domingo, 22 de fevereiro de 2015

As Linhagens Illuminati - A Dinastia Merovíngia - Parte 18

Em O santo graal e a linhagem sagrada, publicamos o texto do que supostamente seriam os estatutos do Prieuré de Sion. Ele trazia o título "Sionis Prioratus", era datado de 5 de junho de 1956 e assinado pelo suposto grão-mestre da Ordem na época, Jean Cocteau. Os estatutos continham 22 artigos. Em sua maioria, eram complicados, por vezes burocráticos, por vezes ritualísticos, mas um deles, o Artigo X, se destacava por sua simplicidade mundana: "No ato de sua admissão, o membro deve fornecer certidão de nascimento e uma amostra de sua assinatura" . Em última análise, era evidentemente isso que os documentos autenticados por Patrick J. Freeman envolviam: uma certidão de nascimento e uma assinatura oficialmente autenticados. Parte do documento de 1956 provara-se inequivocamente fraudulenta. A parte correspondente do documento de 1955 estava agora necessariamente sob suspeita, mesmo que nada pudesse ser provado ou refutado a seu respeito. Uma coisa, porém, era indiscutível: Patrick J. Freeman tinha autenticado as certidões de nascimento e as assinaturas em questão.Com isto em mente, devemos retomar à citação atribuída a lorde Blackford no texto adulterado do artigo de Jania Macgillivray e citado anteriormente, na p. 223. Segundo esse texto, lorde Blackford diz:

Foram as reformas introduzidas por Jean Cocteau em 1955 que provocaram a criação [da nova organização], ao negar o anonimato aos membros da Ordem. Nessa ocasião, todos os membros foram obrigados a fornecer certidão de nascimento e uma assinatura registrada em cartório. Uma necessidade, talvez... mas uma violação da liberdade.

Cabe lembrar que essa declaração veio à luz pela primeira vez quando o artigo de Jania foi adulterado, em algum momento entre 1979 e 1981. Tínhamos recebido uma cópia dele do marquês de Chérisey em 1981 - dois anos antes que o sr. Plantard nos mostrasse os documentos autenticados com as assinaturas de homens vinculados à Guardian Assurance, de cujo conselho diretor lorde Blackford era presidente. Seria possível que os ingleses envolvidos no caso fossem membros já veteranos do Prieuré de Sion? Talvez se tivessem associado à Ordem através de suas ligações com a Resistência francesa durante a Segunda Guerra Mundial. Talvez essa ligação fosse ainda mais antiga. E ainda que lorde Blackford, nas declarações a ele atribuídas, aparentemente protestasse contra o Artigo X dos estatutos de Cocteau, era possível que seus companheiros o tivessem acatado, mesmo que com relutância. Isso certamente explicaria as certidões de nascimento e as assinaturas autenticadas. ( Esses homens possuiam posição de poder politica dentro da Inglaterra o que torna eles nobres subordinados a Dinastia Windsor que descende da Dinastia Merovíngia o que inevitavelmente deve ser um fator que lhes liga ao Priorado que foi criado e é controlado por essa Dinastia ) Várias fontes, inclusive algumas oriundas do próprio Prieuré de Sion, haviam falado reiteradamente de uma crise ou sublevação no seio da Ordem em 1955 e 1956. Ao que diziam, um cisma completo só pudera ser evitado graças ao talento diplomático de Pierre Plantard de Saint-Clair, que teria "reintegrado" a Ordem. Seria possível que o atrito de 1955-1956 tivesse levado certos membros da Ordem, por razões que provavelmente nunca serão conhecidas externamente, a seqüestrar certos documentos de valor, entre os quais os pergaminhos de Sauniere? Quando menos, isso lhes forneceria um elemento de barganha.
Essa possibilidade não nos parece inteiramente descartável. Mas há também uma outra. Se homens como o visconde Leathers, o major Clowes e o capitão Nutting tivessem acatado o Artigo X dos estatutos, eles teriam fornecido - como de fato parecia ter ocorrido - cópias autenticadas de suas certidões de nascimento e assinaturas. Na prática, isso significaria que a hierarquia do Prieuré de Sion teria recebido e acumulado grande número de certidões de nascimento e assinaturas. Presumivelmente, estas teriam sido arquivadas. Em qualquer momento no futuro, e especialmente depois que os homens que as tinham fornecido estivessem seguramente mortos, teria sido possível "reciclá-Ias". Lorde Selborne, por exefplo, morreu em setembro de 1971. A partir de então, em qualquer momento, teria sido possível exumar dos arquivos sua certidão de nascimento e assinatura, acrescentar um texto e datá-Io de 1956, e teria sido absolutamente impossível detectar a fraude, não fosse por uma única falha: a menção ao Lloyds Bank Europe. Havia nisso, sem dúvida, vagos vestígios de um padrão. O Artigo X dos estatutos, a crítica a esse artigo atribuída a lorde Blackford e o aparente acatamento do Artigo X por Nutting, Clowes, Leathers e Selbome - tudo isso não podia ser mera coincidência. O roteiro que havíamos imaginado, porém, pressupunha que toda fraude porventura existente nos documentos autenticados tinha sido perpetrada pelo Prieuré de Sion - ou, de todo modo, por alguns de seus membros. Ao mesmo tempo, por mais que esse cenário nos parecesse plausível, não podíamos ignorar os indícios de que outra mão estava envolvida - e esta parecia estar trabalhando não a favor, mas contra o Prieuré de Sion. Embora tivesse havido referências anteriores aos documentos autenticados, o sr. Plantard nunca afirmou tê-los visto; frisou que os adquirira apenas em 1983, pouco tempo antes de os mostrar a nós. Estávamos inclinados a acreditar nisso. A alteração do nome do capitão Nutting antes de 1983, e a falta de precisão geral, sugeriam de fato que os membros do Prieuré de Sion na França não tinham visto os documentos, só os conhecendo de ouvir falar. Além disso, quando apontamos a incongruência ligada ao Lloyds Bank Europe, o sr. Plantard ficou visivelmente chocado e perturbado. Praticamente nos implorou que levássemos nossa investigação à frente e lhe comunicássemos qual-quer novo resultado. Fez também diligências por conta própria, após as quais reconheceu prontamente, ainda que a contragosto, que o documento de 1956 era espúrio. A partir disso, ficou cada vez mais evidente que, se tinha havido qualquer tentativa de nos enganar, esta não partira do sr. Plantard. Ao contrário, estava claro que o embuste se destinara a ele próprio e que o nosso papel fora inteiramente secundário. Ao que parecia, havíamos simplesmente nos deixado enredar numa intriga obscura, num jogo de xadrez invisível, entre o Prieuré de Sion e mais alguém.
Quando lidamos com problemas como esse suscitado pelos documentos autenticados, tendemos instintivamente a polarizar as possibilidades, a reduzir a questão a uma proposição elementar do tipo "oul ou". Ou os documentos são legítimos ou não são. Se não são, não podem ser levados a sério e devem ser imediatamente descartados. Nesse caso, contudo, era óbvio que as coisas não eram tão confortavelmente simples. Um dos documentos, pelo menos em parte, era sem dúvida espúrio. Por outro lado, estava em jogo um número tão grande de aspectos - as afirmações do sr. Bigland, para citar só um exemplo que tinham um fundamento suficientemente sólido para justificar pesquisas adicionais. Quanto mais examinávamos a questão, mais nos dávamos conta de que não estávamos lidando nem com documentos plenamente legítimos, nem com "simples" falsificações. Ao contrário, estávamos lidando com alguma outra coisa, algo que recaía numa categoria situada em algum ponto entre a verdade e a falsidade. Essa categoria é muito conhecida pelos serviços de espionagem. Na verdade, é o objeto de uma de suas atividades básicas. Chama-se desinformação. Envolve a disseminação deliberada, planejada de dados equívocos, parcialmente verdadeiros, parcialmente errôneos, no intuito de ocultar algo, tirar a atenção das pessoas de algo, desviar a atenção numa ou noutra direção periférica ou tangencial. As melhores mentiras, porém, são sempre ampliações ou variações da verdade, não puras invenções. A desinformação mais eficaz estrutura-se sempre em torno de um núcleo de validade. É a partir desse núcleo que o labirinto de becos sem saída e pistas que não levam a lugar algum invariavelmente se difunde. Tanto nós quanto o sr. Plantard tínhamos sido vítimas de uma desinformação ( Eu creio que Plantard podia muito bem estar imcubido em desinformar ou até com uma fraude que continha algumas informações verdadeiras desacreditar o trabalho dos autores desse livro, por meio dele se lembro bem que eles tiveram acesso as documentos e ele era ligado a Dinastia Merovingia como ao Priorado ). Quem quer que a tivesse forjado sabia muito exatamente o que o sr. Plantard esperava encontrar nos documentos autenticados - a ponto de convencê-lo de que ele de fato o encontrara. Quem quer que fosse o responsável conhecia extremamente bem não só o sr. Plantard como também o Prieuré de Sion, conhecia extremamente bem o pano de fundo da questão e dispunha de recursos impressionantes. A fraude não podia ter sido-trabalho de um amador. Era extremamente sofisticada, extremamente profissional. Inevitavelmente, nossas suspeitas se voltaram para os serviços secretos - da Grã-Bretanha, da França, ou até (embora não pudéssemos imaginar por que razão) dos Estados Unidos. Segundo um sócio do capitão Nutting, ele pertencera ao Serviço de Informações britânico. Tínhamos bases também para suspeitar do envolvimento do Serviço de Segurança Interna francês. Um jornalista conhecido nosso, numa ocasião em que estava trabalhando em Paris, recebera de um oficial da Segurança Francesa a sugestão de que lesse O santo graal e a linhagem sagrada - "porque diz respeito a questões políticas contemporâneas" ( O Priorado de fato ao que tudo indica tem grande importância na politica de muitos paises do mundo até hoje ), insinuara enigmaticamente o oficial. Além disso, convém lembrar que representantes de companhias seguradoras que faziam negócios na França em meados dos anos 50 estavam legalmente obrigados a fornecer ao governo certidões de nascimento e assinaturas autenticadas. O governo francês tinha portanto fácil acesso às certidões e assinaturas que figuravam nos documentos que nos interessavam. Havia, porém, um outro serviço de informações que se tornou também objeto de fortes suspeitas. Esse serviço tinha trabalhado tanto com o serviço britânico quanto com o OSS norte-americano durante a Segunda Guerra Mundial. Continua ativo até hoje, mantendo estreito vínculo tanto com a CIA quanto com o Vaticano. Tinha, por sua própria natureza, um interesse direto e profundo em tudo que dissesse respeito ao cristianismo em geral e a Jesus em particular. Incluía pelo menos segundo o que nos contaram mais tarde - certos membros do Prieuré de Sion, ainda que as duas organizações parecessem, sob muitos aspectos, diametralmente opostas. E, ao que se dizia, era nos seus arquivos que os pergaminhos de Sauniere tinham ido parar. O serviço de informações em questão era o dos Cavaleiros de Malta. ( Que são uma ramificação importante da Ordem dos Jesuitas )". capitulo 19 "O Panfleto Anônimo": "Na primavera de 1983, quando nos mostrou pela primeira vez os originais dos documentos autenticados, o sr. Plantard determinou que não deveríamos discuti-Ios com ninguém, nem imprimi-Ios. Se vazasse algum rumor a respeito deles, disse, as conseqüências seriam embaraçosas. Algumas partes interessadas - uma das quais, sugeriu, era o governo francês -- poderiam conseguir se apoderar dos pergaminhos descobertos por Sauniere ou obtê-Ios por meio de trapaça, e eles talvez nunca mais fossem vistos. Simplesmente desapareceriam em algum arquivo, como segredos de Estado. Ao contrário dos arquivos ingleses e norte-americanos, os da França tendem a permanecer fechados. ( O que soa para mim com mais desinformação, uma ordem poderosa como o Priorado tem certo sob governos de paises, apesar que outras ordens ocultistas opostas a sua agenda de divulgação controlada e pragmatica dos documento, que também tivesse certa influência no governo francês poderia se interessar nos documentos ) Ficamos perplexos. Por que o sr. Vazart publicara os documentos se eles eram adversos aos interesses do Prieuré de Sion? E por que o sr. Plantard nos fizera prometer segredo acerca desses documentos se, muito antes de termos qualquer oportunidade de reproduzi-Ios num livro nosso, o sr. Vazart iria fazê-Io num livro seu? Não nos passava pela cabeça que o sr. Vazart tivesse tomado uma iniciativa como essa sem o conhecimento e a aprovação do sr. Plantard. E estávamos nos preparando para fazer essas perguntas ao sr. Plantard quando os acontecimentos sofreram uma reviravolta completa e tomaram rumo inteiramente diverso. Em meados de dezembro de 1983, recebemos pelo correio um panfleto anônimo - um pasquim do tipo não incomum na política da França e da Itália. Ficamos sabendo posteriormente que o panfleto em questão não fora enviado somente a nós, tendo circulado amplamente na França. Compunha-se de uma só página, muito desleixadamente datilografada e depois fotocopiada. O texto pretendia ser uma propaganda do próximo lançamento de um livro de Jean-Luc Chaumeil, o homem que atuava como emissário do Prieuré de Sion quando de nossos primeiros contatos com a Ordem em 1979. Como foi dito anteriormente, mais tarde o sr. Chaumeil fora desautorizado pela Ordem. Embora nada no próprio panfleto prove que ele foi escrito pessoalmente pelo sr. Chaumeil, isso é fortemente sugerido. É nítido o desejo de dar ao leitor essa impressão. No canto superior esquerdo da página há um logotipo - um punho cerrando uma rosa -, o símbolo convencional do Partido Socialista Francês ( Lembrando que o Socialismo Marxista foi uma cria financiada por oligarcas ligados a ordens ocultistas, possivelmente muitas pessoas envolvidas ao Priorado estiveram envolvidas portanto na sua formação e crescimento no mundo ). Em letras maiúsculas no alto, há o seguinte anúncio: "EM JANEIRO PRÓXIMO EM TODAS AS LIVRARIAS: A DOUTRINA DO PRIEURÉ DE SION (CINCO VOLUMES) JEAN-LUC CHAUMEIL.» Abaixo, o texto a seguir:

