprios. Talvez, de certo modo, fosse as duas coisas."
Simbolo do Primeiro Banco Nacional de Chicago, aonde supostamente membros da ramificação anglo-americana do Priorado trabalharam, apesar da fraude na assinatura do documento fornecido pela ramificação francesa da Ordem que estaria em conflito com essa ramificação da ordem que falava de membros do Priorado na América, foi encontrada uma ligação externa intima do banco com uma corporação inglesa associada a politicos britânicos interessados em documentos associados a Dinastia Merovingia, que é uma dinastia intimamente ligada que até pode se dizer que comanda e criou a Ordem, e um dos supostos membros da ramificação Anglo-americana do Priorado é de uma de uma das 13 linhagens que supostamente comandam o alto satanismo e controlam o mundo, tendo vários membros dela em altas posições de poder, me refiro ao Banqueiro e empresário Gaylord Freeman, que seria um dos lideres do Priorado naquele tempo, a matéria especifica que fala sobre a familia Freeman revela mais detalhes a respeito de membros dessa familia, muitos deles são ligados a grandes corporações, e a organizações ligadas aos Illuminatis, incluindo ordens ocultistas.
Assinar:
Postagens (Atom)