"Por manipulação do Prieuré de Sion, fui induzido a escrever meu livro Le trésor du triannle d' or" - declara J. - L. Chaumeil. - "Agora vou revelar toda a verdade sobre este caso." O livro vai revelar que L'Enigme sacrée [tradução francesa de O santo graal e a linhagem sagrada] não passa de uma grande fraude sem qualquer fundamento sério ( Bem, a parte do livro que fala de uma linhagem de reis descendentes diretos de Jesus realmente não possui fundamento sério algum, mesmo que haja informações históricas válidas nesse livro sobre diversos assuntos ). Além disso, desde 1981 Pierre Plantard não é mais grão-mestre [e] o Prieuré está sob a direção de uma inglesa chamada Ann Evans, a verdadeira autora dessa ficção paranóide!
Pierre Plantard não passa de um ... [segue-se uma afirmação injuriosa sobre o sr. Plantard, o sr. Vazart e o curador do museu de Stenay, que pode certamente ser injustificada. É preciso lembrar que, em 1952, Pierre Plantard transferiu ilicitamente, da França para a Suíça (para a Union des Banques Suisses), lingotes de ouro no valor de mais de 100 milhões [de francos]...

Segue-se um violento libelo pessoal contra o sr. Plantard, que não seria legítimo reproduzir aqui e que, de todo modo, não tem qualquer relação com a nossa história. Depois disso, o texto diz:

Este caso, como os outros, foi varrido para debaixo do tapete porque Pierre Plantard trabalhou, no início de 1958, como agente secreto de De Gaulle, assumindo o secretariado dos Comitês de Salvação Pública. Em 1960, associou-se a... Gérard de Sede, tenho obtido também o apoio de André Malraux para levar a cabo o negócio de Gisors em que... outro... indivíduo, Philippe de Chérisey, esteve envolvido... Em 1980, um certo J. P. Deloux e Brétigny lançaram [as revistas] lnexpliqué, Atlas e Nostra, sob a égide de um membro do Prieuré de Sion, Gregory Pons, e publicaram Rennes-le-Château: capitale secrete, brochura em cores com tiragem de 220 mil cópias. Feito esse trabalho, foi a vez de Nostra proclamar Plantard futuro Grande Monarca, e agora a Hebdo-Maaazine apóia Jacques Chirac, que de fato se amolda muito bem à estrepitosa atração do Prieuré...

Como se pode ver, só o parágrafo de abertura desse texto é uma citação pretensamente direta do sr. Chaumeil. Tudo que se segue pretende se passar por expressão do que ele tem a dizer. Nada indica, porém, se as palavras são do próprio sr. Chaumeil ou lhe estão sendo atribuídas pelo autor anônimo do panfleto. Alguns pontos do texto obviamente exigem uma explicação e o leitor as encontrará nas notas no fim deste volume. Há também pontos que obviamente exigem correção. Num caso, pelo menos, podemos afirmar que o autor não se limita a tirar conclusões apressadas. Ele simplesmente inventa. Nos agradecimentos da edição original de O santo graal e a linhagem sagrada, destacamos especialmente Ann Evans, nossa agente literária - "sem a qual", dissemos, "este livro não poderia ter sido escrito". Presumivelmente com base nessa declaração, o autor do panfleto concluiu que uma elusiva inglesa chamada Ann Evans foi de fato a fonte primária de nossas informações e, de fato, a verdadeira autora do livro. Um equívoco como este põe imediatamente em questão a veracidade do que se segue. Mesmo assim, alguns pontos são dignos de nota.Em primeiro lugar, o panfleto seria patentemente passível de ação judicial. Se quiséssemos, nós mesmos poderíamos tê-Ia movido. Ann Evans também. Os insultos e acusações lançados contra os srs. Vazart, Chérisey e Plantard davam ainda mais base para um processo. O autor do texto, fosse quem fosse, certamente devia saber que se expunha a um risco considerável e que sua identificação poderia ter graves conseqüências. Por que, então, o texto fora escrito e distribuído? Para apresentar o ponto de vista do sr. Chaumeil? Ou para incriminá-lo? Neste caso, por quê? O segundo ponto é que a intenção explícita do panfleto é desacreditar o sr. Plantard e o Prieuré de Sion. No entanto, seja por total inépcia, seja por uma astuta estratégia, consegue fazer exatamente o oposto. A despeito das transgressões morais a ele atribuídas, o sr. Plantard emerge como um personagem poderoso - um "agente secreto de De Gaulle", um homem capaz de exercer o cargo de secretário-geral dos Comitês de Salvação Pública, que conseguiu obter a ajuda de ninguém menos que André Malraux, que é capaz de traficar com grandes somas de dinheiro. Ainda que imagem do sr. Plantard possa parecer mais sinistra em face dessas acusações, certamente não é diminuída. Tampouco o Prieuré de Sion. Segundo o panfleto, o Prieuré é capaz de "manipular" - de maneira não especificada - um homem a ponto de induzi-lo a escrever um livro. É capaz de orquestrar o conteúdo de várias revistas e divulgar ou ocultar informações a seu talante. Parece ter acesso à mídia e, presumivelmente, recursos consideráveis. Desperta uma reação favorável em Jacques Chirac. Mais uma vez, fica-se com a impressão de uma organização mais ameaçadora do que talvez se imaginasse, mas nem por isso menos influente ou poderosa. Se a intenção do panfleto era desmascarar e depreciar o sr. Plantard e o Prieuré de Sion, seu autor anônimo tinha procedido de maneira decididamente curiosa." Sub capítulo "Arquivos Roubados": "A nosso pedido, um dos nossos colaboradores em Paris telefonou para o sr. Chaumeil, marcou encontro com ele e perguntou sobre o panfleto. Num encontro posterior, nós próprios fizemos o mesmo. Em ambas as ocasiões, o sr. Chaumeil protestou veementemente sua inocência. Não era responsável pelo panfleto, insistiu. Não repudiava nenhuma das alegações feitas ali, mas negava tê-Ias escrito. Estavam tentando incriminá-lo, afirmou. Essa era uma possibilidade que não podia ser descartada. O sr. Chaumeil tem o hábito de ser bastante desastrado, para não dizer desastroso, em suas declarações, tanto em particular quanto em público. Em um de seus livros (Du premier au dernier templier), de que gentilmente nos deu um exemplar, ele nos havia atacado num palavreado de fazer ruborizar um cura. Outras vítimas do seu calão que não tivessem nosso senso de humor poderiam estar mais do que satisfeitas em pô-Io em maus lençóis.Em seu encontro com nosso colaborador, ele se mostrou nervoso. Ao que parecia, o sr. Plantard havia ameaçado processá-lo, e o sr. Chaumeil, embora fanfarrão, estava evidentemente assustado. Se era inocente, como alegava, podia agora se ver obrigado a provar isso nas barras do tribunal. Alguns dias depois de recebermos o panfleto de uma fonte anônima, chegou-nos um pacote de textos do sr. Plantard. Aparentemente ignorando que tínhamos recebido o panfleto, o sr. Plantard anexou uma cópia do mesmo. Incluiu também uma resposta a ele, na forma de uma folha bem impressa intitulada La Camisole Bulletin "TorchonRéponse" N° 1, com um texto de Louis Vazart - vazado numa linguagem quase tão ofensiva quanto a do panfleto, mas mais coerente. Fora incluída também a cópia de uma carta em que o sr. Plantard, acusando o sr. Chaumeil de ser o autor do panfleto, exigia dele uma retratação pública formal das acusações. Se esta não fosse feita rapidamente, declarava o sr. Plantard, iria processá-lo por difamação. O mesmo fariam Louis Vazart e o marquês de Chérisey. Seguiu-se uma pausa, tendo os feriados do Natal imposto uma paz passageira, senão no mundo em geral, pelo menos entre as partes contendoras em Paris. As hostilidades recomeçaram com o ano novo. Na primeira semana de fevereiro, recebemos outro pacote de documentos do sr. Plantard, destinado, como o anterior, a nos manter a par dos acontecimentos. O mais importante item no novo maço de papéis era um texto de duas páginas datado de 17 de janeiro de 1984. No alto da primeira página estava impresso um cabeço oficial do Prieuré de Sion - o primeiro que jamais víramos. Este era acompanhado por um timbre com as letras R +C, presumivelmente denotando a Rosa Cruz. Havia também o que parecia ser um selo oficial impresso com um carimbo de borracha - o timbre R +c fechado em dois círculos concêntricos com a inscrição "Prieuré de Sion - Secretariado Geral" e, abaixo, a assinatura do sr. Plantard. No canto superior esquerdo havia uma espécie de número de referência 3/3/6/84. O documento, intitulado "Mise en Garde" ("Advertência"), estava assim endereçado, com abreviaturas tipicamente maçônicas: "CONFIDENTIELLE à nos F .' ." ("Confidencial, aos nossos confrades"). Por que, perguntamos a nós mesmos, aquilo fora enviado a estranhos como nós? Por que estavam tentando nos envolver na disputa entre o sr. Plantard com o sr. Chaumeil? ( Obviamente queriam promover na midia por alguma razão essa disputa ) O texto da "Mise em Garde" entrava flagrantemente em choque com as pomposas formalidades do alto da página. Consistia, mais uma vez, de uma torrente de invectivas e ofensas dirigidas a Jean-Luc Chaumeil. Pretendia ser uma espécie de relação de imputações ou acusações, para a elucidação de todos os membros do Prieuré de Sion. Assim, começava nos seguintes termos:

"Vemo-no obrigados a enviar a presente "Mise en Garde" contra o (...) indivíduo conhecido como Jean-Luc Chaumeil, nascido em 20 de outubro de 1944, em Lille (...) contra quem uma ação por libelo foi impetrada junto ao foro em Nanterre 92000 por nosso G.M .'. (Grão Mestre) em 16 de dezembro de 1983."

Seguia-se uma lista selecionada das "calúnias" de que Chaumeil era acusado - e, para anular seus protestos de inocência, passagens fotocopiadas com o que se afirmava ser sua própria caligrafia. Na segunda página havia outras dessas passagens; em seguida o texto da alegação era retomado, falando sobre duas caixas dos arquivos do Prieuré de Sion datados de 1935 a 1955.

"Essas duas caixas foram roubadas em 1967 da então residência do nosso irmão Philippe de Chérisey. Por quem? (...) Esse modesto pacote continha cartas do nosso falecido G M [grão-mestre) Jean Cocteau, de nossos confrades Alphonse Juin, André Malraux, etc. Teria então o profano J. L. Chaumeil sido o receptador desses bens roubados? Seja como for, ele tentou também impingi-los ao nosso amigo Henry Lincoln ..."

Nem é preciso dizer que isso era flagrantemente falso. Em seu encontro conosco, Chaumeil negara possuir quaisquer documentos do Prieuré, ou mesmo alimentar qualquer outro interesse pelo Prieuré. E nem nesse encontro, nem em qualquer outra ocasião, tentara nos vender, nos dar ou nos impingir qualquer tipo de documento ( O que não significa que seja mentirosa a acusação ). Sendo assim, por que estávamos sendo mais uma vez enredados no caso? De todo modo, o Prieuré parecia estar suficientemente incomodado com o assunto para lançar uma advertência:

"o Prieuré de Sion e seus membros não têm qualquer interesse nas arengas de (...) l-L. Chaumeil, e aqueles que se acumpliciarem como esse tráfico de documentos e libelos correm o risco de se verem eles mesmos inculpados nessa questão perante o foro."

Desse ponto em diante, o texto renovava a diatribes contra o sr. Chaumeil. Mas uma incongruência gritante aparecia. Por um lado, a perspectiva de o sr. Chaumeil escrever um livro sobre o Prieuré de Sion era ridicularizada. O sr. Chaumeil, afirmava-se, não tinha condições de dizer nada de válido sobre o Prieuré. Ao mesmo tempo, contudo, afirmava-se que duas caixas dos arquivos do Prieuré, abrangendo os anos 1935-1955, tinham sido roubadas e sugeria-se enfaticamente que o sr. Chaumeil tivera acesso a elas. Nesse caso, como se podia ter tamanha certeza de que tudo que ele dissesse não passaria de fato de "mistificação" e de "pura invenção"? Aos nossos olhos, o Prieuré talvez estivesse protestando um pouquinho demais. Estava claro que alguma coisa realmente os perturbara. Por alguma razão, que nada tinha a ver com injúria e difamação pessoal, eles estavam obviamente atemorizados. O texto da "Mise en Garde" dava muito o que pensar. Mas o documento tinha ainda um outro aspecto mais significativo e mais intrigante que qualquer coisa contida no próprio texto. No pé da segunda página, os dois selos - um do Prieuré de Sion como tal e outro do seu Secretariado-Geral - apareciam de novo. Abaixo deles havia quatro assinaturas, apostas "em nome do Prieuré de Sion". As assinaturas, da esquerda para a direita, eram de: John E. Drick, Gaylord Freeman, A. Robert Abboud e Pierre Plantard. Na versão adulterada do artigo de Jania Macgillivray, feita em algum momento entre 1979 e 1981, havia uma referência a Gaylord Freeman. Após a morte de Jean Cocteau, em 1963, declarava aquela versão, o poder no Prieuré de Sion fora exercido por um triunvirato integrado por Pierre Plantard, Gaylord Freeman e Antonio Merzagora. Graças a essa referência, o nome de Gaylord Freeman, pelo menos, nos era conhecido. Os de John E. Drick e A. Robert Abboud, não. Nunca os havíamos encontrado antes." Sub capítulo "O Encontro de La Tipia": "Recebemos o pacote contendo a "Mise en Garde" em 3 de fevereiro de 1984, uma sexta-feira. Na segunda-feira, 6 de fevereiro, íamos voar para Paris, para um encontro marcado com o sr. Plantard. Não houve tempo, antes de partir, de rastrear as identidades dos srs. Drick, Freeman e Abboud. A pedido do sr. Plantard, fomos encontrá-Io num restaurante chamado La Tipia, situado na rua Rome, pegada à estação Saint-Lazare. O sr. Plantard observou que o local lhe era muito conveniente. Vinha para a cidade de trem e, após estar conosco, podia partir imediatamente, sem ter de deixar a vizinhança imediata da estação ferroviária. Nos meses seguintes, voltaríamos a nos encontrar com o sr. Plantard no La Tipia, na rua Rome. Foi só mais tarde que o local veio a adquirir um significado muito intrigante. Ao contrário do que sempre ocorrera até então, o sr. Plantard foi ao nosso encontro sozinho, sem o seu costumeiro séquito de colaboradores. Mais ainda, pareceu genuinamente aflito com uma série de coisas e ansioso não só por nos fazer confidências como para, em certos aspectos, obter nossa ajuda. No curso de nossa conversa, muitas questões diferentes foram levantadas. Como de costume, as respostas que recebemos suscitaram novas saraivadas de perguntas.

1. Obviamente, perguntamos ao sr. Plantard quem eram Gaylord Freeman, John E. Drick e A. Robert Abboud. Ele replicou bruscamente, com uma leve nota de pedido de desculpa na voz, que não estava em condições de responder a essa pergunta específica. Ela dizia respeito, disse ele, a assuntos internos do Prieuré de Sion, que não podia discutir com estranhos. Tentamos insistir na questão, perguntando se aqueles homens eram ingleses ou norte-americanos. O sr. Plantard limitou-se a repetir o que acabara de dizer - não podia discutir os problemas internos do Prieuré de Sion.

2. No entanto, ele de fato continuou discutindo os problemas internos do Prieuré de Sion, ou pelo menos um aspecto deles. O assunto pareceu escapar num momento de conversa amena, quando o sr. Plantard tinha relaxado a guarda. Ser grão-mestre às vezes era uma amolação, disse em tom jocoso, como um pai afetuoso que se queixa ironicamente da paternidade. Expressamos uma vaga surpresa e ele se explicou brevemente. Não se tratava de um problema grave, falou descuidadamente, mas exatamente naquele momento havia certo grau de atrito nas fileiras da Ordem, e ele tinha de impedir que isso se convertesse numa luta interna. A principal dificuldade, disse, estava sendo causada pelo "contingente anglo-americano" do Prieuré, que aparentemente desejava assumir uma direção diversa da adotada por seus confrades continentais. O sr. Plantard se recusou a ir além disso. Na verdade, ficou reticente sobre o assunto, como se tivesse percebido que já tinha falado demais. O resultado foi que não conseguimos nenhuma indicação sobre quem, precisamente, poderia formar esse "contingente anglo-americano" ( O próprio Gaylord Freeman em si era um banqueiro de sucesso na américa ), nem sobre qual podia ser o pomo da discórdia. Restou-nos especular no escuro sobre a possível causa da dissensão nas fileiras do Prieuré de Sion, com base no que compreendíamos dela.

3. Pouco depois desse fragmento de conversa, o sr. Plantard fez uma pausa e pôs-se a ruminar. Havia naquele momento duas vagas na Ordem, disse pensativo. Seria uma grande vantagem ter essas vagas ocupadas por "estrangeiros" simpáticos à posição francesa e continental. Isso serviria para contrabalançar a influência do "contingente anglo-americano". Seguiu-se uma longa e sugestiva pausa. Não dissemos nada. Em seguida a conversa desviou para outro tópico. Por um momento, porém, realmente pareceu que o sr. Plantard estava prestes a nos convidar para ingressar na Ordem. Se essa impressão foi correta e ele de fato pensou nisso, por que não o fez? Provavelmente se deu conta de que não era possível que aceitássemos, não era possível que prometêssemos guardar o segredo que tal admissão implicaria. Além disso, o sr. Plantard dissera haver duas vagas e nós éramos três. De todo modo, o momento veio e passou. Permaneceu por muito tempo em nossas mentes, como um instante sedutor - um instante em que, pelo menos por uma frincha, uma porta se abriu, voltando depois a fechar-se.

4. O sr. Plantard confirmou a verdade - ou pelo menos a meia verdade - de uma das acusações feitas no panfleto atribuído a Jean-Luc Chaumeil. Segundo o panfleto, o sr. Plantard havia transferido ilegalmente uma quantidade de ouro da França para a Suíça em 1952. Ele admitiu que de fato transferira fundos substanciais para a Suíça. Mas, embora esse tipo de transação fosse ilícita em 1984, no governo do presidente Mitterand, nos anos 50 fora perfeitamente legal. Além disso, explicou, não fora feita em seu proveito pessoal. Os recursos envolvidos nada tinham a ver com a sua pessoa e ele de modo algum não se beneficiara deles. Ao contrário, compreendiam um fundo especial a ser usado pelos Comitês de Salvação Pública; e ele, na qualidade de secretário-geral dos comitês, fizera a transação em benefício dos comitês, por ordem expressa de Charles de Gaulle. Mas isso não era tudo. O negócio, disse o sr. Plantard, fora estritamente confidencial. De que modo o autor do panfleto pudera se inteirar dele, mesmo que de maneira equivocada ou distorcida? Segundo o sr. Plantard, só podia ter sido por meio de alguma fonte oficial no governo francês da época. Além disso, acrescentou, naqueles últimos meses somas adicionais tinham sido transferidas para essa conta na Suíça. Por quê? Presumivelmente para desacreditá-Io pessoalmente, senão para incriminá-lo vez, o aparente acesso a "informação confidencial" sobre a transação, o valor das somas recém-transferidas e o conhecimento do número da conta em que deviam ser depositados provavam, afirmou o sr. Plantard, o envolvimento de um ou outro órgão ou agência do governo.

5. O sr. Plantard nos entregou uma resenha publicada numa revista. Fora escrita por alguém que se assinara simplesmente "Bayard". Tratava-se de um livro escrito (como viemos a saber depois) por um padre franco-canadense, o reverendo padre Martin. O livro, publicado pelas Éditions du Rocher, se intitulava Le livre des compaonons secrets du Général De Gaulle ("O livro dos companheiros secretos do general De Gaulle"). Seu objetivo era investigar um suposto grupo de conselheiros e colaboradores secretos de De Gaulle, organizados numa coesa cabala ou ordem que Martin chamou de "les Quarante-Cinq" ("os Quarenta e Cinco"). De fato, como descobrimos ao ler o texto de Martin, "les Quarante-Cinq" parecem não ter tido ligação alguma com o Prieuré de Sion. Em sua resenha, porém, "Bayard" acusava explicitamente Martin de tentar deliberadamente semear confusão na mente do leitor, misturando "les QuaranteCinq" com o Prieuré. Valendo-se desse estrategema bastante engenhosa, o próprio resenhista conseguiu divulgar informações sobre o Prieuré como se elas fossem de conhecimento geral. Citamos a última coluna da resenha de "Bayard", que constitui o trecho mais relevante:

Podemos também suspeitar de que esse livro tem uma intenção oculta, que parece ser a de confundir "les Quarante-Cinq" com o Prieuré de Sion. Há muitas referências a esta última ordem, jamais mencionada por quem quer que seja que se assina R. P. Martin (e que não é, contudo, membro dela), como se, ao falar de "les Quarante-Cinq", desejasse nos remeter aos 45 membros franceses do Prieuré de Sion durante o período em que ]ean Cocteau foi o grão-mestre e em que o marechal ]uin e André Malraux foram "Croisés" ("Cruzados", isto é, membros seniores do Prieuré). Após a morte de Cocteau em 1963 e a do marechal ]uin em 1967, restaram apenas 43 membros franceses. Foi nessa ocasião que, por insistência do general De Gaulle (que não era membro do Prieuré de Sion), Pierre Plantard de Saint-Clair foi alçado ao grau de "cruzado". Após a morte de André Malraux em 1976, quando os norteamericanos estavam tentando conquistar a supremacia na Ordem, continuou havendo apenas 43 membros franceses.
Assim - ainda que só pelo jogo feito com o número dos membros franceses -, não deveríamos entender que um dos objetivos de R. P. Martin é também indicar, aos que conhecem os mistérios contemporâneos, que ele está aludindo ao ramo francês do Prieuré de Sion e, ao mesmo tempo, atribuindo à Ordem uma posição política específica? Trata-se de um jogo esperto: começando com fatos fidedignos (na verdade, uma das comendadorias de Sion na França pertence a uma mulher), ou mais ou menos fidedignos, o autor passa a utilizá-Ios para corroborar a idéia de uma certa visão "gaullista" do mundo. Mas não será isso uma tentativa de influenciar o equilíbrio interno do Prieuré de Sion, atribuindo ao ramo francês uma política que não é a sua - exatamente no momento em que ele está tentando contrabalançar a influência norte-americana e inglesa e restabelecer um equilíbrio natural?

Perguntamos ao sr. Plantard se as afirmações feitas sobre o Prieuré de Sion eram corretas. Ele respondeu que sim. Perguntamos-lhe quem era "Bayard". "Talvez o próprio R. P. Martin", respondeu o sr. Plantard, com uma risadinha que sugeria que "Bayard" podia perfeitamente ser também ele mesmo. Mas, fosse "Bayard" quem fosse, as declarações que lhe eram atribuídas eram extremamente interessantes. Em primeiro lugar, ele enfatizava exatamente aquilo para o que o sr. Plantard chamara nossa atenção verbalmente: a existência de atritos no interior do Prieuré de Sion, gerados por um "contingente anglo-americano". Fazia eco também à ambígua afirmação feita pelo sr. Plantard em outras circunstâncias de que o Prieuré não era político. Afirmava categoricamente, pela primeira vez ao que soubéssemos, que o marechal Juin e André Malraux eram membros do Prieuré e especificava a posição que tinham na Ordem - a de "cruzados". Segundo os estatutos, o grau de "cruzado" era o segundo mais elevado na Ordem, imediatamente abaixo do grau de grão-mestre. Havia três "cruzados" e, no grau imediatamente inferior, nove "comendatários". O comentário de "Bayard" sobre De Gaulle era particularmente interessante. Ele afirmava taxativamente que o próprio De Gaulle não era membro do Prieuré de Sion. Ao mesmo tempo, deixava claro que De GauHe não só estava a par dos assuntos do Prieuré como tinha suficiente influência sobre a ordem para insistir na promoção do sr. Plantard ao grau de "cruzado" após a morte do marechal Juin. Se isso era verdade, contudo, significava que, até 1967, o sr. Plantard pertencera a um grau inferior. Por outro lado, segundo o marquês de Chérisey, já em 1956 o sr. Plantard tinha impedido, com sua diplomacia, um grande cisma na Ordem ( Cisma que pode muito bem ter começado devido a mudança de politica da ordem de Cocteau, o que posteriormente pode ter continuado a causar problemas desse tipo foi a iniciativa de Plantard de promover a ordem publicamente para preparar as pessoas para crerem no engodo de que a dinastia Merovíngia descende diretamente de Jesus Cristo. Ter levado o Priorado ao conhecimento publico ( mesmo que temporariamente, pois depois Plantard desconversou e disse que os documentos que divulgou eram fraudulentos,  apesar que pesquisadores acharam em muitos casos fontes historicas externas que confirmavam dados dele ) pode ter aumentado essa discórdia com outras ramificações do Priorado que queriam se manter mais discretas no momento. E, segundo o texto adulterado de Jania Macgillivray, o poder no Prieuré fora exercido, após a morte de Cocteau em 1963, por um triunvirato integrado por Plantard, Gaylord Freeman e Antonio Merzagora. É verdade que não é de todo inusitado que um subordinado assuma o papel de liderança, especialmente num momento de crise. No entanto, se esse fosse o caso do sr. Plantard, isto significava que, em tudo que fizera entre 1957 e 1967, atuara como um subordinado - um subordinado que não era nem sequer do segundo escalão, mas do terceiro ou ainda inferior.

6. Questionamos insistentemente o sr. Plantard sobre os documentos autenticados com as assinaturas do visconde Leathers, do capitão Nutting, do major Clowes e de lorde Selborne. Lembramos-lhe que nos pedira para não discutir ou publicar esses documentos, e que no entanto Louis Vazart estampara fotos dos mesmos em seu livro sobre Dagoberto II. Uma vez que os documentos estavam prestes a se tornar públicos, por que nos pedira segredo? O sr. Plantard pareceu sinceramente embaraçado. Não sabia, disse com amargura, que o sr. Vazart ia publicar reproduções dos documentos. Se tivesse sabido de antemão, teria evitado. Então o sr. Vazart não o consultara? Não, respondeu o sr. Plantard. Sabia que o sr. Vazart estava escrevendo o livro, mas não tinha idéia de que este incluiria qualquer referência aos documentos. Mas, insistimos nós, fora certamente o sr. Plantard quem dera ou pelo menos mostrara os documentos ao sr. Vazart. Não lhe pedira segredo, como a nós O sr. Plantard respondeu que não dera os documentos para o sr. Vazart. Não tinha idéia de onde ele os conseguira. A primeira indicação de que sabia alguma coisa sobre eles surgira já impressa, como um fait accompli. Ficamos perplexos. O sr. Plantard nos mostrara os originais dos documentos em abril do ano anterior. Se não os mostrara também ao sr. Vazart, ficava evidente que mais alguém tinha cópias. Onde o sr. Vazart as obtivera? O sr. Plantard deu de ombros, impotente. Não sabia, disse. Toda a situação lhe parecia extremamente inquietante. Praticamente nos implorou que continuássemos investigando o assunto. Ficaria grato, afirmou, por qualquer informação que nossas pesquisas pudessem fornecer. Estes foram os tópicos básicos abordados em nossa conversa com o sr. Plantard em fevereiro de 1984. Nada fora esclarecido, nenhuma das nossas indagações fora satisfatoriamente respondida. Ao mesmo tempo, viamo-nos às voltas com um verdadeiro emaranhado de novas perguntas. Quem eram John E. Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud? Qual era o papel do "contingente norte-americano" no Prieuré de Sion e por que eram uma fonte de atrito dentro da Ordem? O sr. Plantard estivera mesmo prestes a nos oferecer o ingresso no Prieuré para contrabalançar a influência desse "contingente"? Por que alguém do governo francês estaria transferindo fundos para uma conta secreta na Suíça com o objetivo de desacreditar o sr. Plantard? Que valor devíamos atribuir às informações fornecidas por "Bayard" em sua resenha do livro do R. P. Martin? E, se não fora do sr. Plantard, de quem o sr. Vazart obtivera os documentos autenticados com as assinaturas do visconde Leathers, do capitão Nutting, do major Clowes e de lorde Selborne? Durante nossa estada em Paris, tivemos também uma série de encontros com Louis Vazart. Ele fez eco às declarações do sr. Plantard. Não, afirmou, não havia recebido os documentos autenticados do sr. Plantard. Nesse caso, como os conseguira? Eles lhe haviam sido enviados, respondeu. Anonimamente. Num "simples envelope de papel pardo". Com selos britânicos e carimbo postal de Londres! Mais uma vez ficamos pasmos. Quem estava brincando de quê? Estaria alguém tentando nos incriminar, tentando nos desacreditar junto ao sr. Plantard e ao Prieuré de Sion? Fosse como fosse, se o sr. Vazart estava dizendo a verdade, uma coisa era evidente: alguém em Londres estava a par de toda a questão, estava acompanhando todos os desdobramentos e, em determinados momentos-chave, estava intervindo misteriosamente." Capitulo 20 "O Elusivo Contigente Americano": "Provou-se bastante fácil determinar as identidades de Gaylord Freeman, John Drick e A. Robert Abboud. Todos os três estavam listados em diversos catálogos e outras fontes padrão. Diante disso, a evasiva do sr. Plantard se tomava ainda mais intrigante. Por que se recusar a falar sobre homens cujas vidas e atividades eram matéria de registro público? Todos os três eram, ou tinham sido, ligados ao First National Bank de Chicago. John Drick trabalhara no banco desde 1944. Tendo começado como caixa adjunto, em três anos passou a vice-presidente adjunto. Em 1969, tornou-se presidente do banco e, ao mesmo tempo, um de seus diretores. Participara também do conselho diretor de várias outras companhias americanas: Stepan Chemical, MCA Incorporated, Oak Industries e Central Illinois Public Service. Gaylord Freeman, originalmente um advogado, inscreveu-se no foro de Illinois em 1934. Em 1940 ingressou no First National Bank of Chicago como procurador. Em 1960 tomou-se presidente do banco. Ocupou a vice-presidência do conselho diretor do banco de 1962 a 1969, a presidência de 1975 a 1980. Foi também presidente do conselho diretor da First Chicago Corporation e membro dos conselhos diretores da Atlantic Richfield, Bankers Life and Casualty Company, Baxter Travenol Labs e Northwest Industries. Em 1979-80, participou de uma "força-tarefa" sobre inflação para a American Bankers' Association. Era membro da MacArthur Foundation e curador do Aspen Institute of Humanistic Studies ( Institutos e Fundações são muito utilizadas por familias Illuminatis para empurrar agendas especificas do seus Planos, a familia Rockefeller deve ser a que mais criar organizações dessa natureza com esse proposito, talvez haja um intuito similar na participação de Gaylord Freeman nessas 2 organizações ). O Aspen Institute fora fundado em 1949 para familiarizar executivos de alto nível com disciplinas humanísticas, especialmente a literatura. Hoje, compreende um quartel-general em Nova York, uma propriedade de oito quilômetros quadrados na baía de Chesapeak e centros de conferência no Havaí, em Berlim e em Tóquio. conferência no Havaí, em Berlim e em Tóquio. Robert Abboud sucedeu a Gaylord Freeman na presidência do conselho diretor do First National Bank of Chicago, mas alguns anos depois foi exonerado. Posteriormente tomou-se presidente da Occidental Petroleum Corporation. Em 1980, ele e outros foram processados por acionistas sob a acusação de enganar investidores no tocante à situação financeira do banco em meados dos anos 70. Segundo o Herald Tribune, em sua defesa Abboud afirmou que o banco atravessava graves dificuldades financeiras quando ele assumiu a presidência do conselho diretor - de fato, declarou, os problemas de 1974 tinham sido ocultados para evitar uma crise de confiança no sistema bancário". Pertenciam esses homens ao "contingente anglo-americano" a que o sr. Plantard aludira? Nesse caso, esse contingente se estendia pelas esferas rarefeitas das altas finanças, presumivelmente não só nos Estados Unidos como também em outros países. Ao mesmo tempo, se os "contratempos" do sr. Abboud com o banco indicavam alguma coisa, o contingente estava ele próprio ameaçado pela luta entre facções. Pouco depois de descobrirmos a identidade dos srs. Drick, Freeman e Abboud, telefonamos para o sr. Plantard. Muito casualmente, mencionamos o que ficáramos sabendo acerca da ligação deles com o First National Bank of Chicago. Vraiment? (É mesmo?), respondeu laconicamente o sr. Plantard, com certa ironia na voz, como se nos estivesse cumprimentando pela nossa meticulosidade. Declaramos que, obviamente, teríamos de entrar em contato com os três homens em questão. No mesmo instante o sr. Plantard ficou visivelmente nervoso. Havia questões muito importantes em jogo, declarou, pedindo-nos que, por favor, não entrássemos em contato com aqueles homens até que tivéssemos outro encontro pessoal com ele. Com muita relutância concordamos, mas lhe fizemos uma série de outras perguntas. O sr. Plantard pediu que não lhe perguntássemos nada por telefone. Todo o problema teria de ser discutido em detalhes, "face a face". Insistimos: ele não podia adiantar alguma coisa? "Face à face", repetiu o sr. Plantard. Sentimo-nos obrigados a honrar a promessa feita ao sr. Plantard e abstivemo-nos de tentar entrar em contato direto com os srs. Drick, Freeman e Abboud. Ao mesmo tempo, porém, contatamos rapida-mente amigos nos Estados Unidos e pedimos todas as informações que pudessem obter sobre os três, bem como sobre as várias companhias, negócios e instituições a que estavam ligados. Poucos dias depois, recebemos um telefonema de Nova York. Nosso informante declarou que não tinha certeza absoluta, teria de verificar o assunto, mas, se não lhe falhava a memória, John Drick morrera cerca de dois anos antes. Nesse caso, como a assinatura do homem podia constar de um documento datado de 17 de janeiro de 1984... a menos que os poderes do Prieuré de Sion fossem de fato excepcionalíssimos!? Se John Drick estava morto, as assinaturas no "Mise en Garde" eram falsas. Como o sr. Plantard também assinara o "Mise en Garde" e nos enviara uma cópia dele, só nos restava desconfiar que tivesse algum envolvimento nisso. Mas, a partir do que tínhamos apurado sobre ele, parecia extremamente improvável que pudesse cometer um erro tão grosseiro e desastroso. Por a assinatura de um morto num documento que parecia ter sido amplamente divulgado não era apenas um descuido espantoso. Era também algo obviamente perigoso, que expunha quem o fizesse a todo tipo de repercussão legal. Embora nunca tivéssemos ouvido falar de John Drick antes, ele era, afmal de contas, uma figura de destaque no mundo das finanças. Nem sua identidade nem sua morte eram segredo, e quem urdira a "Mise en Garde" devia saber disso. Além do mais, se as assinaturas eram falsas, por que tinham sido escolhidas aquelas em particular? Aqueles nomes não tinham sido invocados irrefletidamente, nem escolhidos por sorteio. O nome de Gaylord Freeman já aparecera na versão adulterada do texto de Jania Macgillivray alguns anos antes. Por alguma razão estávamos sendo impelidos muito especificamente na direção do First National Bank of Chicago. Telefonamos para a filial do First National Bank em Londres. Nossa pergunta certamente pareceu esquisita: John Drick estava mesmo morto? Fomos passados de ramal em ramal, até que finalmente nos puseram em contato com um dos diretores executivos do banco, que quis saber o porquê da pergunta. Respondemos que tínhamos ouvido falar que John Drick morrera alguns anos antes, mas, ao mesmo tempo, tínhamos em mãos um documento aparentemente assinado por ele em 17 de janeiro de 1984. O homem do outro lado da linha tornou-se cautelosamente vago. Sim, disse, também ele tinha a impressão de lembrar algo sobre a morte de Drick, mas não tinha certeza. Mais tarde, naquele dia, iria falar com alguém capaz de esclarecer definitivamente a questão. Se pudéssemos deixar um número, diria a essa pessoa que ligasse para nós. Naquela tarde, recebemos uma chamada internacional dos Estados Unidos. Nosso interlocutor - que, atendendo a um pedido seu, chamaremos simplesmente de "Samuel Kemp" - se apresentou como um dos diretores seniores do banco. Tinha também um envolvimento especial com a área de segurança bancária, estando em estreita ligação com a Interpol. Explicamos a situação - que, como era de se esperar, aguçou o apetite do "sr. Kemp". Seguiu-se uma conversa extremamente enfadonha, em que tentamos explicar o pano de fundo tanto quanto as circunstâncias o permitiam. O "sr. Kemp" mostrou-se franco, sem malícia, bastante intrigado e mais do que disposto a fazer todas as averiguações que lhe pudéssemos confiar. Desde logo, contudo, podia confirmar com segurança que John Drick realmente morrera, em 16 de fevereiro de 1982. No curso de nossa conversa com o "sr. Kemp", outro item de interesse veio à tona: até 1983, o First National Bank of Chicago havia partilhado suas instalações em Londres com a Guardian Royal Exchange Assurance! ( Organização a qual aqueles politicos britânicos ligados a serviços de inteligência eram ligados se lembro bem, ela é citada com mais detalhes na parte anterior de matérias sobre a Dinastia Merovíngia que eu fiz se não me engano ) Isso dificilmente podia ser uma coincidência. Mas o que significava? Alguém ligado ao banco teria surrupiado documentos e assinaturas da companhia seguradora? Ou alguém ligado à companhia seguradora surrupiara assinaturas do banco? Fosse qual fosse a explicação, havia discrepâncias na cronologia. As assinaturas da Guardian Assurance datavam, pretensamente, de 1955 e 1956. Mesmo que tivessem sido apostas mais tarde, isso não poderia ter ocorrido depois de 1971, porque naquele ano o Lloyds Bank Europe tomara-se o Lloyds Bank Intemational. Além disso, o major Hugh Murchison Clowes morrera em 1956. Por outro lado, a participação conjunta de Gaylord Freeman, John Drick e A. Robert Abboud no First National Bank of Chicago tivera início em meados dos anos 70. Fossem quais fossem as respostas a estas questões, uma coisa parecia evidente: alguém interes-sado no caso estava agindo em Londres. Nas semanas seguintes, mantivemos contato telefônico permanente com o "sr. Kemp". Depois da nossa primeira conversa, ele tratara de adquirir um exemplar do nosso primeiro livro, para se familiarizar com o pano de fundo. De nossa parte, enviamos-lhe um copioso dossiê de documentos relativos tanto ao conteúdo do primeiro livro quanto à nossa investigação atual - incluindo, é claro, tudo que dizia respeito à conexão da Guardian Assurance com o First National Bank of Chicago. Isso compreendia, além da "Mise en Garde" com as assinaturas de John Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud, a versão adulterada do artigo de Jania Macgillivray, em que tínhamos visto o nome de Gaylord Freeman pela primeira vez.
Depois de examinar todo esse material, o "sr. Kemp" ficou não só perplexo como intrigado. Ele tinha considerável experiência em desmascarar fraudes. Aquilo dava à história um tom excitante e sua curiosidade tornou-se tão grande quanto a nossa. Concordou em fazer investigações por conta própria e também, assim que se apresentasse o momento propício, falar pessoalmente com Gaylord Freeman. Nesse ínterim, pôde confirmar uma coisa para nós. As assinaturas eram genuínas. Não havia dúvida de que coincidiam com todas as outras amostras que se tinha podido encontrar das assinaturas dos três homens.Continuamos fornecendo ao "sr. Kemp" documentos adicionais e novas informações, à medida que vinham à luz. Ele levava adiante a sua própria investigação, mantendo-nos a par de seus progressos, e fez um relatório minucioso. Este parecia comprometer irremediavelmente o sr. Plantard e o Prieuré de Sion. Dos anos em que os srs. Drick, Freeman e Abboud tinham trabalhado juntos no banco, o "sr. Kemp" só conseguiu encontrar um único documento de que constavam as assinaturas dos três. Tratava-se do Relatório Anual de 1974 do First National Bank of Chicago e da First Chicago Corporation, que dera origem ao banco. O relatório fora publicado em 10 de fevereiro de 1975 e distribuído a todas as filiais do banco, bem como aos acionistas. Nele, as assinaturas de John Drick, Gaylord Freeman e A. Robert Abboud apareciam juntas. Não só isso. Apareciam exatamente na mesma seqüência que na "Mise en Garde". O "sr. Kemp" medira as assinaturas em ambos os documentos. Verificou que as do Relatório Anual de 1974 eram exatamente do mesmo tamanho que as da "Mise en Garde". Este era sem dúvida um indício incriminador. É praticamente impossível alguém conseguir fazer cada letra, cada volta e cada floreio de sua assinatura exatamente do mesmo tamanho em duas ocasiões diferentes. Era inconcebível que os três homens tivessem conseguido tal proeza nos mesmos dois documentos. Não havia dúvida de que as assinaturas na "Mise en Garde" tinham-se baseado numa fotocópia. Evidentemente alguém fotocopiara a última página do Relatório Anual de 1974 e posteriormente re-produzira as assinaturas na "Mise en Garde". Mais uma vez, no entanto, restava a questão do motivo. Por que exatamente aqueles homens? E por que correr o risco legal que o uso das assinaturas daqueles homens implicava? Pelo que sabíamos, a "Mise en Garde" tivera uma circulação bastante ampla - fora enviada não só aos membros do Prieuré de Sion, mas para nós e para outras pessoas que pesquisavam o assunto na França, além de integrar um dossiê apresentado ao judiciário francês. Parecia inacreditável que o sr. Plantard ousasse se expor dessa maneira, ousasse se tornar tão vulnerável às conseqüências da fraude. Outras pessoas poderiam sem dúvida fazer averiguações tão rápidas quanto as nossas. Nesse caso, o desmascaramento da fraude não era mera questão de tempo? "Roubar" três assinaturas, uma delas pertencente a um morto, era coisa séria. Já não se tratava de uma brincadeira para gerar confusão. Em matéria de desinformação, aquela não era tampouco das mais habilidosas. O "sr. Kemp" informou que estivera com Gaylord Freeman. Mostrara-lhe a "Mise en Garde" com as três assinaturas. Mostrara-lhe outros documentos pertencentes ao Prieuré de Sion e ao sr. Plantard. Perguntara-lhe, de maneira bastante direta e explícita, se era ou tinha sido membro do Prieuré de Sion, se já tinha ouvido falar dele ou de Pierre Plantard de Saint-Clair. No dossiê que enviáramos ao "sr. Kemp", tínhamos incluído uma cópia do estatuto do Prieuré. Segundo o Artigo XXII desse estatuto, "A negação da condição de membro do Prieuré de Sion, feita publicamente ou por escrito, sem causa ou perigo pessoal, acarretará a exclusão do membro, que será pronunciado pelo Convento". Se o sr. Freeman fosse de fato filiado ao Prieuré, raciocinamos nós e também o "sr. Kemp", esse estatuto o obrigava a admiti-lo. Segundo o "sr. Kemp", o sr. Freeman havia negado qualquer conhecimento do assunto. Não era membro do Prieuré de Sion. Nunca fora membro do Prieuré de Sion. Nunca ouvira falar do Prieuré de Sion nem de Pierre Plantard de Saint-Clair. Ao mesmo tempo, a atitude do sr. Freeman parecera um tanto curiosa. Mostrara-se, disse-nos o "sr. Kemp", levemente irônico, ligeiramente aturdido com as perguntas que lhe foram feitas, mas tudo de maneira fria. No conjunto, mostrara-se desconcertantemente blasé. Não manifestara qualquer surpresa - nem com as perguntas, nem diante do fato de seu nome ocorrer num contexto tão singular. Não expressara absolutamente raiva ou indignação diante do modo como seu nome e sua assinatura estavam sendo usados. Não tinha nem mesmo pedido maiores informações e não reagira com mais intensidade do que teria feito se as indagações se referissem a negócios puramente rotineiros. ( Reação estranha, normalmente qualquer pessoa ficaria agitada em uma situação dessa ( Alguém utilizar sua assinatura em documentos que desconhece associados a uma sociedade secreta, não houve nem uma tentativa de levar o caso a justiça por parte de Gaylord ), além disso duvido muito que uma sociedade que guarda segredos não permita que membros neguem participação nela, em estatutos públicos até podem declarar que não se pode negar, mais isso não quer dizer que na pratica isso seja aplicado ) Embora essa despreocupação pudesse parecer chocante, o "sr. Kemp" disse não duvidar das negativas do sr. Freeman. Isso, disse ele, só vinha tomar o assunto mais desconcertante aos seus olhos. Suspeitava de que havia algo de grave envolvido naquilo tudo, mas não conseguia atinar o quê. Graças à sua ligação com a Interpol, comentou, tivera oportunidades suficientes no mundo de investigar literalmente milhares de fraudes. Segundo todos os critérios que estava habituado a aplicar nessas circunstâncias, o caso presente não tinha nenhum sentido. O que leva geralmente à fraude, explicou, é a sede do poder, o ganho financeiro ou ambos. No que dizia respeito ao Prieuré de Sion, no entanto, e especialmente no que dizia respeito ao caso especifico da "Mise en Garde", nenhuma dessas motivações parecia estar  em jogo. Era difícil imaginar como o negócio podia envolver alguma manobra em busca de poder. ( Talvez o interesse fosse expor membros do Priorado, no caso desse documento especificamente ligados a uma ramificação anglo americana da ordem, na  epoca em oposição a ramificação francesa liderada por Pierre S. Plantard que foi quem forneceu tais documentos ) Na verdade,  o Prieuré ficava comprometido, e não fortalecido, pelo uso de assinaturas claramente espúrias, de falsidade tão facilmente comprovável. Tampouco era possível discernir um componente de ganho financeiro. Como havíamos descoberto muito tempo antes, a indiferença que o Prieuré manifestava por dinheiro era um dos seus traços mais convincentes. Longe de procurar acumular rendas, o Prieuré parecia bastante disposto a abrir mão de dinheiro, ou mesmo a gastar dinheiro em troca da divulgação de algum material ( Eu diria que eles já tem dinheiro o suficiente para isso não se tornar uma preocupação, desde tempos antigos membros da Dinastia Merovingia que sempre controlaram o Priorado eram extremamente ricos, inclusive os Rothschilds tiveram auxilio de membros dessa dinastia para obter o poder e fortuna que possuem nos dias contemporâneos ). O "sr. Kemp" disse que, certa feita, encontrara falsificações absurdas e enigmáticas. Vez por outra, mencionou, agentes aposentados da comunidade de informações podem, por exemplo, criar um estratagema complicado para se divertir e pôr à prova os colegas mais jovens. Mas isso também não parecia se aplicar ao presente caso. O Prieuré atual vinha praticando seus ardis havia quase trinta anos, desde 1956, quando o sr. Plantard tinha 36 anos. Além disso, o envolvimento de nomes como os de Malraux, Juin e De Gaulle depunha contra um jeu d'esprit meramente frívolo. Em suma, estava acontecendo alguma coisa desnorteante não só para nós, mas para um profissional especialista nessas questões, com anos de experiência nas costas. O "sr. Kemp" concluiu essa conversa conosco com uma nota de ambigüidade cuidadosamente dosada: "Não confiem em ninguém", disse. "Nem em mim." Nesse meio tempo, tínhamos insistido em marcar com o sr. Plantard o encontro "face a face" que ele próprio dissera ser necessário. Por razões que mais tarde ficaram claras, ele se mostrou esquivo. Freqüentemente não conseguíamos contatá-lo nem ao telefone. Quando isso era possível, ele se queixava de uma agenda carregada, ou tinha de tratar de algo relacionado aos estudos do filho, ou ia ficar fora de Paris, ou estava gripado. No passado, sempre mostrara prazer em nos encontrar. Agora parecia claramente relutante. Evidentemente, tínhamos outras coisas de que tratar; estávamos mergulhados na pesquisa.da história do Novo Testamento, do cristianismo celta e do material que compõe a primeira parte deste livro. Mesmo assim, estávamos frustrados ao ver que o tempo ia passando e o encontro com o sr. Plantard continuava sendo adiado. Tanto ele quanto o Prieuré de Sion estavam começando a parecer cada vez mais suspeitos. Também nas outras frentes não estava acontecendo grande coisa. Nossas indagações sobre o processo judicial contra o sr. Chaumeil só nos permitiram concluir que ele continuava pendente. Um livro do sr. Chaumeil foi publicado, mas de fato não passava de uma reedição de um trabalho anterior, com introdução e posfácio novos. Não continha quaisquer revelações escandalosas como as prometidas pelo panfleto anônimo. ( Indicio que de ele foi chantageado, subornado ou ameaçado de alguma forma talvez, ou a publicação do livro foi bloqueada pelo Priorado mesmo ) Finalmente, recebemos uma carta do sr. Plantard. Num tom friamente formal, ele consentia na tão esperada entrevista, mas com uma ressalva: "Será um prazer estar com os senhores no final de setembro em bases amigáveis; lamento informar, porém, que não poderei fornecer qualquer informação para a publicação dos senhores."
Na mesma carta, o sr. Plantard declarava ter comprovado a autenticidade do documento de 1955 - aquele que tinha as assinaturas do visconde Leathers, do major Clowes e do capitão Nutting. O documento, dizia, fora examinado e validado por "especialistas". Por outro lado, reconhecia que o documento de 1956 - o que tinha a assinatura do lorde Selborne e a referência ao Lloyds Bank Europe - era fraudulento. Em seguida, em letras maiúsculas, repetia que os documentos autenticados deviam "permanecer confidenciais e não ser publicados" - insistência ainda mais desconcertante uma vez que os mesmos, como ele próprio admitia, já tinham sido publicados por Louis Vazart e já não tinham coisa alguma de confidencial. E acrescentava: "Proibi na França qualquer publicação sobre o Prieuré de Sion e sobre minha pessoa, e isso desde o mês de março de 1984..."
O fraseado dessa declaração era interessante. Não podíamos acreditar, é claro, que o sr. Plantard possuísse tão amplos poderes de censura. O que ele queria dizer, provavelmente, é que instruíra os membros do Prieuré de Sion a manter silêncio. Sua interdição não podia envolver o conjunto da imprensa, mas certamente abrangia as várias fontes internas que vinham vazando material para o público havia quase trinta anos. ( Eu já creio sim no poder do Priorado por meio de ordens menores subordinadas a ela como o Rito Escocês da Maçonaria fundado por um grão mestre da ordem e da Rosa Cruz que é ligada e criada por eles também de estabelecer tal censura se desejarem, isso sem falar no provavel conluio deles com a ordem dos Illuminatis da Baviera ) A carta do sr. Plantard continha outra declaração de interesse. Fora acrescentada como um pós-escrito: "Oponho-me também expressamente à publicação da correspondência trocada entre mim e o general De Gaulle, bem como com o marechal Juin ou com Henri, conde de Paris. Esses documentos, roubados da rua St. Lazare, 37, Paris, são confidenciais e continuam sendo 'segredo de Estado', ainda que estejam à venda..." Estaria o sr. Plantard, por acreditar que tínhamos acesso a essa correspondência, revelando inadvertidamente que ela existia - e que talvez tivesse algo de comprometedor? Ou simplesmente queria que pensássemos isso? A essa altura, estávamos desconfiando de tudo. Nada parecia inequívoco; nada podia ser tomado por seu valor aparente; tudo admitia uma explicação alternativa. Começávamos a ver o Prieuré de Sion como uma imagem holográfica, que se transformava como um prisma, segundo a luz e o ângulo de que era vista. De uma perspectiva, parecia ser uma influente, poderosa e rica sociedade secreta internacional, cujos membros incluíam figuras eminentes nas artes, na política e nas altas finanças. De outra, parecia uma mistificação engenhosa, urdida por um grupelho para obscuros fins próprios. Talvez, de certo modo, fosse as duas coisas."


Simbolo do Primeiro Banco Nacional de Chicago, aonde supostamente membros da ramificação anglo-americana do Priorado trabalharam, apesar da fraude na assinatura do documento fornecido pela ramificação francesa da Ordem que estaria em conflito com essa ramificação da ordem que falava de membros do Priorado na América, foi encontrada uma  ligação externa intima do banco com uma corporação inglesa associada a politicos britânicos interessados em documentos associados a Dinastia Merovingia, que é uma dinastia intimamente ligada que até pode se dizer que comanda e criou a Ordem, e um dos supostos membros da ramificação Anglo-americana do Priorado é de uma de uma das 13 linhagens que supostamente comandam o alto satanismo e controlam o mundo, tendo vários membros dela em altas posições de poder, me refiro ao Banqueiro e empresário Gaylord Freeman, que seria um dos lideres do Priorado naquele tempo, a matéria especifica que fala sobre a familia Freeman revela mais detalhes a respeito de membros dessa familia, muitos deles são ligados a grandes corporações, e a organizações ligadas aos Illuminatis, incluindo ordens ocultistas.

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